Adilson Maringá, que jogou em Portugal, foi agarrado por grupo de adeptos e temeu pela vida
Adilson Maringá, guarda-redes do Arema que esteve em campo no chamado East Java Derby, diante do Persebaya Surabaya, assistiu aos momentos de terror que levaram à norte de 125 pessoas na Indonésia. O jogador brasileiro, companheiro de equipa de Abel Camará e de Sérgio Silva, e que em Portugal jogou do Pinhalnovense, Aves, Beira Mar e Vilafranquense, contou ao Globo Esporte que temeu pela vida.
Maringá explicou que depois da derrota, por 3-2, os jogadores cumprimentaram os adeptos, até que se apercebeu de um grupo a avançar na sua direção.
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"Foi uma cena lamentável. Depois dos jogos temos o hábito de cumprimentar os adeptos e por isso ficámos alguns minutos no campo. Mas depois vimos que estavam a invadir o relvado. Os polícias pediram-nos nos retirássemos e que fossemos para o balneário. Saímos normalmente, a andar, só que a invasão foi tão grande que os polícias não conseguiram contê-la. Se repararem no vídeo, eu sou o último a sair. Quando estou a sair vem um grupo de mais ou menos umas oito pessoas que me agarra. E eu já não conseguia sair... Aí temi pela vida", admitiu.
Um agente ajudou o jogador: "Apareceu um polícia que me ajudou, eu consegui escapar e corri para o balneário. Depois de nós entrarmos aconteceu a selvageria. Eles invadiram, os polícias tentaram contê-los, mas não conseguiram, eram poucos agentes para tanta gente. Então mataram ou pisaram dois agentes, que vieram a morrer. Depois, a revolta dos polícias foi grande e começaram a lançar bombas. E aí começou a selvageria."
Os jogadores e membros da equipa técnica do Arema refugiaram-se no balneário, onde ficaram algumas horas. "Não sabíamos de nada, ficámos no balneário umas cinco ou seis horas. Só se ouviam gritos, barulho de bombas e ninguém sabia informar nada. Tememos muito pela vida dentro do balneário. Pensámos 'eles vão invadir e matar todos os que estão aqui dentro'."
Mas as coisas não aconteceram assim: "De repente trouxeram pessoas que estavam a agonizar por terem inalado o gás lacrimogéneo. Chegaram a morrer dentro do balneário. Quando vi aquilo desesperei e disse "meu Deus, vou perder a minha vida num jogo de futebol.'"
Era difícil manter a calma perante aquele cenário de guerra: "Ninguém sabia dizer nada, pediam calma. As pessoas choravam e só sabíamos os números de mortos. 'Faleceram 50, 60'. Pensei que aquilo ia tornar-se numa guerra sem fim e que nos ia atingir lá dentro. Veio o exército, blindados e a guerra campal continuava. Depois as coisas acalmaram e conseguimos sair do estádio, por volta das 4 horas da manhã. Quando saímos vimos o desastre no campo e fora do campo. Nunca tinha presenciado uma coisa destas na minha vida, havia pessoas mortas como animais. E o número aumenta, há muita gente nos hospitais que está por um fio."
Depois, concluiu: "Estamos sem cabeça nenhuma para jogar futebol, temos medo. A FIFA tem que tomar uma providência".
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