Bruno Fernandes: «Sabemos que Ronaldo quer atingir coisas que outros nunca conseguiram»

Foto: Paulo Calado
Foto: Fernando Ferreira

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Médio do Manchester United faz a antevisão ao jogo com a República Checa

Bruno Fernandes abordou esta quarta-feira, em conferência de imprensa, os jogos com a República Checa (sábado) e Espanha (terça-feira), da Liga das Nações.

Jogo com a Rep. Checa é decisivo? "O nosso objetivo passa por ganhar os dois jogos. O foco está no primeiro. Temos de fazer o maior número de pontos para passar, mas estamos cientes das dificuldades. Em casa tornámos fácil, mas sabemos o que nos espera e estamos preparados"

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Se ficaram surpreendidos com anúncio de CR7 ficar até ao próximo Europeu: "Quem poderia acreditar que não quisesse estar nesse Europeu, não o conhece. Sabemos bem a resiliência, o gosto e ambição que tem mostrado ao longo dos anos. Não é uma novidade. Sabemos que o Cristiano quer atingir coisas que outros nunca conseguiram. Vai ter sempre a mesma importância. É o melhor jogador do Mundo e vai continuar a ultrapassar barreiras que outros não conseguem".

Decisão de Rafa: "Não falei com ele nem acho que deva fazer. É decisão dele e deve ser respeitada. Cada pessoa tem a sua vida, os seus problemas e maneira de resolvê-los. Há que respeitar. Enquanto cá esteve ajudou-nos muito. É campeão europeu e da Liga das nações. Temos de lhe estar gratos, foi exímio e ajudou-nos imenso. Tomou esta decisão para o bem dele, ninguém a toma de ânimo leve. Provavelmente tem um motivo, mas só ele pode explicá-lo. Não me cabe a mim perguntar. Estou feliz por ter partilhado com ele aqui e nos Sub-21, ficará marcado na história do país porque ganhou dois troféus. Renúncia não retira o que fez por nós"

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Jogo com Espanha: "Não estamos preocupados com esse. Se não ganharmos agora e a Espanha ganhar, pouco adianta. O nosso foco tem de estar na República Checa, sabemos da qualidade que têm. Um jogo de cada vez. Queremos ganhar os dois. Sabemos da qualidade de Espanha, mas a Rep. Checa tem grandes resultados e jogadores que estão nas melhores ligas do Mundo. Temos de ganhar o primeiro jogo para facilitar o segundo e ficarmos só a depender de nós. Queríamos ganhar tudo, mas agora passa por ganhar estes dois".

O que mudaria na convocatória face a tanto talento: "É sempre fácil quem não faz escolhas dizer que devia ter vindo A, B ou C. A qualidade é tão grande aqui na seleção e quem ficou de fora tem a mesma qualidade para estar neste espaço: muitas vezes depende de quem está há mais tempo e já com ideias. Muitas vezes jogadores que não jogam tanto merecem essa chamada por aquilo que tem feito na seleção. Quando andava por Itália achava que tinha qualidade para vir e não vim! Ontem o Zicky da seleção de futsal disse que só responde com trabalho e tem de ser o slogan de toda a gente. Como foi o meu caso. Temos muitos a brilhar, no nosso campeonato e lá fora, que estão a fazer grandes coisas e feitos. O importante é que continuem a fazê-lo e a orgulhar o país, mesmo que não venham à seleção. A oportunidade vai acabar por surgir e têm de estar preparados".

Como vê últimos acontecimentos nas bancadas dos estádios portugueses - casos de Famalicão e no Estoril: "Para nós, como portugueses, é ridículo. Já estamos mais avançados, deveria ser mais normal e pessoas deviam aceitar as escolhas de cada um. Não se trata das instituições em questão. No Estoril não foi ninguém do Estoril a dizer para tirar camisola, como em Famalicão. E acontece em outros estádios, com pessoas adultas e não só com crianças. Temos de aprender muito com Inglaterra, o fair-play, as pessoas saem juntas do jogo, rivais, andam de metro e nada acontece. Há confusões e confrontos também, como em todo o lado. As crianças são o futuro e vão ao estádio para ver os seus ídolos. Isso pode fazê-las desistir dos seus sonhos. É de cada um ter mais responsabilidade e perceber que o futebol é um espaço para todos. Não escolhe género, etnia nem cor. Toda a gente tem de ser respeitada. No estádio, seja qual for a zona, pagou bilhete e tem direito a estar coma camisola, gritar golo e vibrar com o jogo. Quero poder estar tranquilo, que os meus filhos possam ir ao estádio sozinhos e levem a camisola que quiserem".

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Futuro capitão da Seleção? "Não faço projetos a tão longo prazo. Não me considero líder, mas sim uma pessoa que age naturalmente. Reajo muito à flor da pele, é a minha maneira de estar no futebol e na vida. Gosto de ajudar, ser crítico, melhorar e melhorar os outros. Que tudo à minha volta esteja o melhor possível. Tento que o jogo flua mais, que os meus companheiros tenham confiança necessária para dar o seu melhor. É a minha maneira de ser. Não o faço para querer liderar ou ser líder. Fui sempre assim, desde miúdo. Podem achar-me rezingão ou mandão - os meus filhos também reclamam comigo em casa! Cada um tem a sua maneira de ser. O que mais quero é estar aqui em 2024 e ajudar a Seleção, independentemente de ser líder ou não".

Mundial'2022 e as questões humanitárias: "São coisas que nos ultrapassam um bocadinho. Como jogadores não há muito que possamos fazer. Alguns já se expressaram e nada mudou. O importante é que toda a gente esteja bem e seja incluída no Mundial do Qatar. O que mais queremos é que seja como sempre foi, um grande espectáculo e que seja mais uma festa do futebol. Que seja feita com responsabilidade para ser uma festa e uma grande prova onde toda a gente possa usufruir".

Concluídas quatro jornadas da Liga das Nações, Portugal está no segundo posto do Grupo A2, com 7 pontos, depois de ter superado a Suíça (4-0) e a República Checa (2-0), em Lisboa, empatado em Sevilha, com a Espanha (1-1), e perdido em Genebra, perante os helvéticos (1-0).

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A Espanha é quem lidera a 'poule', com 8 pontos, enquanto a República Checa é terceira, com 4, e a Suíça a última, com 3.

A formação das quinas, vencedora da primeira edição da Liga das Nações, em 2019, precisa de vencer o agrupamento para chegar à 'final four' da terceira edição, sendo que a segunda foi conquistada pela França, numa final com a Espanha, em 2021.

Os quatro vencedores dos grupos da Liga A qualificam-se para a fase final, que inclui meias-finais, final e partida de atribuição do terceiro lugar. A 'final four' da terceira edição da prova será realizada em junho de 2023.

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Por André Antunes Pereira
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