Apresentado esta terça-feira como o novo treinador do V. Guimarães, Rui Borges não escondeu a satisfação por dar mais um passo em frente na carreira, classificando a chegada a um emblema da dimensão dos minhotos como a "realização de um sonho".

"É uma honra e um orgulho enorme poder representar um clube tão grande. Tínhamos como objetivo atingir este patamar e isso acaba por verificar-se. Vamos trabalhar num clube distinto, a começar pelos seus adeptos. São conhecidos em todo o mundo por serem diferentes. Trata-se da realização de um sonho. É com muita felicidade que me apresento no V. Guimarães, esperando que a nossa caminhada continue a ser positiva, tendo por base o trabalho e a competência. É por isso também que estamos aqui. Agora resta-nos seguir o nosso caminho, acreditando muito no nosso trabalho", começou por referir o técnico, de 42 anos, aos meios do clube, prometendo manter-se fiel à ideia de jogo apresentada nos projetos anteriores.

"O Vitória jogará à nossa imagem. Alcançámos este patamar porque não olharam somente para a época passada. Olharam para um trajeto de sete anos bastante positivo, com começo no Mirandela. Acreditamos muito no nosso trabalho e na nossa competência, sendo muito fiéis à nossa ideia de jogo. As nossas equipas são sempre competitivas, intensas e organizadas. E essa competitividade que valorizo vai muito de encontro com a imagem do V. Guimarães, um clube que nunca se cansa de conquistar e de ganhar. A componente tática terá sempre de ser considerada, mas nunca fugiremos do nosso trabalho que sempre foi bem feito", acrescentou.

Ao chegar ao V. Guimarães, Rui Borges prepara-se também para se estrear nas provas europeias, um motivo extra de entusiasmo. "Sairemos duplamente valorizados desta época, tanto pela dimensão do Vitória como também por podermos participar numa competição europeia. Tudo isso deixa-nos honrados e orgulhosos. Só temos de acreditar no nosso trabalho, desfrutando bem das oportunidades que temos pela frente. Só a simples mudança para o Vitória já é um prazer imenso. Temos muita ambição e muita vontade de trabalhar, este momento é indescritível. Somos naturais de terras onde se trabalha muito e o nosso espírito é muito isso. Vamos trabalhar muito num grande clube", frisou o treinador, mantendo o discurso ambicioso.

"Sou um treinador muito positivo. Todos os dias, todas as semanas e até mensalmente agarro-me muito a objetivos, sempre com o objetivo de motivar e puxar pelo grupo. Se o Vitória estabeleceu um novo recorde de pontos nesta época, espero falar sobre esse assunto mais lá para a frente. Até lá, a exigência será sempre elevada. Estamos num grande clube e, por isso, há que ganhar sempre, jogo a jogo. Esse sempre foi o meu discurso", lembrou o técnico, antes de admitir: "Estou bastante ansioso pelo primeiro dia. Tenho muita curiosidade de perceber toda a dinâmica do clube, quero muito começar a trabalhar e conhecer todos os que nos vão rodear ao longo da época. Sou muito comunicativo e prezo as relações. Preciso de férias, mas espero que esse dia chegue rapidamente". 

Finalmente, Rui Borge abordou ainda a atmosfera do D. Afonso Henriques: "É incontornável o ambiente que se vive no estádio deste clube. É apaixonante para toda a gente, incluindo para os adversários. Em determinados momentos chega a causar arrepios. Acontece, por exemplo, quando os adeptos cantam o hino do Vitória. Toda a gente sente isso. Mexe sempre com o adversário. Espero que isso continue a verificar-se. Toda a grandeza do V. Guimarães me encanta. O meu pai jogou futebol, eu também fui jogador de futebol e sempre ouvi falar da grandeza deste clube. E essa grandeza tem muito a ver com a exigência dos seus adeptos. São diferentes dos outros e essa exigência tem de ser diária. Quem está de fora tem sempre o sonho de representar o Vitória SC e, felizmente, estamos cá."