Domingos Soares de Oliveira admitiu as dificuldades que clubes como o Benfica têm para segurar os seus melhores e os mais promissores jogadores, pelo facto de os denominados 'tubarões europeus' terem outros argumentos a nível financeiro.
"É importante reter os jogadores, mas é difícil competir pois agora estes seguem o dinheiro. O nosso grande desafio é reter e descobrir talentos. Apostar no recrutamento. Temos descoberto excelentes jogadores, mas acabam por seguir o dinheiro. É difícil competir com clubes como Manchester City, Manchester United, Barcelona ou Paris SG e o desafio passa por tentar reter os melhores. O talento é raro e paga-se. Estamos num país pequeno e é necessário encontrar novas formas de financiamento. Temos apostado em capitalizar investimentos em grande mercados como a China ou Índia. (...) Os que vendemos este ano estão a receber salários muito altos. Podemos reter 1/2 anos, mas é impossível impedir", explicou o administrador financeiro da SAD das águias durante o painel "Legacy vs money: How can clubs compete?", no segundo dia da Web Summit, em Lisboa.
O dirigente dos tetracampeões nacionais deu o exemplo de Luisão como alguém cuja ligação ao Benfica é tão grande que este optou por continuar na Luz: "Aqueles jogadores que conseguimos reter mais tempo são os que tem a cultura do clube. Conseguimos ver isso no nosso capitão, que tem hoje 36 anos e joga ao lado de um rapaz de 20."
Ainda no sentido do desequilíbrio financeiro - que leva à diferença de argumentos desportivos -, Soares de Oliveira lembrou que o atual 'status quo' motiva que seja restrito o lote de clubes que luta pela Liga dos Campeões: "A diferença de rendimento entre o Top'12 é muito grande. No final estão sempre os mesmos seis a lutar pela Champions."
Como manter os craques
Frisando que será impossível travar negócios como aquele que envolveu Neymar, por 222 milhões de euros, o CFO encarnado explicou ainda como poderá o Benfica manter os seus craques.
"A transferência de Neymar é algo inédito, mas não dá para parar estes negócios. É o futuro. A UEFA não pode fazer nada para parar isto. O talento paga-se. Nós temos de encontrar soluções. Perceber os jovens que podem chegar ao topo. Fazer a seleção. A diferença entre os clubes grandes e pequenos estão a aumentar. Vamos procurar que os jogadores se identifiquem com a casa, dar algum conforto para que fiquem mais algum tempo. Mas o jogador segue o dinheiro", referiu.
Por Valter Marques e João Socorro Viegas
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