Danilo passou por depressão no Real Madrid: «Escrevi 'é hora de abandonar o futebol'. Tinha 24 anos»

Antigo jogador do FC Porto fala sobre a importância dos filhos e recorda um dos momentos mais difíceis que viveu dentro de campo

• Foto: Reuters

Danilo recordou, numa carta aberta ao 'The Players' Tribune', a depressão que viveu ao serviço do Real Madrid, pouco tempo depois de ter trocado o FC Porto pelos merengues, em 2015. O brasileiro, atualmente capitão da seleção canarinha, falou ainda sobre a importância dos filhos no seu percurso e lembrou como estes foram importantes depois do desaire diante da Croácia no Mundial'2022.

"Durante a minha primeira temporada no Real Madrid, fiquei deprimido. Estava perdido, sentia-me inútil. Dentro de campo, não conseguia acertar um passe de cinco metros. Fora de campo, era como se nem me conseguisse mexer", começou por relatar. "Quando jogámos contra o Alavés, alguns meses depois do início da temporada, o Theo Hernández tirou-me a bola e cruzou para o Deyverson, que marcou. Ainda vencemos por 4-1, mas foi um erro que não se pode cometer no Real Madrid. Nunca esquecerei que fui para casa naquela noite e não consegui dormir. Escrevi no meu caderno: acho que é hora de abandonar o futebol. Tinha 24 anos", prosseguiu o jogador de 32 anos, que representa a Juventus.

Um dos momentos mais duros da carreira, garante Danilo, foi a derrota diante da Croácia nos quartos-de-final do Mundial'2022. Neymar inaugurou o marcador para o Brasil já no prolongamento, aos 105'+1, mas Petkovic fez o empate ao cair do pano, aos 117'. Nos penáltis, a canarinha acabou derrotada por 4-2. "O meu filho Miguel nasceu em 2015, pouco antes de eu ir para o Real Madrid. É um pequeno intelectual, lê e escreve o dia todo. Para ele, não importa muito se o Brasil perde ou ganha. Mas o meu filho mais novo, o João, não aceita perder. Nasceu em 2019, pouco antes da pandemia, e é jogador de futebol. Nunca me vou esquecer quando voltei para casa depois da derrota com a Croácia. Fui para a cama e os meus filhos estavam à minha espera. Entraram na sala e o João disse 'eu sei que o Brasil perdeu. Vi o resultado'. Ele é assim, bem direto. Comecei a chorar porque senti que tinha dececionado os meus filhos, assim como todo o país. O Miguel foi para a cama comigo e disse 'está tudo bem, pai. Eu sei que deste o teu melhor'. Fiquei deitado e chorei durante uma hora. Ele abraçou-me e disse que estava tudo bem, que estava orgulhoso de mim. Às vezes, precisamos mais dos nossos filhos do que eles de nós", concluiu.

Por Record
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