O Libertad, clube paraguaio que sexta-feira recebe o Boca Juniors, para a Taça Libertadores, teceu duras críticas à Conmebol, depois de o organismo ter dado luz verde à viagem da equipa argentina, que tem casos de covid-19 no seu plantel.
"É preciso aplicar o regulamento da Conmebol e pronto, quem dá positivo não pode jogar! Temos paraguaios fechados em casa, sem poderem abrir o seu negócio, mas vêm estrangeiros com teste positivo disputar um jogo. Estamos todos loucos", considerou o Ruben Di Tore, presidente do Libertad.
Mais tarde, o clube emitiu um comunicado, visando o Boca e a Conmebol. "O Libertad manifesta a sua total indignação, repúdio e absoluta preocupação pelo tratamento diferenciado e de favor que se dá a estas pessoas em detrimento da saúde da população paraguaia", começa por dizer o clube.
"É altamente preocupante que os responsáveis pela gestão da emergência sanitária no Paraguai modifiquem as suas próprias práticas para beneficiar pessoas e instituições que não cumpriram as obrigações que assumiram", pode ler-se.
Depois, o clube aponta o dedo à Conmebol. "Lamentamos profundamente que a Conmebol ignore os seus próprios protocolos sanitários, infringindo princípios fundamentais de convivência que colocam em risco a saúde das pessoas que tomarão contacto com a comitiva do Boca, que chega ao país com casos de covid-19, especialmente os futebolistas do Libertad que, com tanto esforço, têm conseguido não se contagiar (salvo casos isolados), prova que quando se atua com responsabilidade é possível cumprir as exigências."
O Libertad diz que vai comparecer na partida, mas que não vai admitir exceções que coloquem em risco a saúde dos seus futebolistas. "O cumprimento rigoroso de todos os protocolos sanitários é uma questão inegociável e as regras são claras para todos, sem exceção."