Mário de Almeida: «Fosun não é a única interessada na SAD»

Líder da AG impõe condições aos investidores para "salvaguardar o clube"

• Foto: Arquivo/José Moreira

O processo de constituição de uma SAD por parte do Rio Ave ainda não tem fumo branco à vista. A Fosun mostrou vontade de investir em Vila do Conde, chegando pela mão do empresário Jorge Mendes, mas ainda nada se materializou e o presidente da assembleia geral do clube, Mário de Almeida, mantém o dossiê por encerrar. "Sabemos da intenção de outros investidores em aproximarem-se do Rio Ave, pelo que estaremos disponíveis para ouvir todas as propostas. Será um processo aberto, conduzido pelo presidente da direção. Pretendemos definir parâmetros claros para um protocolo que não é destinado à Fosun ou a outro investidor, mas sim regras aplicáveis a todos os interessados", diz, colocando o poder de decisão nas mãos de Silva Campos.

Quando recebeu a documentação relativa à SAD, Mário de Almeida solicitou a colaboração do líder do Conselho Fiscal, Carlos Costa, e do histórico jogador e jurista, Duarte Sá. "Isso tornou possível a sugestão de alguns acrescentos que consideramos fundamentais para acautelar o presente e o futuro. Acima de tudo, a nossa preocupação foi a de garantir que o Rio Ave ficasse salvaguardado no caso de algo correr mal na relação com o investidor. No caso de descida de divisão, por exemplo, deve haver a possibilidade de o clube recomprar a sua posição", defende o dirigente máximo vila-condense, tentando evitar a repetição de casos ocorridos noutros emblemas, mas que apesar disso elogia a entrada de capital chinês. "O facto de pretender defender os interesses do Rio Ave não me impede de dizer que a Fosun é uma boa parceira, que está instalada em Portugal e nos dá garantias", sublinha, sossegando os sócios: "É importante salientar que o Rio Ave não está à venda. Apenas pretendemos estabelecer uma parceria que nos ajude a crescer e a ser mais competitivos. Ninguém tem a intenção de vender o clube."

Esclarecer os sócios

O clima de mudança, de resto, foi bem encarado. "Chegámos à conclusão que o modelo de SDUQ começava a não ser o ideal em face dos desequilíbrios financeiros. No entanto, também sentimos que essa realidade se alterou profundamente com aquilo que se sabe das vendas de Ederson, Krovinovic e Roderick", nota Mário de Almeida, que face a esse desafogo, financeiro, que dá margem de manobra, não se compromete com datas: "Terão de ser realizadas sessões de esclarecimento para que os sócios possam apresentar as suas dúvidas. Só depois será marcada uma assembleia geral para a aprovação da SAD."

Negócios futuros rendem benefícios

Um dos pontos cardeais do caderno de encargos para a criação da SAD reside na "devida ponderação dos ativos que já pertencem ao clube". Para além do valor que for atribuído ao plantel, há que ter em conta o retorno de futuros negócios que sejam realizados com jogadores que já pertenciam à SDUQ. "Nesse caso, tem de ficar definida qual é a percentagem que toca à SDUQ, da qual o Rio Ave é sócio único. Agora, o que acontecer com jogadores que cheguem depois ser constituída a SAD, naturalmente deve reverter em favor dessa sociedade", precisou Mário de Almeida. Apesar da discussão que tem havido à volta do encaixe da venda de Ederson, o dirigente explica que "a próxima AG deve acontecer lá para outubro, como habitualmente".

Por Vítor Pinto
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