Bayern Munique e Borussia Dortmund vão protagonizar este sábado, no estádio de Wembley, em Londres, a quarta final da Liga dos Campeões entre equipas do mesmo país e a primeira entre dois conjuntos da Alemanha.
É um fenómeno recente, este de ver duas equipas do mesmo país na final da prova mais importante de clubes, mas que resultado da implementação do modelo criado em finais da década de 1990, quando os campeonatos mais cotados da Europa passaram a poder inscrever duas ou mais equipas na Liga dos Campeões.
Até há pouco mais de 20 anos, com apenas um representante por país, a Liga dos Campeões era uma prova fechada às surpresas.
Pelo contrário, a Taça UEFA, que permitia a participação de mais de uma equipa por país, conheceu logo na sua primeira edição sob a égide da UEFA, em 1972, uma final entre dois clubes ingleses.
Ao longo do historial desta prova, até se tornar na atual Liga Europa, houve nada menos que nove finais com clubes do mesmo país, entre elas a que opôs FC Porto e Sp. Braga na edição 2010/11.
Em 1997, a UEFA criou a primeira versão do atual modelo da prova, permitindo a partipação de dois, três ou mesmo quatro representantes dos países melhor classificados no seu próprio ranking de equipas.
Alemães, ingleses, espanhois e italianos têm, ao longo dos anos, tido quase sempre a possibilidade de apresentar 3 ou 4 equipas e por isso acaba por não se estranhar que nas três anteriores finais com adversários do mesmo país tenham estado precisamante em campo contendores de Espanha (1999/2000), Itália (2002/03) e Inglaterra (2007/08).
Este ano, a Alemanha completa o lote com a primeira final 100% alemã entre dois clubes que já venceram a Taça dos Campeões Europeus.
A 24 de maio de 2000, o Stade de France, nos arredores de Paris, recebeu a primeira final de sempre entre clubes do mesmo país: Real Madrid e Valencia.
A equipa de Valência apresentava-se motivada pelo bom campeonato que havia feito, mesmo que o título tenha ido para o Deportivo da Corunha, e comandada pelo melhor médio espanhol de então, Mendieta, sonhava com a vitória.
Mas o Real Madrid, comandando pelo experiente Vicente del Bosque e com Raúl no topo da sua forma, acabou por vencer por um claro 3-0, golos de Morientes, McManaman e Raúl.
Três anos depois, a 28 de abril de 2003, o Estádio Old Trafford, em Manchester, recebeu a sua primeira final da Liga dos Campeões e também a primeira entre dois clubes italianos, Juventus e AC Milan.
O jogo, equilibrado como se esperava, acabou empatado sem golo, mesmo após prolongamento. Aí, os nervos falaram mais alto e os milaneses levaram a melhor depois de três penaltis falhados da Juventus contra dois da sua parte.
O português Rui Costa era uma das figuras do meio campo do Milan, conquistando nesse dia a sua única Taça dos Campeões Europeus.
Cinco anos depois, a 21 de maio de 2008, outro jogador português levantou o troféu pela primeira vez, ao serviço do Manchester United.
A final com o Chelsea teve lugar em Moscovo, no Estádio Lujniki, a primeira disputada em relvado artificial, e o português foi protagonista. Marcou o primeiro golo do jogo, aos 26’, mas a resposta de Lampard, aos 45’, levou a decisão para prolongamento e depois penáltis.
Aí, Ronaldo falhou a sua tentativa e suspirou de alívio quando Terry falhou a sua, acabando o Manchester United por vencer depois de Anelka ter falhado a sua, com os diabos vermelhos a vencerem por 6-5 no desempate por penáltis.