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Fernando Santos: «Podemos ser campeões do Mundo. É isto que esta equipa pode dar»

Selecionador nacional explica escolhas para o Mundial'2022

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Fernando Santos: «São estes que vão ao Mundial… depois é discutível se podia ser o António, o João ou o Manuel»

Muitas vezes é acusado de algum conservadorismo, mas desta vez contraria a tendência e convoca António Silva... 

"As observações, a análise dos jogadores ao longo da época... as nossas convocatórias foram sempre feitas tendo por base as observações que fazemos. Não é nada de novo relativamente ao nosso estilo de convocatória, ao que pensamos e imaginámos. É como queremos abordar o Campeonato do Mundo, potenciando ao máximo a capacidade dos jogadores, quer em dinâmica ofensiva, defensiva e nos vários momentos do jogo. Escolhemos estes 26, podíamos ter feito outras opções. Mesmo depois de tantos anos temos sempre alguma dúvida até no último dia, porque há sempre essa pequena questão de jogadores semelhantes".

Ausência de Moutinho... é a altura certa para o deixar de fora?

"Centramo-nos muito nas questões individuais. Esta semana vi muita gente, e até agradeço, a tomar decisões, a dizer qual a vossa convocatória e acho isso muito interessante. É perfeitamente normal. Não é uma questão de deixar fora A, B ou C. O plano é feito ao contrário. Não tem a ver com os jogadores, tem a ver com o que perspetivamos para o Campeonato do Mundo".

Olhando para esta Seleção, Portugal não tem muitos extremos de raíz. Pode ser um problema? Que ponto de partida vai utilizar?

"Não há planos alternativos, só há planos base. O alternativo é só caso o base não funcione, as situações que podemos ter em cada momento do jogo. É isso que fazemos em treino, no pouco tempo que temos. Procuramos ter mais do que uma possibilidade. O que importa é o plano do jogo e não tanto a questão do 3x4x3 ou do 4x4x2. Muitas equipas jogam em sistemas mais híbridos. O que fizemos foi olhar para a lista dos 55, para o potencial dos jogadores, e perceber qual a melhor forma de potenciar a capacidade dos jogadores. Agora temos de criar as condições para isso".

Olhando para os 26, o Fernando Santos também esteve aqui nas últimas grandes competições [Mundiais e Europeus]. Nas últimas duas, Portugal ficou-se pelos 'quartos'... o que é que estes 26 podem fazer pela Seleção, que os anteriores não fizeram?

"Acredito que podemos ser campeões do Mundo e que é isto que esta equipa pode dar."

Matheus Nunes e Renato Sanches, teve dúvidas?

"Compreendo essas perguntas mas tínhamos de individualizar. Fizemos uma lista de 55, tínhamos de ir jogador a jogador. O que é mais relevante é que são estes que vão ao Mundial. Não tenho dúvidas nenhumas que tenho confiança absoluta neles. Desejo que todos os portugueses apoiem a Seleção Nacional, depois é discutível se podia ser o António, o João ou o Manuel. Os que foram convocados acham que foram uma justiça, os que não foram acham que foi uma injustiça. Isto é mesmo assim. Respeito todos os jogadores como sempre fiz, e se os coloquei nos 55 é porque tinha absoluta confiança que todos me davam garantias. Depois tive de tomar uma opção, e foi o que fiz".

Deixou de fora dois jogadores importantes, Gonçalo Guedes e Renato Sanches. Por que razão leva Matheus e não Renato?

"Não vou dizer isso agora. Não ficaria bem para quem ficou de fora mas também para quem está dentro. Eu sei que levo jogadores que nunca estiveram numa fase final, mas isso também aconteceu em 2016, 2018... se mudamos mudamos, se não mudamos, não mudamos. Tinha de fazer escolhas, e eu e a minha equipa escolhemos com base naquele que é o nosso plano, procurando ter jogadores diferenciados. Foi esta a escolha, só isso".

Rafa... houve possibilidade de voltar a ser convocado?

"Acho que já fui muito claro, já o disse na sexta-feira. Não vou voltar a falar nesse tipo de questões, é um não-assunto neste momento".

O facto de levar António Silva e não levar Inácio e Diogo Leite, está relacionado a jogar numa linha de 4 defesas? Ou tem a ver com as últimas exibições?

"O critério foi a avaliação, o que vi nos jogos, o que acompanhámos e fomos vendo. Vamos jogar um Mundial... percebo as vossas perguntas e respeito, estou pronto a responder às que entendo que devo responder, talvez não da forma que vocês gostariam, mas ainda não falámos do Mundial. Já me colocaram quatro questões relacionadas com jogadores. Eu já defendi as minhas escolhas, e por isso é que eu é que vou ser avaliado no fim. Sei que isto vai ser sempre alvo de discussão, se estivessem outros de fora estaríamos a fazer exatamente as mesmas perguntas. Vieram esses 26 e assumo essa responsabilidade. Seria quase anormal que todos estivéssemos de acordo. Tenho visto nos meios de comunicação social e não me parece que tenha visto nenhuma convocatória igual, e é perfeitamente normal. Mas a cabeça que tem de pensar é a minha. Se correr bem, sou o responsável, se não correr, também sou".

Que seleção considera favorita?

"Favorito é a França, seguramente, ganhou a última edição".

Que contributo pode dar Cristiano Ronaldo à Seleção?

