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Miguel Ribeiro: «O mercado sabe que quando contratar um jogador do Famalicão vai ser um jogador muito bom»

Presidente da SAD fala de um caso de sucesso na forma como se posiciona para fazer grandes negócios como o de Pote, Ugarte ou Iván Jaime

• Foto: Tony Dias/Movephoto
Miguel Ribeiro esteve no Thinking Football Summit para explicar  "o caso de sucesso do FC Famalicão". Uma conversa de cerca de 30 minutos com vários pontos de interesse, sendo que o líder da SAD dos famalicenses começou por recordar como tudo começou:

"Puxando o filme atrás, se calhar estamos melhor do que esperávamos há cinco anos. Isso enche-nos de orgulho, mas também nos dá responsabilidade de fazer mais, porque não podemos parar e seguir uma rota e filosofia bem definidas, desde a transformação da SDUQ em SAD, sempre com a relação com o clube. A forma que é possível fazer um clube de uma cidade e de um concelho uma união à volta do seu clube."

Como projetou o Famalicão que é hoje?

"A primeira medida foi tornar um clube de segunda de primeira, o desafio era criar um clube de primeira na segunda, porque sabíamos que tínhamos capacidade para quando chegássemos à primeira estarmos preparados do ponto de vista estrutural. Foi uma decisão acertada, o Famalicão estruturou-se desde o primeiro dia – departamento financeiro, administrativo, marketing, comercial, dentro do departamento de futebol criar valências necessárias para a equipa operar a um bom nível. Depois o caminho — com alguma felicidade, porque ter subido no primeiro ano ajuda muito; se me perguntasse se tínhamos a convicção de que no primeiro ano íamos subir, em agosto não, mas em janeiro tínhamos a convicção que sim. Era um clube que estava há 25 anos fora da I Liga, a aquisição foi feita a 28 de junho e começámos a 1 de julho a empreitada de reformular o plantel, contratar um treinador e os primeiros seis meses foram os mais duros também pela precariedade encontrada no clube, nas estruturas, infraestruturas, mentalidade e cultura profissional. Essa injeção inicial de tornar um clube de primeira na segunda elevou para um nível interessante. Chegámos a janeiro, reforçámos a equipa e subimos. Subir no primeiro ano foi uma pedra decisiva. Na 1ª Liga temos dado uma boa resposta, trabalhando numa filosofia assente no jogo e no jogador, tentamos ter sempre equipas técnicas, performances, rendimento, médicos, toda a estrutura de apoio, secretaria, team manager, scouting, comunicação tudo à volta do jogo para que estas pessoas tirem as pedras no caminho para andar de uma forma eficaz. O jogador tem sido sempre um pilar na nossa operação. Felizmente temos tido sucesso."

Como é um jogador à Famalicão?

"É um jogador jovem, com muito potencial, capaz, que podemos desenvolver, mas essencialmente o clube seguinte vai conseguir usufruir ainda mais do que nós, porque na curva ascendente que ele tem e cito Pedro Gonçalves, acredito que ele foi melhor no Sporting do que no Famalicão; o Ugarte foi melhor no Sporting, acredito que vai ser melhor no Paris Saint- Germain do que no Famalicão; o Iván Jaime acredito que vai ser melhor no FC Porto. Esta filosofia está muito situada em procurar jogadores que tenham a capacidade de ser ainda melhores, se os ajudarmos a melhorar e pela capacidade que têm ainda vão ser melhores no futuro. O mercado acredita nisso, o mercado sabe que quando contratar um jogador do Famalicão vai ser um jogador muito bom no seu clube. Quem pergunta como o Famalicão vende jogadores pelos valores que vende, é a certeza de quem compra, porque compra jogadores com muita qualidade. O nosso processo de recrutamento, de melhorar o jogador está num patamar tão bom que cria a convicção em quem compra. Temos um processo competente e eficaz. A satisfação que me dá ver Ugarte rotulado como melhor contratação do Paris Saint- Germain é mais a satisfação da competência do Famalicão no processo do Ugarte. Acho que isso nos dá uma marca muito interessante, um selo de qualidade."

Investimento no futuro:

"É um caminho de indústria. O desafio da sustentabilidade é que a nossa operação tem de ser rentável e, no limite, pagar-se a ela própria. Hoje atingimos muito com as receitas de mercado e para isso temos de ter uma boa fábrica. O nosso investimento é em recursos humanos, jogadores, treinadores... O nosso centro de treinos, hoje, é um capricho ou instagramável…é um centro de treinos que é uma fábrica onde trabalhamos a nossa matéria-prima para sair um produto de excelência. Ainda temos um grande handicap, que é a questão do estádio e começámos intervenção nas infraestruturas por onde verdadeiramente sofremos porque temos 17 jogos em casa e fazemos 320 treinos e toda a operação estava centrada no estádio e acredito que brevemente o faremos no estádio. O suporte do acionista Quantum Pacific Group permite-nos ter capacidade de investir. Os nossos jogadores são muito assediados, esta é a parte mais difícil da operação."
Por António Mendes
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