Adepto do Chelsea escreve carta emocionada a Mourinho

Jeremy Vine sentava-se com a filha atrás do português

• Foto: Reuters
Jeremy Vine, apresentador na BBC Radio 2 e fervoroso adepto do Chelsea, com lugar cativo há 20 anos, escreveu uma carta aberta a José Mourinho onde conta as aventuras passadas em Stamford Bridge com a filha e dá conta da ligação emocional ao treinador dos blues.

"É muito difícil escrever esta carta. Nunca me conheceu, mas todas as semanas eu sentava-me com a minha filha atrás da sua cadeira em Stamford Bridge. Ela chama-se Martha e tem agora 11 anos. Tinha quatro na primeira vez que a levei a ver o Chelsea e o José já era o nosso treinador. Ela achou muita piada quando os adeptos do Blackburn Rovers começaram a cantar "Vais ser despedido amanhã", e depois foi mesmo", começou por dizer.

Jeremy percorreu depois os nomes dos vários treinadores entre as duas passagens de Mourinho pelo Chelsea, ironizando: "À medida que a minha filha foi crescendo, metade das palavras que aprendeu foram nomes de treinadores do Chelsea. Mas nunca mais foi a mesma coisa sem si".

Mas o técnico português regressaria aos blues e, com ele, as suas particulares características. "Disse à milha filha que Mourinho era maluco mas os grandes artistas são mesmo assim. Falei-lhe de Salvador Dali e Van Morrison para explicar que, por vezes, as almas mais perturbadas são donas da melhor arte".

Mas nos primeiros tempos desta temporada, as coisas mudaram com o incidente com Eva Carneiro: "Tive de explicar à minha jovem filha por que explodiu frente à popular médica e não consegui dar-lhe uma razão decente. O Mourinho não só fez com que ela saísse como a humilhou. Não devia tê-lo feito. Você fez com que a médica saísse os os jogadores do despedissem. Percebe o que estou a dizer, José?".

Apesar da mágoa, o adepto admite que Abramovich não devia ter optado pela saída de Mourinho: "Foi um terrível erro do clube não ver esta temporada com um reinício e não ter construído uma nova equipa à sua volta. Certo dia alguém me disse que o problema do Chelsea era não ter um Beckham. Por outras palavras, alguém que fosse um símbolo da equipa. Mas nós tínhamos. Era o Mourinho".

Apesar de não acreditar numa terceira passagem do português pelo emblema londrino, Jeremy deixou um último recado ao treinador.

"Se um dia se arrepender do que aconteceu, fique sabendo que há um pai em Londres que tem de passar preciosas tardes com a filha, porque ela quer ir aos jogos do Chelsea para ver a sua magia e loucura no relvado, mesmo à sua frente", concluiu.
Por Luís Miroto Simões
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