Otávio: «Às vezes o míster chama-me à atenção para eu ficar mesmo chateado»

A relação, os feitios e aquele episódio que o deixou "cego"

• Foto: José Gageiro/Movephoto
A relação de Otávio com Sérgio Conceição, que até começou em Guimarães quando o médio-ala esteve emprestado ao Vitória e o técnico liderava os minhotos, foi um dos temas abordados na sua entrevista à mais recente edição da revista Dragões. O médio-ala, apesar do profundo conhecimento mútuo, admite que ainda consegue ser espicaçado pelo seu treinador.

"O míster às vezes chama-me à atenção para eu ficar mesmo chateado, porque é a forma que ele encontra para ir buscar o melhor de cada jogador. Comigo foi muito assim e às vezes fico cego nos treinos por causa disso. Ele faz de tudo para a minha equipa perder e é aí que eu me pico mais", revelou o jogador, de 28 anos, que não se vê como a extensão de Conceição em campo: "Não. Acho que a voz somos todos, estamos todos aqui para ajudar e quando falamos é para isso. Também aí se vê que temos um grupo espectacular, transmitimos confiança uns aos outros e o nosso capitão é uma lenda. O Pepe é quem mais fala e quando ouvimos aquela voz acordamos logo. Ele e o Marcano são quem mais fala, mas toda a gente tem voz.

A ligação é forte e, quase que irremediavelmente, já contou com alguns momentos de maior tensão... A começar, precisamente, em Guimarães. "A impressão que tive na altura é na verdade a mesma que tenho hoje... Aquele feitio dele, que o faz retirar o máximo de cada um. Ajudou-me muito, mas também sofri muito nos primeiros tempos com ele. Foi quem mais me ajudou até hoje e agradeço-lhe por isso, por extrair sempre o melhor de nós", disse, atirando de seguida um episódio caricato entre ambos: "Há muitos, mas este é o mais engraçado e aquele sobre o qual ainda falamos hoje em dia. Quando ele chegou, eu tinha acabado de me lesionar, estava a recuperar, ele chamou-me ao gabinete e perguntou: 'Achas que dá para jogares meia hora ou 20 minutos?'. Eu respondi que se ele quisesse eu estava pronto, mas quando saiu a convocatória eu nem sequer fazia parte! Fiquei cego, mas ele é assim e é dessa forma que retira o máximo. Passei uma semana cego, mas a treinar no máximo, como ele sempre pediu. Depois tive as minhas oportunidades."

Apesar dos feitos fortes de ambos, que podem entrar em choque, Otávio vinca o seu respeito pelo papel distinto de ambos. "Ele tem a personalidade dele, eu tenho a minha, mas sempre o respeitei a ele e à hierarquia. Ele comanda e eu só tenho que respeitar. Claro que também tenho as minhas opiniões, mas quem manda é ele. Já batemos de frente, mas isso é normal entre quem quer ganhar", afirma, preferindo destacar a sintonia e a ajuda que o técnico lhe deu para se desenvolver como jogador: "Conhece-me melhor do que qualquer outro aqui. Com ele já joguei de várias maneiras e em dinâmicas que se alteram dentro de cada sistema. Se ele decidir mudar a meio de um jogo, eu sei onde tenho de estar para ajudar dentro de campo. Mas não tenho vontade nenhuma de ser treinador. (...) Às vezes eu desligava-me [n.d.r.: no V. Guimarães] um pouco do jogo e com ele aprendi que tenho de fazer sempre 90 minutos de intensidade com e sem bola. Ajudou-me muito e tornou tudo mais fácil, pois um jogador sente-se mais feliz por participar mais no jogo. Para mim, ser agressivo numa jogada para roubar a bola é tão importante como estar na frente a fazer golos. Isso também dá confiança."

Por Record
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