Escândalo de apostas ilegais na Turquia: um presidente e sete árbitros presos e mil jogadores investigados

Líder do Eyüpspor e juízes foram acusados de "influenciar os resultados"

Murat Özkaya, presidente do Eyüspor, preso por apostas ilegais
Murat Özkaya, presidente do Eyüspor, preso por apostas ilegais • Foto: Direitos Reservados

O presidente do Eyüpspor, Murat Özkaya, da 1.ª Liga turca, e sete árbitros foram esta segunda-feira condenados a penas de prisão preventiva, devido à acusação de "influenciar os resultados" de competições desportivas no âmbito de apostas ilegais.

Özkaya, empresário do ramo de aluguer de automóveis, é presidente do Eyüpspor desde 2019, quando o clube ainda disputava a terceira divisão turca, tendo o emblema atingido esta época pela primeira vez a principal divisão do campeonato, na qual segue na penúltima posição (oito pontos em 12 jornadas). Além do dirigente, a acusação pedia a prisão preventiva para 17 árbitros e um jornalista, com 11 dos réus a ficarem livres da cadeia, mas obrigados a cumprir penas acessórias.

 Além destes, a Federação Turca de Futebol anunciou que 1.024 jogadores das três principais divisões do país estão a ser investigados. A lista dos envolvidos foi revelada e inclui 27 jogadores da 1.ª Liga, entre eles dois do Besiktas - Ersin Destanoglu e Necip Uysal - e outros dois do Galatasaray - Eren Elmali e Metehan Baltaci. No caso de Elmali, este até estava na mais recente convocatória da seleção, mas viu o seu nome ser retirado devido a esta acusação.

Este caso já resultou em sanções contra 149 árbitros e na renúncia de 45 delegados de jogo da Superliga da Turquia, e as condenações de hoje representam a primeira intervenção judicial no escândalo de apostas que envolve profissionais do futebol turco, particularmente árbitros.

A Federação Turca de Futebol (TFF) prometeu erradicar o fenómeno pela raiz, esclarecendo que não há evidências de que uma organização específica de apostas tenha influenciado os resultados e que a maioria dos árbitros investigados perdeu dinheiro com apostas. A decisão judicial de hoje admitiu a possibilidade de que os árbitros, além das apostas, tenham tentado influenciar os resultados das partidas.

Em 31 de outubro, a TFF suspendeu 149 árbitros, acusados de apostarem em jogos e assim violarem a proibição de o fazer. "A arbitragem é uma profissão de honra. Quem manchar essa honra (...) nunca mais participará no futebol turco", vincou o presidente do organismo, Ibrahim Haciosmanoglu.

Quatro dias antes, o futebol turco ficou em choque com as conclusões de uma investigação da federação, que envolveu 571 árbitros das ligas profissionais, e da qual resultou que 371 possuem contas em plataformas de apostas desportivas, sendo que 152 apostam ativamente. As suspensões aos 149 árbitros punidos variam entre os oito e os 12 meses, detalhou a federação, acrescentando que continuam em curso investigações sobre mais três elementos.

O organismo especificou que 22 dos implicados (sete árbitros principais e 15 assistentes) atuam na primeira divisão. Do grupo visado, 10 dos profissionais identificados fizeram mais de 10 mil apostas, sendo que o mais ativo realizou um total de 18.227 apostas. No mesmo relatório, refere-se que 42 árbitros apostaram, cada um, em mais de mil jogos. A federação turca ainda não especificou, no entanto, se algum dos suspensos é suspeito de ter apostado em desafios por si dirigidos, infração ainda mais grave e com molduras penais mais fortes.

Por André Teixeira e Lusa
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