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Do Norte de Portugal para a Madeira

Renato Pita percorreu mais de mil quilómetros para participar no Campeonato da Madeira de Ralis 2RM.

Começou ontem o Rali Vinho da Madeira, o quinto rali do Campeonato da Madeira de Ralis 2023. Os resultados online, que Renato Pita e a sua navegadora Rubina Gonçalves olham atentamente no final de uma prova, são o culminar de um longo e árduo trabalho de equipa. Se, ao trabalho que carateriza e é comum à maior parte dos pilotos que integram o Campeonato da Madeira de Ralis, juntarmos toda a logística de transportar para uma ilha uma equipa, carros, carrinha de apoio à assistência, ferramentas, material suplente, pneus e toda a parafernália de material, fica-se apenas com uma pequena ideia de como é ser profissional no automobilismo a residir nos arredores do Porto e ser o único piloto continental a participar em todas as provas do Campeonato da Madeira de Ralis.




Renato Pita faz parte da equipa Sébastien Loeb Racing, equipa do consagrado e nove vezes campeão do mundo de ralis, e que pela primeira vez se associou a um piloto português


De armas e bagagens para a Madeira


Tudo é mais complicado para Renato Pita e para a sua equipa. Até mesmo o clima, ser-se forasteiro dentro do seu próprio país ou disputar pódios com pilotos conhecidos e experientes no arquipélago. Renato Pita é de Viana do Castelo e tem já um longo palmarés nacional e internacional. Decidiu, no pós-pandemia, mudar o desafio e apontou armas e bagagens para a Madeira. Hoje, sente-se parte da família, instalou-se no Hotel D. Pedro, em Machico, um hotel onde o mar se perde de vista e todos o conhecem nas ruas da cidade.

Pelo profissionalismo, mas também com o objetivo de se aproximar ainda mais dos seus novos vizinhos, o piloto escolheu uma madeirense para navegadora: Rubina Gonçalves. Poucos meses depois, são um só, pensam e trabalham da mesma maneira, mas ainda assim o trabalho por detrás de cada classificativa de cada rali não deixa de ser muito maior do que o dos seus diretos concorrentes.




Rubina Gonçalves, a única madeirense na equipa, é a navegadora do piloto vianense


Renato Pita tinha consciência do trabalho que traria mudar tudo e todos para uma ilha. Começa logo no início do ano. É a burocracia, são as reuniões de trabalho, são as viagens a Lisboa para trabalhar em conjunto com os seus patrocinadores, onde a BP Portugal assume um papel muito importante na carreira do piloto. São as idas a Viana do Castelo, onde representa o clube centenário da sua cidade, o Sport Clube Vianense, e onde, em colaboração com a autarquia local, leva consigo a marca de Viana do Castelo, que este ano é Cidade Europeia do Desporto.

Por isso mesmo, escolheu a sua cidade natal para a apresentação pública do projeto para este ano, que inclui, entre outros objetivos, fazer a totalidade das provas do Campeonato da Madeira de Ralis num Peugeot 208 Rally4.



Grande desafio: o Rali Vinho da Madeira


A apresentação foi em fevereiro e, depois de diversos contactos e muita burocracia, o carro de competição e toda a logística que este acarreta, embarcaram para a ilha. O calendário de provas arrancou em abril e, ontem, começou o desafio maior: o Rali Vinho da Madeira, no Funchal. Antes, fora o Rali do Marítimo a concentrar todas as atenções, ou não fosse este o local escolhido para "morar" nos longos dias e semanas que tem de passar na Madeira em trabalho.

Renato Pita explica: "Estar totalmente dedicado aos ralis não é apenas chegar, entrar no carro e dar o meu melhor. Toda a preparação ao longo de semanas, muitas horas de treino e de trabalho intenso para que seja possível ano após ano cumprir todos os objetivos traçados. E, no meu caso, aqui na Madeira, é ainda mais difícil: foi preciso criar condições para ter um espaço que sirva de oficina, que fica em Santana, para que possa ser feita toda a preparação do Peugeot 208 Rally4, seguindo um método de trabalho criterioso onde nada pode faltar, pois a falta de material pode implicar a paragem pelo simples facto de ser mais difícil fazer deslocar até à ilha em tempo útil grande parte do material, que vem de França, onde está a minha equipa técnica, a Sébastien Loeb Racing."



Quatro ralis, quatro pódios


Os resultados alcançados têm sido excelentes. Ao quarto rali, são quatro os pódios para Renato Pita que, ainda assim, quer mais, ou não fossem, nas suas palavras, "o foco, a determinação e a vontade" os principais motores para a sua presença. O asfalto, onde se sente mais à vontade, esteve no início desta relação com a Madeira e, muito embora a sua ligação com Viana do Castelo, onde até organizou o primeiro Rali de Viana do Castelo em 2012, é na Madeira que quer continuar a competir nos próximos anos.



"O foco, a determinação e a vontade", os principais motores para a presença de Renato Pita no Rali Vinho da Madeira



Quem é Renato Pita?


Renato Pita tem 47 anos e, no seu currículo soma diversas conquistas, com destaque para 2010, em que foi Campeão Regional de Ralis, num início promissor que viria a repetir-se com o Open de Ralis em 2011 (vice-campeão) e 2012 (vice-campeão nacional de ralis 2RM). Em 2017, chegou o primeiro título europeu: campeão no Tour European Rally 2WD. Pelo caminho, a feliz associação à equipa Sébastien Loeb Racing, equipa do consagrado e nove vezes campeão do mundo de ralis, e que pela primeira vez se associou a um piloto português. Em 2022, sagrou-se vice-campeão RC4 do Campeonato da Madeira de Ralis e venceu a Taça de Portugal de Ralis 2RM, naquele que foi o primeiro título no automobilismo para Viana do Castelo Cidade Europeia do Desporto 2023.

