O Tribunal Arbitral do Desporto (TAS) condenou a SAD do Sporting a pagar 3 milhões de euros a Sinisa Mihajlovic, apurou Record. Os leões foram notificados ontem ao fim da tarde e vão proceder ao pagamento, visto que, além de a decisão não ser passível de recurso, o clube poderia sofrer consequências graves se não indemnizasse o técnico sérvio, pois a dívida a um treinador desrespeita as regras do fair play financeiro da UEFA.
Em causa está a decisão anunciada a 27 de junho de 2018 por Sousa Cintra, presidente da SAD ao tempo da Comissão de Gestão (e oficializada à CMVM no dia seguinte). Os serviços jurídicos da SAD, sabe o nosso jornal, desaconselharam o despedimento nesse dia, pois o contrato – e respetivo período experimental – só iniciava a 1 de julho. Mihajlovic estava a trabalhar, mas oficiosamente. Ou seja, bastava esperar quatro dias para não haver razão para existir uma contestação da rescisão que foi assinada por Cintra e Manuel Reis, administrador que, curiosamente, foi cooptado também a 28 de junho, horas após o anúncio da quebra do vínculo.
Impacto no mercado em janeiro
O sérvio reclamava mais de 11 milhões de euros. Vai receber cerca de um terço, uma verba que terá, contudo, impacto na abordagem do Sporting ao mercado de transferências em janeiro. A SAD terá de ser ainda mais mais criteriosa, salvo uma venda que pode acontecer mas que não é obrigatória.
NÚMEROS
9 dias entre o momento da assinatura de contrato de Sinisa Mihajlovic, no dia 18 de junho de 2018, com Bruno de Carvalho na presidência do Sporting, e o despedimento, a 27 do mesmo mês, já com Sousa Cintra ao leme da SAD leonina
11 milhões de euros de indemnização pedidos por Mihajlovic no processo que esteve para deliberação dos juízes do Tribunal Arbitral do Desporto, na Suíça. O caso foi resolvido, mas os leões pagam 3 milhões
300 mil euros de prejuízo terá provocado o treinador sérvio, de acordo com as declarações, na altura, de Sousa Cintra, que o acusou de mudar os planos do estágio e datas de jogos
CRONOLOGIA
18/6/2018. Pouco passava da meia-noite quando Sinisa Mihajlovic era confrontado pelos jornalistas no aeroporto de Lisboa. Tinha chegado há momentos à capital portuguesa para assinar um contrato de três épocas, que viria a ser oficializado por volta das 19 horas do próprio dia.
23/6/2018. A destituição de Bruno de Carvalho e restante elenco diretivo, na altamente concorrida assembleia geral que decorreu no Pavilhão Atlântico, definiu o futuro do técnico sérvio, até porque foi contratado pelos órgãos sociais que estavam suspensos de funções.
27/6/2019. Depois de muita especulação e notícias sobre o futuro de Mihajlovic, Sousa Cintra, que assumiu a liderança temporária da SAD, deu uma conferência de imprensa, no Estádio José Alvalade, onde garantiu o despedimento do sérvio ao abrigo do período experimental.
28/6/2019. Cerca de 24 horas após a conversa de Cintra com a imprensa, a sociedade leonina comunicou à Comissão de Mercado de Valores Mobiliários a rescisão de contrato com Sinisa Mihajlovic, colocando preto no branco a argumentação já anunciada pelo presidente da SAD ao tempo da Comissão de Gestão.
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