"A mim não me preocupa [o momento dele]. É por isso que vou entrar já hoje em estágio. Vamos tentar entender qual a melhor opção para potenciar todos os jogadores, inclusivamente o Cristiano".

Há algum 'serviço mínimo' para a Seleção? Teme que a sobrecarga de jogos possa ter impacto negativo?

"Essa questão de serviços mínimos, quando digo que a ambição é conquistar o Mundial, não pode haver serviços mínimos. A segunda questão é importante, é algo que nunca aconteceu e acho que nenhum selecionador consegue definir bem. Sempre foi disputado em junho. É verdade que a sobrecarga de jogos é sempre maior quando é no final da época, mas também é verdade que não é com a mesma intensidade, nos últimos dois meses a maior parte das equipas já só está a disputar a principal prova caseira. Temos jogadores que têm ambições de chegar à Liga dos Campeões, etc. Todos os jogadores tinham 10 dias de férias no final da época [quando o Mundial era nessa altura], exceto aqueles que jogavam essa final. Para já, tenho muita dúvida se a sobrecarga é maior ou menor. Este espaço de época até agora foi jogado de forma muito intensa. A maior parte das equipas jogaram sempre a meio da semana e ao fim de semana. Campeonatos, Taças, competições internacionais... foi quase sempre a jogar de três em três ou quatro em quatro dias, e por isso é que estamos a ver alguns jogadores em dificuldades. Ainda hoje li que o Sadio Mané vai estar fora, li que o Conte disse que o Harry Kane está a acusar muito cansaço. Vamos começar na segunda-feira, quinta-feira temos um jogo, partimos para o Qatar depois, e lá só temos quatro dias até ao jogo. É um espaço muito curto. Temos de avaliar muito bem a condição dos jogadores. Há uns que não estão em competições europeias, outros que têm muito mais competição. É fundamental encontrar um modelo, forma, ação, dinâmica do jogo que potencie toda a capacidade dos nossos jogadores".

Ronaldo...

"Jogou os últimos quatro jogos. O Cristiano, como todos os outros que convoquei, vem com uma fome enorme de mostrar a sua capacidade e de tornar Portugal campeão do Mundo. O Cristiano está neste lote seguramente".

Como está Pepe? Falou com ele, que sensações lhe transmitiu?

"A última reunião que tive hoje foi com o departamento clínico, e uma das perguntas que coloquei foi se havia alguém inapto para ser convocado. A resposta foi não. Quando o meu departamento me diz isso, acho que estão todos prontos".

Oito anos de Seleção, dois títulos importantes... já pensou se é o selecionador certo para Portugal? 

"O que pensei muitas vezes, e o que faço, porque tenho capacidade de me auto-analisar, é que depois dos jogos podia ter feito de maneira diferente. Eu entendo a questão, mas isto tem a ver com acreditares em ti enquanto treinador, e isso eu nunca perdi".

Danilo pode subir para o meio-campo?

"Estão quatro centrais convocados. Na última convocatória expliquei que o Danilo estava como médio mas que podia jogar a central. Agora é igual. Ele faz as duas posições".

João Félix tem jogado muito menos este ano. Que planos tem para ele em específico?

"Não tenho nenhum plano específico para o João. Nem para o João nem para outro qualquer, mas sim para a equipa. Vou procurar potenciar todos os que estão aqui, e criar dinâmica de jogo que potencie a qualidade dos jogadores. O João faz parte desse objetivo. Se acreditamos que todos têm potencial, e todos dizemos - e bem - que temos muita qualidade, temos de criar um plano que potencie a qualidade e as caraterísticas dos jogadores".

Levar 26 jogadores...

"Se acontecesse como aconteceu em 2021, quando levámos 26 e só 23 podiam ser utilizados, eu só levava 23. Se só pudessem ir 23 para o jogo, para o banco, eu só levava 23. Não levava nenhum a mais. Emocionalmente, em termos de grupo e coesão, não funciona. Foi talvez uma das experiências mais ricas, até em termos negativos, que já tive. Quando levei 25 para estágio quando treinava a Grécia quando só podiam ir 23, funcionou mal. A lista tem de se dar no dia antes, e os jogadores estão à mesa à espera que o treinador vá lá bater no ombro, há uns que já estão na expectativa [de não irem]. É muito ingrato. Convoquei 26 sabendo que os posso utilizar".

Schmidt criticou o facto de o Mundial ser nesta altura. De que forma isso influencia o seu planeamento?

"Acho que não há ninguém que concorde em absoluto com a prova nesta altura. Não é bom para os clubes, para as equipas nacionais, para ninguém. Eu que já participei em várias competições, é a sexta fase final em que vou participar, já estive no Brasil, Rússia, em que as viagens entre jogos eram terríveis. Muito calor no Brasil, saltar de um lado para o outro... nesse aspeto, até temos aqui alguma vantagem no Qatar. Não temos nenhum campo, pelo menos na fase de grupos, a mais de 25 minutos de outro. Vamos estar sempre no nosso hotel, não vamos andar sempre com a casa às costas. Essa é uma vantagem, o desgaste é menor. Em Fortaleza era um calor insuportável. Isto não é uma crítica à organização, que funcionou muito bem, mas eram as condições. Aqui estamos sempre na nossa base, o campo de treinos está a cinco minutos, é tudo relativamente bom. As avaliações que fiz quando lá estive foram boas, já foram dois colaboradores hoje para lá preparar tudo".

Por Record
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