O Tribunal Arbitral do Desporto (TAD) reduziu o castigo de Bruno de Carvalho, resultante do chamado ‘caso do túnel’, de seis meses para apenas... um. A decisão foi anunciada na Sporting TV, pelo diretor de comunicação dos leões, Nuno Saraiva, depois de o clube ter sido notificado nesse sentido. Caso assim o entenda, o presidente do Sporting já poderá ir para o banco domingo na receção ao Rio Ave, visto que, do ponto de vista disciplinar, já nada o impede de retomar a atividade normal, nomeadamente nas áreas de acesso restrito que estava proibido de frequentar.
Isto sucede por consequência direta da considerável redução da pena aplicada pelo Conselho de Disciplina da FPF, em virtude dos incidentes ocorridos no final do jogo com o Arouca, da época passada, a 6 de novembro. A deliberação do TAD faz com que o cumprimento do castigo tenha recuado praticamente ao primeiro mês da época, uma vez que havia sido anunciado a 16 de agosto. Reduzido a 30 dias, ficou legalmente cumprido a 15 de setembro seguinte.
O presidente dos leões foi sujeito a uma segunda sanção (esta de três meses) por parte da secção profissional do CD, a 26 de setembro, devido a uma entrevista à TVI e posterior queixa do Benfica. Com a redução da pena pelo ‘caso do túnel’, o cumprimento deste outro castigo iniciou-se de imediato, a 26 de setembro desse mês (e não em fevereiro como aconteceria se vigorasse o primeiro impedimento, de seis meses), tendo terminado a 26 de dezembro. Contas feitas, nesta altura Bruno de Carvalho já não tem qualquer suspensão pendente.
Refira-se que BdC foi punido ainda em três meses pela secção não profissional da FPF, por causa da polémica dos 22 títulos. O castigo em causa expirou a 30 de novembro.
O Conselho de Disciplina da FPF considerou que, no final do Sporting-Arouca, por ter expelido fumo na direção da cara de Carlos Pinho, presidente dos nortenhos, Bruno de Carvalho cometeu uma infracção de lesão da honra e da reputação, punível com suspensão de dois meses a dois anos, pelo facto de BdC ser reincidente, na análise do CD. Bruno foi condenado ainda a pagar uma multa de 11.475 euros. Os juízes-árbitros do TAD fizeram uma interpretação diferente dos factos.
Nuno Saraiva realça que leões querem "absolvição"
Na Sporting TV, Nuno Saraiva sublinhou que os leões vão recorrer desta decisão, pois entendem que Bruno de Carvalho deve, sim, ser absolvido.
"Vamos recorrer desta decisão para o Tribunal Central Administrativo, na medida em que é absolutamente intolerável e inaceitável o estigma que continua a impender sobre o presidente do Sporting. Resulta de algo que não aconteceu naquela noite. A intenção é uma absolvição. Estava no túnel. Posso testemunhar que o presidente do Sporting foi vítima e não culpado. Foi alvo dos mais diversos e variados insultos, injúrias e agressões. O tal vapor de água que expeliu, e que é confirmado neste acórdão do TAD, foi consequência do impacto de uma dessas agressões no diafragma do presidente do Sporting. As decisões do TAD são tomadas por três juízes e houve um voto de vencido", vincou, apelidando de "barbaridades" os sucessivos castigos de que o líder foi alvo.
"O presidente do Sporting já cumpriu 315 dias de castigos que entretanto foram anulados. Ou seja, esteve quase um ano suspenso de funções por decisões erradas em quatro ou cinco processos distintos decididos pelo Conselho de Disciplina liderado pelo professor [José Manuel] Meirim. Quem paga? Quem é responsabilizado por isto? Quem assume responsabilidade por estas aberrações? Isto é uma barbaridade", rematou.