O presidente da Câmara de Viana do Castelo, Luís Nobre, diz que Renato Pita é um "dos seus" e que "está a dar um contributo fortíssimo para fortalecer a relação com os amantes do automobilismo. Renato Pita tem uma forma muito particular de estar no desporto, com tranquilidade e segurança, com sensibilidade para projetos de formação, envolvendo parceiros", adiantou o autarca na apresentação do seu projeto para 2023.

A Madeira é, pois, o seu novo lugar de eleição. Os sabores, os cheiros, o sotaque e a beleza da ilha deixam para trás as memórias, o trabalho difícil e a logística que implica a deslocação para a ilha. Ontem começou mais um desafio: o Rali Vinho da Madeira. Trata-se "do maior evento automobilístico sociodesportivo, com caráter anual, que se realiza na Madeira há mais de 60 anos e que está incluído no Campeonato de Portugal de Ralis da Federação Portuguesa de Automobilismo e Karting (FPAK); no Campeonato de Ralis ‘Coral’ da Madeira; e no Troféu da Europa de Ralis da Federação Internacional do Automóvel (FIA European Rally Trophy), que integra 24 provas em diferentes países europeus, constituindo um polo de animação turística, uma salvaguarda de tradições, usos e costumes, e, simultaneamente, de promoção da Região Autónoma da Madeira".

Os membros diretos da equipa chegaram no início da semana, com os treinos, os ajustes ao carro e os reconhecimentos a serem feitos e ontem começou a prova-rainha do campeonato.  A sua equipa, composta por elementos que estão muito próximos do piloto no seu dia a dia e em toda a preparação do projeto Renato Pita, a sua navegadora, mecânicos, engenheiro motorsport, preparador físico e um psicólogo do desporto que Renato Pita considera muito importante no acompanhamento de atletas de alta competição, é una e coesa e sempre pronta a resolver todos os desafios, muitos deles inesperados. E talvez seja essa a receita do sucesso: estão todos dedicados e apenas focados no mesmo objetivo.

Rubina Gonçalves, a única madeirense na equipa, acrescentaria que o projeto de Renato Pita é "uma mais-valia" para si enquanto navegadora, para o Campeonato da Madeira de Ralis e para os madeirenses. "O Renato Pita já é considerado um madeirense e é, para mim, uma mais-valia pertencer a este projeto por todo o empenho, todo o trabalho e organização únicos, algo que é raro", adiantou, vincando que para as equipas que participam no campeonato "o Renato Pita foi sempre um exemplo a seguir", mesmo quando não era sua navegadora. "É raro ver projetos como o do Renato Pita e acredito que, sendo madeirense, me torno numa mais-valia porque conheço os ralis, o que ajuda muito, ganhando tempo nos treinos, nas provas, e assim tento passar todo o meu conhecimento."



Parceiros em todos os projetos


Renato Pita faz todas as provas e a sua profissão é esta: piloto de rali. Mas também é mais do que um piloto de ralis. Desenhou de raiz o projeto Etapa Segura – Campanha de Sensibilização Rodoviária Infantil, que tem na sua génese a vontade de incutir valores sobre prevenção rodoviária aos alunos do ensino básico.

O imaginário mundo dos ralis é a fórmula que Renato Pita encontrou para captar a atenção e assim permitir "ensinar", de forma lúdica e pedagógica, a conduta a utilizar num dia a dia no trânsito. Foram já milhares de alunos, são dezenas de escolas de todo o país, num périplo organizado em paralelo com as provas – sete ao todo – do Campeonato da Madeira de Ralis.

Com o apoio da BP Portugal, o projeto, criado em 2012, desloca-se às escolas de norte a sul do país com uma mensagem pedagógica sobre segurança rodoviária, contando já com a participação de mais de 50 mil crianças, entre os 6 e os 10 anos.




"Estar totalmente dedicado aos ralis não é apenas chegar, entrar no carro e dar o meu melhor. Toda a preparação ao longo de semanas, muitas horas de treino e de trabalho intenso"



Um exemplo dentro e fora das pistas


Quando disputava o Campeonato da Europa de Ralis aos comandos de um Peugeot 208 R2, foi nomeado pelo Plano Nacional da Ética no Desporto (PNED), uma iniciativa do Governo Português que arrancou em 2012, como embaixador para a Ética no Desporto. Na altura, além de ser o único português a competir no Campeonato da Europa de Ralis (ERC) 2013, tornou-se embaixador para a Ética no Desporto por ser um exemplo, com os valores que passa com o seu trabalho, emprestando o seu nome, a sua presença e o seu testemunho em diversas iniciativas.

Mais recentemente, lançou um novo desafio ao clube da sua terra natal: o Sport Clube Vianense. Em março, foi apresentada a nova modalidade do clube, numa sessão com sala cheia para amigos e parceiros. Renato Pita representa agora o clube na vertente competitiva, sendo o rosto e o representante do automobilismo do clube que conta com 125 anos de existência.

"Há mais projetos e há mais ideias para o próximo ano, em que espero reforçar o trabalho com os meus parceiros e continuar a fazer mais e melhor no desporto e na formação rodoviária", rematou o piloto vianense, sublinhando que o desafio para o próximo ano não é o maior, mas é sem dúvida, um dos melhores com o projeto da Academia Renato Pita.




Este conteúdo foi produzido integralmente por RP Sports Solutions