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29.06.2024
Internacional português esteve na sala de imprensa e falou aos jornalistas
Eslovénia vai jogar pela primeira vez nos oitavos-de-final e Portugal é muito experiente. Opinião?
"Quando chegamos a este patamar, acho que a experiência acaba por não ser tão importante. O futebol é o momento, o presente, e não é propriamente importante o que aconteceu no passado. Sabemos o que vamos enfrentar, sabemos as armas da Eslovénia. É difícil jogar contra eles, mas nós também somos fortes. A nossa ambição está no topo".
Como é o seu papel na Seleção comparativamente ao que tem no Fulham?
"É mais ou menos semelhante. Não há muitas diferenças, para ser sincero. Quando falo com os treinadores, pedem-me para fazer praticamente a mesma coisa. Sinto-me muito orgulhoso por estar aqui a representar a Seleção Nacional".
Falou do bloco baixo da Eslovénia. Semelhanças entre o jogo que Portugal fez contra a Eslovénia em março e o de amanhã?
"O primeiro jogo foi um particular e isso é completamente diferente. Para mim, enquanto jogador, o nosso foco tem de estar no topo. É isso que é preciso para ganhar. Sabemos o que vamos enfrentar, sabemos que a Eslovénia é uma das surpresas deste torneio. Passei algum tempo com o Sporar, conheco-o bem e sei que a Eslovénia tem jogadores muito bons. Mas eles também vão ter pela frente jogadores muito bons".
Há dois anos, no Mundial, Portugal também perdeu na última jornada da fase de grupos e depois deu uma grande resposta nos oitavos-de-final. Há capacidade para fazer o mesmo aqui?
"O importante é ganhar, seja por um ou por quatro. Assinava já por baixo se me garantissem a vitória, isso é que é importante. Quando perdemos um jogo, ou quando o jogo corre menos bem individualmente, o que queremos é que o próximo chegue o mais rápido possível. É isso que todos queremos, é esse jogo que todos queremos jogar e sabemos que todos os olhos e as críticas vão estar do nosso lado. Vamos fazer com que as críticas desta vez sejam boas e que consigamos festejar no fim do jogo".
Pepe disse que era preciso concentração competitiva contra a Eslovénia. Nos últimos jogos, em particular nas derrotas, faltou isso? Que peso tem a componente mental numa fase final?
"A motivação vai estar lá em cima como sempre esteve até agora. No que diz respeito à mentalidade, queremos todos ganhar e, se for possível, fazer o que foi feito em 2016. É um orgulho para todos nós estarmos aqui. Para alguns jogadores provavelmente será o último Europeu e isso acrescenta ainda mais ao discurso interno que os nossos capitães têm. É um grande resposta que temos que dar todos, acreditem que não há maior motivação para um jogador do que representar o seu país. É com essa motivação que vamos encarar os jogos. Estamos focados no próximo jogo e, como o Pepe disse, é isso mesmo que sentimos. Vamos dar todos uma grande resposta".
Pepe falou da flexibilidade tática da equipa, independentemente do sistema. Com três centrais, Portugal não tem feito as coisas muito bem. Qual tem sido a dificuldade?
"Se formos a ver os jogos que fizemos, a Rep. Checa e a Geórgia defenderam num bloco muito baixo e aí temos de ser mais objetivos. O facto das equipas jogarem cada vez mais dessa maneira contra nós obriga-nos a crescer enquanto seleção. É algo que julgamos que vamos encontrar também no próximo jogo. Independentemente da linha, o mister é que é o responsável e vai escolher a melhor equipa e sistema para defrontarmos a Eslovénia. Não tenho dúvidas de que vamos fazer um excelente jogo, seja em que sistema for".
Que tipo de jogador é o João Palhinha aos 28 anos? Que evolução destaca no seu jogo?
"Creio que, à medida dos anos, o facto de também ter ido para a Premier League me obrigou a crescer. É inevitável o crescimento de um jogador, estamos a competir com os melhores. O facto de ter ido para o Fulham ajudou-me a crescer, os anos em que estive no Sporting, no Sp. Braga. Para o mês que vem vou fazer 29 anos, mas sinto que ainda estou a evoluir e que tenho mais para dar. O João que vocês veem hoje amanhã ainda vai ser melhor e é isso que pretendo para o meu futuro".
Portugal sentiu dificuldades contra blocos mais baixos, e a Eslovénia deverá jogar assim também. O que a Seleção tem de fazer para desmontar estas equipas?
"É sermos mais objetivos, acima de tudo. Fazer mais movimentos, haver menos jogadores a pedir a bola no pé e tentar penetrar mais no espaço interior. Creio que é isso que vamos tentar fazer contra a Eslovénia. No jogo com a Geórgia vimos que muitos jogadores pediram a bola no pé e isso facilitou-lhes o trabalho defensivo. Pretendemos abordar o jogo de maneira diferente e, se possível, fazer de tudo para ganhar".
Cancelo disse que vocês tentavam ver os outros jogos do Europeu. Pepe sublinhou a fase de grupos de Portugal a nível estatístico. Na sua opinião, qual a melhor equipa até agora?
