Presidente marcante do clube da Luz, responsável pela vinda de Eriksson e pelo fecho do 3.º anel, completa hoje 95 anos. Um percurso de vida cheio e que se confunde com o Benfica. O retrato na primeira pessoa de quem foi “lebre” de Nicolau e Trindade. “Sempre gostei de trabalhar”.
RECORD – Ao completar 95 anos, considera que conseguiu cumprir os seus sonhos?
FERNANDO MARTINS – Os sonhos nunca são satisfeitos. No Benfica podia ter feito mais do que fiz, nos seis anos da minha presidência. Encontrei o clube com muitas dívidas e muitos maus resultados, algo que se mudou. Quando cheguei, o clube não tinha crédito, nem sequer para a equipa dormir antes dos jogos! Tinha de pagar o hotel antes de entrar. Era uma situação muito difícil do Benfica e resolvemo-la logo, de imediato. Falei com os credores e ficámos com o crédito aberto, sempre que precisávamos de dinheiro.
R – Era um período em que os dirigentes “pagavam” para exercer esses cargos, não havia profissionalização ao nível diretivo...
FM – Era um período muito difícil. O clube devia dinheiro aos bancos e não tinha crédito. A primeira coisa que tive de fazer foi pedir que me recebessem para expor a situação. A partir daí, o clube ficou com o crédito aberto. Foi muito bom.
R – Teve de adiantar dinheiro seu, para solucionar os problemas?
FM – Quando era preciso, tinha de “entrar”. Mas só quando era necessário. E “entrei” muita vez. Tínhamos de saber equilibrar as contas. Nunca paguei para ser dirigente, mas quando o clube precisava, disponibilizava dinheiro. Só para lembrar: estive na presidência seis anos e os jogadores hospedavam-se sempre aqui, no meu hotel, quando defrontavam qualquer equipa. Tiveram sempre o hotel de graça! Durante seis anos... é algum dinheiro. Por aqui se pode ver o que dei – e dei muito ao Benfica –, sem ser necessário colocar dinheiro na mão.
Leia esta entrevista na íntegra na edição impressa de Record desta quarta-feira.
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