Francisco Ramos deixou esta sexta-feira uma longa mensagem nas redes sociais, na qual partilha os momentos de angústia que tem vivido na sequência da grave lesão que sofreu há duas semanas, no duelo entre o seu Radomiak Radom e o Cracovia Kraków. Vítima de uma fractura exposta da tíbia e perónio, o médio formado no FC Porto revela estar há 14 dias deitado na cama, "entre medicação, muitas dores e quatro difíceis operações" feitas no sentido de "devolver a sensibilidade e mobilidade de outrora".
Na mesma mensagem, o médio de 28 anos assume estar a passar os piores dias que se lembra e considera que este momento é o "lado pior" da profissão de futebolista, "aquele que ninguém quer estar".
Leia a mensagem na íntegra:
"Como a maior parte de vocês sabe, sofri no passado dia 15 , uma lesão muito complicada. Um momento como tantos outros, a fazer aquilo que mais gosto, condicionou aquilo que viria a ser a minha época até então feliz na Polónia. A fractura exposta da tíbia e perónio atirou-me para esta cama de onde ainda vos escrevo. Têm sido 14 dias deitados nesta cama, divididos entre medicação, muitas dores e quatro difíceis operações no sentido de me devolver a sensibilidade e mobilidade de outrora. Têm sido os piores dias de que me lembro e as dores não deram tréguas até hoje. Não tem sido fácil, de todos os desafios que tenho ultrapassado este é sem dúvida o mais difícil e o que me suscita mais incertezas. Vi colegas meus a passar por lesões difíceis, mas nunca imaginei a angústia e sofrimento que passavam. Hoje sou testemunha viva disso. É o lado pior desta profissão, aquele que ninguém quer estar. Sei que as palavras voam e só queria que estes dias também. Perdoem-me o desabafo, mas foi a forma que entendi ser a correcta para vos agradecer o apoio e o carinho.
Apesar de nestas últimas duas semanas não ter dado resposta , a tudo o que me foi enviado , um grande obrigado a todos pelas mensagens, telefonemas e demonstrações de afecto que amenizam de alguma forma este desespero de não estar no meu País, nem de ouvir a nossa língua. Fazem-me sentir mais perto.
Por agora, não sei se vou voltar mais forte, mas vou voltar certamente diferente e a valorizar coisas que (infelizmente) só uma experiência destas nos ensina. Que não me falte força e coragem.
Do vosso amigo, Chico."
Por Record
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