É com uma vantagem de 1-0 que a Roma de José Mourinho viaja esta quinta-feira até Leverkusen para defrontar o Bayer na luta pela final da Liga Europa, mas para o técnico português isso de pouco vale. Pelo menos em termos de favoritismo, já que no seu entender o jogo pode ir para qualquer um dos lados.
"O passado é o passado e não sabemos o futuro. Isto é o presente e é isso que conta. No FC Porto tive duas finais europeias em anos consecutivos. Quero muito chegar a esta final, não por mim, pois tornei-me numa pessoa diferente, que pensa mais nos outros do que em si mesmo. Quero-a pelos rapazes e pelos adeptos. Os adeptos têm sido simplesmente extraordinários e os rapazes incríveis, com uma temporada na qual deram absolutamente tudo em momentos de muita dificuldade, onde tiveram de superar os seus limites. Merecem imenso. Ninguém te dá nada grátis no futebol, por isso temos de fazer outra performance extraordinária para chegar à final", frisou o português, que neste duelo contará com os regressos de Paulo Dybala, Stephan El Shaarawy e Chris Smalling.
Por outro lado, Mourinho refutou a ideia de que a Roma é favorita para conquistar o troféu por conta da sua presença. "Tenho zero interesse em superstições, casas de apostas ou no facto de sermos favoritos. O que tenho dito é que, quando chegas às meias-finais, tens 25% de ganhar o troféu e 50% de chegar à final. É isso que sinto. Não sei que direção o jogo irá tomar. Queremos chegar à final, mas não sabemos se será decidido nos 90', 120' ou nos penáltis. Ainda há muito futebol pela frente e, com um resultado de 1-0, mesmo que alguma equipa marque, não podemos assumir a direção em que irá o jogo. Será uma partida muito longa", previu.
O técnico aproveitou ainda para rejeitar falar do futuro, nomeadamente por conta dos rumores que o ligam ao Paris Saint-Germain. "Não quero falar disso. Há um jogo amanhã, que nem é a final, por isso quero focar-me nisso. Nem sequer estou a pensar na final, quanto mais no meu futuro".
A fechar, Mourinho foi confrontado com as suas declarações do passado, quando considerou que a Liga Europa era injusta por permitir a meio do jogo a entrada dos 'tubarões da Liga dos Campeões' e a sua resposta foi... à Mourinho. "Se não tivesse a ambição de ganhar, seria muito fácil para mim dizer que já a ganhamos, porque somos a única equipa que começou esta competição que ainda está presente. Mas isso é apenas teoria, eu quero ganhar. Quero ser muito claro, respeito muito o Bayer Leverkusen como equipa, mas há um valor maior numa equipa que foi construída para jogar a Liga Europa, que disputou 14 jogos aqui, em comparação com uma na qual houve investimento para jogar na fase de grupos da Champions. Esta competição é entre clubes de diferentes potenciais. Tivemos uma fase de grupos dura, depois um playoff contra a Real Sociedad, uma equipa da Liga dos Campeões, e depois o Feyenoord, que já ganhou um título na Holanda. Tem sido uma jornada dura para nós".