Henry na pele do diabo

• Foto: Reuters

Melhor marcador da história da seleção francesa (51 golos em 123 internacionalizações), Thierry Henry veste agora a pele de ‘diabo’, como adjunto de Roberto Martínez, e arrisca-se a passar de ídolo a vilão, caso a Bélgica elimine os gauleses do torneio na Rússia. Depois de ter ajudado a derrubar o Brasil – tal como já tinha feito como jogador dos bleus na final do Mundial’1998 e nos ‘quartos’ de 2006 -, o ídolo dos franceses vai sentar-se, terça-feira, no banco do ‘inimigo’, a poucos metros da outra barricada onde estará Didier Deschamps, atual selecionador gaulês e ao lado de quem levantou o troféu de campeão do Mundo em 1998. Estará, certamente, de coração dividido, embora Lucas Hernández perspetive sempre um desfecho feliz para Henry neste duelo das ‘meias’.

"Mesmo se perder, vai ficar feliz, porque, acima de tudo, é francês", atirou o lateral gaulês do Atlético Madrid, conhecedor do passado glorioso de ‘Titi’. "Todos os franceses sabem que ele foi um grande jogador, um ícone do futebol. Agora é adjunto na seleção belga e espero que não nos vença." E, para evitar que isso aconteça, Lucas Hernández promete uma equipa ‘raivosa’: "Vão ver onze cães dentro de campo, mais três que vão entrar."

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Já do lado dos belgas, estes contam com Henry para adquirirem mentalidade vencedora. "Ele é essencial no grupo. Com a sua experiência, com o sucesso que teve na carreira, consegue passar para os nossos jogadores o que é necessário para suportar esta grande pressão. Os nossos resultados também se devem a isso", vincou Roberto Martínez. E Witsel, médio belga que passou pelo Benfica, concorda: "Ele sabe como podemos ganhar um Mundial. Transmite-nos essa mentalidade vencedora."

O ‘professor’ de Lukaku

Referência do ataque da Bélgica, já com 4 golos no Mundial, Lukaku não esconde a influência de Henry no seu rendimento. "Todos os dias aprendo com ele. Estou com a lenda, em carne e osso. Ele diz-me como atacar o espaço como ele fazia. Deve ser a única pessoa que vê mais jogos do que eu. Chegamos a conversar sobre a 2ª Divisão alemã", contou o avançado do United, cuja confiança também cresceu com a integração do ídolo francês. "Quando faço golos sou belga; quando perco dizem que sou de origem congolesa", queixou-se o artilheiro a Henry, cujo pai é de Guadalupe e a mãe de Martinica, e usou o seu exemplo para Lukaku mudar a forma de pensar. "Eu também era alvo dessas situações, mas resolvi deixar as críticas de lado e fazer o meu trabalho. É o que deves fazer." O avançado seguiu os conselhos de Thierry e prova disso é que fez 17 golos nos últimos 14 jogos da Bélgica.

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Por Aurélio de Macedo
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