Boavista-Paris SG, 1-0: Letizi ofereceu o jogo num ''penalty'' para rir

Boavista-Paris SG, 1-0: Letizi ofereceu o jogo num ''penalty'' para rir
• Foto: Simão Filho

O Boavista conseguiu, na noite de ontem, apurar-se para os oitavos-de-final da Taça UEFA ao vencer por 1-0 o Paris Saint-Germain, golo obtido por Silva na transformação de uma grande penalidade a qual, desde já, fica com grandes possibilidades de figurar nos vídeos anuais dos momentos mais hilariantes do desporto. Foi assim: depois de uma fantástica jogada de Pedro Santos pela esquerda (onde passou dois adversários antes de cruzar para Silva), o guarda-redes Letizi parou bem o remate de Silva. Pedro Santos foi de encontro aos placards publicitários situados no final do campo e ficou estatelado. Letizi não se apercebeu disso e largou a bola para a frente, por forma a chutá-la para os colegas do ataque. Pedro Santos levanta-se rapidamente e ainda chega a tempo de disputar a bola com o guarda-redes, a qual sobra para a esquerda. Silva recolhe e no momento em que se preparava para virar, Letizi, de carrinho, abalroa o avançado do Boavista. "Penalty" tão evidente quanto escusado, se o francês tivesse olhado para trás e percebido a presença de Pedro Santos.

O golo do Boavista (e só um bastava, como bastou, para seguir em frente) surgiu depois de um minuto alucinante em que Ricardo salva o Boavista aos pés de Aloísio, jogada que vai terminar a descrição já feita nas primeiras linhas. Um minuto de emoção depois de uma primeira parte verdadeiramente triste e calculista, onde os do Bessa pouco perigo criaram e onde os parisienses mal se aproximaram da área contrária.

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A troca de Rui Óscar por Martelinho, ao intervalo, deixou perceber que Jaime Pacheco, finalmente, iria fazer algo para desequilibrar um jogo que estava demasiado preso pelos encaixes quase perfeitos das equipas. Curiosamente, o extremo Martelinho cedo acabaria por transformar-se em lateral-direito, dada a vantagem suficiente dos portugueses para passarem mais uma ronda da Taça UEFA. Aliás, o recuo dos axadrezados permitiu a Fernandez correr todos os riscos e decidir, nos últimos dez minutos, passar a jogar só com três defesas (adiantou Pochettino). A expulsão de Luiz Cláudio (87') ainda colocou mais o Boavista encostado às cordas e Ricardo (88') voltou a ser o salvador ao defender, com as pernas, um remate de Cardetti. Cafú, última aposta, deveria servir para segurar a bola lá na frente, mas o jogo estava, na recta final, tão dominado pelos franceses que raramente se situava para lá do meio-campo dos da casa.

A Taça UEFA continua a ser a única prova que dá, este ano, motivo de orgulho aos boavisteiros. Mesmo sem jogar muito bem; mesmo sem atacar muito bem. Mas a fiabilidade defensiva, colocada muito à prova nos derradeiros 20 minutos, está de novo no Bessa. Já é um começo.

O árbitro croata fez, tecnicamente, um trabalho muito bom, mas também não precisava de exagerar com o proteccionismo dado aos jogadores do Boavista, em termos disciplinares. O caso mais gritante passou-se quando mostrou amarelo a Paulo César (65'), por obstrução, e não teve a mesma atitude perante uma placagem de Martelinho a Heinze. Um erro que o levaria, depois, a entrar num jogo de distribuir amarelos a quase cada falta. E esse exagero acabaria por estar na origem da expulsão de Luiz Cláudio: fez duas faltas muito semelhantes (erro típico de avançado que corre atrás do defesa), lances que aconteceram na primeira parte sem qualquer admoestação.

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