«Consumi álcool e cocaína durante 25 anos sem parar»: ex-prodígio do Everton recorda fim de carreira precoce

Billy Kenny era uma das maiores promessas dos toffees, mas o consumo de álcool e drogas impediram-no de ser algo mais. Hoje, vive uma segunda vida sem vícios

• Foto: Reuters

Billy Kenny será certamente um nome que, à primeira, não lhe deixará associar a uma cara. Porém, este antigo médio-centro inglês foi, durante os finais dos anos 80 e inícios dos anos 90 uma das maiores promessas das camadas jovens do Everton. Chegou ao topo do futebol inglês aos 19 anos, quando foi nomeado o melhor em campo no dérbi entre Everton e Liverpool, a 7 de dezembro de 1992, que os toffees venceram de reviravolta por 2-1, perante mais de 35 mil adeptos nas bancadas de Goodison Park. Dois anos mais tarde, com apenas 21, Billy Kenny colocou um ponto final na carreira devido ao consumo de álcool e drogas.

Hoje, já com 49 anos, Billy Kenny luta diariamente para manter-se sóbrio e ser um motivo de orgulho para o pai. Em entrevista ao 'Liverpool Echo', o antigo internacional sub-21 inglês assume que foi a morte da mãe que lhe deu a possibilidade de ter uma segunda chance.

"Nunca tinha bebido uma cerveja até subir para a equipa principal do Everton. Era uma espécie de padrão... senti que tinha que encaixar-me na equipa porque eu era apenas uma criança na altura. Foi então que bebi álcool e consumi cocaína durante 25 anos sem parar. Foi mesmo sem parar. Estou surpreendido por ainda estar vivo. Limitava-me a levantar, consumia, tinha dois dias de bebedeira, três dias de bebedeira, dois dias de sono, comia comida chinesa e voltava ao mesmo", começou por recordar.

Billy Kenny assume que envolver os pais naquela fase da sua vida foi o maior erro da sua vida, aquele que dificilmente se conseguirá perdoar. "A pior parte para mim foi meter o meu pai e a minha mãe nisto tudo porque eu estava completamente fora de mim. Agora, quando penso no que fiz o meu pai e a minha mãe passarem... Fui egoísta como o car****. Só queria bebida e drogas. Esse é o meu maior arrependimento e não vai embora: o que fiz ao meu pai e à minha mãe. O meu pai adora futebol, mas houve um momento em que não podia sair de casa porque perguntavam por mim em todos os sítios que ele frequentava: 'O Billy está bem?' Aquilo matava-o", vincou.

A morte da mãe foi o ponto de viragem. Billy Kenny ganhou coragem para fazer frente aos vícios que lhe roubaram 25 anos da sua vida e prometeu ao pai dar-lhe um motivo de orgulho, que desaparecera com o passar do tempo. "Teve de ser a minha mãe a dar-me força porque eu sozinho não conseguiria. Eu ainda tenho os meus dias maus, em que tenho esforçar-me muito para manter-me são e sóbrio, mas sinto que a vida está a ser excelente para mim. Estou sóbrio e isso é ótimo. Estou ciente onde errei quando era mais novo. Consigo ver que precisava claramente de ajuda, mas a ajuda não estava lá para mim. Perder a minha mãe foi muito maior do que perder o meu emprego. Para mim, jogar futebol era apenas diversão, mas depois tornou-se algo sério e transformou-se em trabalho. No final de contas, perdi o meu emprego e aquilo tomou conta da minha vida durante 25 anos. Quando a minha mãe morreu, coloquei tudo em perspetiva. Disse ao meu pai: 'Um dia vais voltar a sentir orgulho de mim'. E agora ele está empolgado com tudo isto e orgulhoso de mim. Tive uma segunda chance na vida. Joguei pelo Everton e ninguém pode tirar isso de mim. Gostei. Agora, esta é uma outra parte da minha vida e estou a começar divertir-me", revelou.

Por Record
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