O guarda-redes da Juventus Gianluigi Buffon criticou esta quinta-feira duramente os autores de 'grafitis' insultuosos na rua da Basílica de Superga, onde morreram 18 futebolistas do Torino em 1949, em consequência de um acidente aéreo.
"Honra a vocês, campeões do Grande Torino, para a eternidade. E que sejam perdoados aqueles que praticaram estes atos inqualificáveis, que se divertem com eles e que vos faltam ao respeito 70 anos depois", escreveu o guarda-redes italiano num longo texto publicado nas redes sociais.
A 4 de maio de 1949, um avião que partiu de Lisboa e transportava a comitiva do Torino, o clube rival da Juventus na cidade de Turim, despenhou-se nas imediações da Basílica de Superga, perto daquela cidade italiana, causando 31 mortos.
Era a melhor equipa italiana à época, campeã quatro vezes consecutivas e a caminho do quinto título, conhecida como o 'Grande Torino', e tinha vindo a Lisboa disputar um jogo particular com o Benfica, a 3 de maio de 1949, vencido pelas águias por 4-3.
O avião descolou do aeroporto da Portela, fez escala em Barcelona para reabastecer, mas esperava-o um denso nevoeiro à chegada e durante a manobra de aproximação ao aeroporto de Turim acabou por se despenhar perto da Basílica de Superga, causando a morte a todos os 31 passageiros.
Na quarta-feira, véspera de mais um aniversário da tragédia, apareceram na rua da Basílica grafitis com insultos à memória dos que pereceram no trágico acidente.
"Neste belo dia após a vitória sobre o Mónaco, os meus pensamentos estão com os familiares do 'Toro', os seus adeptos e com esses campeões gloriosos que foram o orgulho de toda a nação e da massa adepta do Torino", escreveu Buffon, que na quarta-feira obteve uma vitória importante, na primeira mão das meias-finais da Liga dos Campeões, sobre o Mónaco, que abre o caminho para a final à "vecchia signora".
O guarda-redes da Juventus não poupou nas críticas aos autores dos grafitis: "Os mortos estão mortos e há que deixá-los em paz e respeitar a sua memória, mesmo que fossem os vossos inimigos ou rivais mais ferozes. Uma saudação a todos aqueles que acreditam, em particular no desporto, que devemos ser homens de boa vontade", acrescentou Buffon, considerando que os responsáveis pelos grafitis "estão mais mortos do que os mortos".