Figo coleccionador de obras-primas

Figo coleccionador de obras-primas
• Foto: LUSA

Lançou-se à estrada com ambições moderadas para quem, passo a passo, foi atingindo o mediatismo e figura universal e qualidade futebolística só comparável aos maiores do Mundo de todos os tempos. Por talento, caráter, regularidade e uma forma altruísta de sentir o jogo,  tornou-se motivo de orgulho para um povo que o viu, aos poucos, invadir território que, entre nós, só Eusébio conhecia.

Figo teve o condão de banalizar a arte, porque foi capaz de fazer, por jogo, preciosidades que outros não se importariam de assinar, uma que fosse, em toda a vida. Foi um extraordinário coleccionador de obras-primas, de pérolas concebidas e executadas por todo o terreno, durante épocas a fio: para ele era indiferente administrar um jogo a partir das zonas periférica sque são as linhas laterais ou imprimir estilo, desenhar a geometria, gerir a velocidade e ser sublime nos territórios centrais de aproximação à baliza. Só um ser superior conseguia ser tão influente a partir de zonas de passagem; só um génio reconhecido por todos adquire autoridade para levar exércitos inteiros atrás de si. Foi, por isso, um fenómeno sem precedentes no desporto português, que deixou impressão digital em colossos como Real Madrid,Barcelona e Inter Milão, atingindo números e dimensão impensáveis na Seleção. Ele, Eusébio e Ronaldo estão condenados a juntar-se, um dia, no patamar mais alto do futebol português.

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Sporting.

Aos 12 anos jogava no clube do bairro, “Os Pastilhas”, e era louco por Chalana. A 3 de novembro de 1985 efetuou o primeiro jogo pelo Sporting, na equipa B de iniciados, treinada por João Barnabé. Em Alvalade cumpriu o trajeto nas camadas jovens tornando-se presença assídua nas seleções nacionais, em plena fase de consolidação do projecto que Carlos Queiroz havia de potenciar. A 1 de abril de 1990, Raul Águas lançou-o na 1.ª Divisão, em Alvalade, com o Marítimo.

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Peso de ouro.

Campeão do Mundo de Sub-20, em 1991, Figo iniciou a afirmação no Sporting. Bobby Robson apostou nele mas seria Carlos Queiroz a torná-lo jogador de referência e alvo da cobiça europeia. Sousa Cintra, então presidente leonino, não foi sensível ao apelo de revisão do contrato, razão pela qual Figo deixou passar o tempo até ficar livre. No fim da época de 1994/95,

Juventus e Parma entraram na corrida. Acabou no Barcelona, contratado por Johan Cruyff. Na Catalunha voltou a cruzar-se com Robson e José Mourinho, até ao divórcio em 2000, que o levou ao Real Madrid por 60 milhões de euros.

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Glória.

Em 2000 ganharia a Bola de Ouro e um ano depois seria o melhor do Mundo para a FIFA. De resto, no Bernabéu voltou a ser campeão de Espanha e, principalmente, conquistou Champions e Taça Intercontinental. Ao fim de cinco anos em Madrid sentiu, pela primeira vez, o incómodo de não ser querido para os dirigentes, nomeadamente para Florentino Pérez, o presidente que o contratou. Afastado das primeiras escolhas por Wanderlei Luxemburgo, partiu para o Inter Milão, onde viveria as últimas quatro temporadas, a última das quais treinado por Mourinho. Despediu-se em glória, isto é, à altura do que fez no futebol.

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