"O mister fez-nos essa pergunta ontem à mesa e isso gera sempre discórdias. Se me perguntar a mim, olho para duas seleções: Espanha, que é sempre muito forte, e Áustria, que está a ser uma belíssima surpresa. Têm muito mérito pela qualificação. A Alemanha também está num grande nível. Acho que essas devem ser as mais fortes".
O de três não está a funcionar?
"Se tivéssemos ganho, como ganhámos na qualificação com três centrais... Depende das opiniões. Temos equipa para jogar com vários sistemas, mas não posso dizer como vamos jogar contra a Eslovénia. Seja em que sistema for, vamos estar mais do que peparados para dar uma grande resposta e vamos com tudo".
Numa competição tão curta, houve algum trabalho mental para vos tentar recuperar o ânimo depois da derrota?
"Enquanto profissional, quando perdes um jogo anseias sempre que o próximo chegue. Ficamos a contar os dias para darmos um resposta diferente, o ambiente é totalmente diferente quando se perde e isso nota-se através dos jantares que temos. Isso também é bom por causa da exigência que temos uns com os outros. Mas não vale a pena pensar já na Geórgia, temos de pensar na Eslovénia e saber onde queremos chegar na nossa competição, se possível fazendo mais uma vez história".
Acredita que saiu ao intervalo contra a Geórgia para ser poupado? Como vai fazer a gestão por causa do amarelo?
"Não há aqui gestões. Qualquer jogador que jogue na minha posição, na do Bruno ou do Cristiano, está preparado. Não vai haver poupanças por causa de amarelos. O mister disse-me isso ao intervalo do último jogo. Respeitei na altura, claro que nenhum jogador gosta de sair ao intervalo. Da maneira como o jogo estava, estava propício a isso. Não fui eu que levei outro amarelo, acabou por ser o Rúben Neves. Todos vão dar o seu máximo".
Os jogadores tiram mais prazer do momento em que têm a bola, mas o João também gosta muito das recuperações, dos cortes. Como é que isso se consegue?
"Todos os jogadores têm o seu papel. Olhamos para a nossa Seleção e, dentro desta equipa, todos têm caraterísticas diferentes. Acho que isso é uma mais-valia para nós. Já me conhecem, sabem o jogador que gosto de ser dentro de campo e a paixão que tenho pela recuperação de bola, pelo momento defensivo, que é uma parte bastante importante. Sempre foi algo que esteve comigo desde o início e quem me conhece sabe que faz parte da minha imagem. É por isso que as pessoas também acabam por gostar de mim, por essa entrega que dou ao jogo. Vou tê-la sempre".
Está em risco de exclusão. Isso poderá influenciar as escolhas do selecionador?
"Acho que não. O mister é que irá escolher o melhor onze, mas a questão do meu amarelo é relativa. É a Eslovénia e não podemos pensar no jogo a seguir se não ganharmos este. Não seria bom pensar em poupanças por causa dos amarelos. Olhamos para as suspensões e o facto de ser com dois amarelos é curto, numa competição com tantos jogos, mas são as regras. O mister vai escolher o melhor onze".
Análise à Eslovénia e a Sporar. Quais os maiores perigos?
"O Sporar foi um colega com o qual tive a oportunidade de privar, é um excelente jogador, que tinha boa relação comigo. É muito móvel, um jogador que dá muita luta e se esforça, e essa é também a imagem da Eslovénia. Jogam com ele e com o Sesko na frente. Têm uma excelente equipa, é uma das boas surpresas deste Europeu. Será um jogo muito difícil, à medida que nos vamos aproximando das fases finais a competitividade aumenta. Sabemos que vamos apanhar uma Eslovénia muito forte, mas eles também irão apanhar um Portugal muito forte. É nisso que estamos focados".
Bayern irá fazer derradeiro esforço para contar consigo. Será desta? Traz-lhe pressão acrescida?
"Neste momento estou focado no meu trabalho na Seleção, em fazer história pelo meu país, ganhar jogos. É aí que está o meu foco. O que posso dizer em relação ao meu futuro é que ambos os clubes já sabem onde pretendo estar daqui a um mês. O que tiver de acontecer, acontecerá. Vamos ver".
Sérgio Conceição escreveu um artigo de opinião no nosso jornal e disse que Portugal foi lento e previsível contra a Geórgia. Concorda? É algo a melhorar?
"Olhamos um bocadinho para esse aspeto do jogo como algo a melhorar, temos de ser mais objetivos, criar mais oportunidades durante o jogo. Acho que é isso que tem faltado um pouco, mas acho que a equipa está preparada para o que aí vem. A resposta foi ótima da parte de todos e acho que todos querem vencer e fazer história pelo nosso país. Estamos muito ansiosos pelo próximo jogo para dar uma grande resposta".
João Palhinha foi o eleito para participar, este sábado, em mais uma conferência de imprensa da Seleção Nacional, a dois dias do jogo dos oitavos-de-final do Euro'2024 diante da Eslovénia.
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