Marçal, antigo lateral de Nacional e Benfica e atual capitão do Botafogo, assumiu ter sido, no ano passado, abordado por um adepto nas redes sociais que lhe ofereceu dinheiro para fazer parte de um
esquema de manipulação de resultados, algo que o brasileiro rejeitou, segundo o mesmo, sem pensar duas vezes.
"No meu caso aconteceu no ano passado contra o Flamengo, quando levei cartão amarelo por reclamar [de um lance]. Depois recebi uma mensagem no Instagram que dizia: 'A levar cartão amarelo por reclamar? Mais vale ganhar dinheiro com isso...'. Dei uma resposta que não pode passar na televisão", começou por lembrar, em declarações à imprensa brasileira após a vitória sobre o Corinthians
(3-0).
E prosseguiu, dizendo que o desejo de todos no futebol é que haja um "campeonato limpo": "Que as pessoas possam responder à altura e mostrar [as provas] à polícia. Se [um apostador] faz um convite e o jogador diz que não, com certeza que ele vai à procura de outro jogador. E talvez esse outro diga que sim, seja por uma situação má no clube ou por problemas financeiros. Que esses jogadores que foram apanhados sirvam de lição e que possamos ter um campeonato limpo".
Marçal sublinhou ainda "a luta" pela qual os jogadores profissionais passam para chegarem onde estão. "Sabemos que ser jogador de futebol é muito difícil. Vocês sabem o quão difícil é chegar ao [nível] profissional, a uma equipa grande, ao Brasileirão. E depois de toda a luta, acho ridículo manchar isso por causa de um esquema...", concluiu.
Recorde-se que, nas últimas semanas, rebentou mais um escândalo de resultados combinados no futebol profissional brasileiro. Entre os 16 visados estão sete jogadores profissionais e nove apostadores. Dos sete atletas em causa, apenas um continua na mesma equipa, o central Eduardo Bauermann, do Santos, entretanto castigado pelo próprio clube. Os outros seis são: Gabriel Tota (ex-Juventude, agora no Ypiranga), Victor Ramos (ex-Portuguesa, na Chapecoense), Igor Cárius (ex-Cuiabá, no Sport Recife), Paulo Miranda (ex-Juventude, no Náutico), Fernando Neto (ex-Operário, no São Bernardo) e o guarda-redes Matheus Gomes, qiue entretanto saiu do Sergipe.