O queniano Aspel Kiprop exaltou este domingo a "grande vitória" que logrou na 21.ª Maratona do Porto, na qual Carlos Costa e Carla Sousa foram os melhores portugueses, mostrando-se felizes pelo resultado obtido.
"Sim, é uma grande vitória, aqui. Foi um tempo rápido, não foi fácil, mas gostei muito de ter conseguido vencer", declarou Kiprop, um campeão de poucas palavras da 21.ª edição da corrida.
Kiprop sucedeu ao ugandês Abel Chelangat, vencedor em 2024, com 2:13.17 horas de marca, batendo um compatriota, Joshua Kipsang, por 10 segundos, enquanto o etíope Derara Geleta completou o pódio, com 2:13.58.
O vencedor superou os 2:13.53 que tinha conseguido na Maratona de Eindhoven, em 2024, estabelecendo novo máximo pessoal, surpreendendo um lote de atletas africanos que 'ameaçava' o recorde da prova, que se mantém nos 2:08.58, fixado pelo queniano Zablon Chumba em 2021.
Costa, que já havia sido sexto em 2014, repetiu o feito mais de uma década depois, concluindo a corrida em 2:16.19, novo recorde pessoal para o atleta do Vizela Corre, fechando como o melhor português.
Emocionado, Carlos Costa explicou à Lusa que este objetivo existia há muito e "bater o recorde pessoal com margem larga, por quase três minutos e tal", se deve a um trabalho de "três ou quatro anos".
"Tenho de agradecer ao Nuno [Fernandes, colega de equipa e 'lebre' nesta prova], levou-me até aos 22 quilómetros. Depois, foi correr sozinho, contra o relógio. Aproximei-me de um queniano perto dos 31 quilómetros. Graças a Deus, consegui", afirmou.
Depois de, em 2024, ter ficado "doente a duas semanas da maratona", e do "temporal" que afetou a corrida em 2023 e atrasou os melhores tempos, "hoje o tempo ajudou".
"[Além disso] correu tudo bem na preparação, sem percalços, e por isso o resultado saiu", afirmou.
Na corrida feminina, a queniana Betty Jepleting acabou com 2:31.05 horas de marca, batendo uma compatriota, Leonida Mosop, segunda com 2:31.32, e relegando uma etíope para o terceiro posto, com Meseret Dinke a cumprir a distância em 2:32.27.
A campeã da 21.ª edição confirmou o favoritismo e juntou este triunfo ao da Maratona de Castellón de 2022 no palmarés na distância, tendo deixado para trás concorrência de peso, como Meseret Dinke, cujos 2:22.52 logrados em 2022 eram a melhor marca à partida.
Carla Sousa, entretanto, acabou ao cabo de 2:56.15 horas e fechou como melhor portuguesa no contingente feminino, e única abaixo das três horas.
"É um bocadinho acima do que esperava, porque venho da Maratona de Berlim, da meia de Palma... já estava um bocadinho fatigada, mas a competição faz parte da minha alma. Arrancando, é sempre fogo máximo", atirou.
Minutos antes de subir ao pódio, Sousa lembrou que passou a representar o Vitória de Guimarães e que esta é "a primeira conquista pelo clube", que anunciou a sua contratação em 21 de outubro último, há menos de duas semanas.
Agora, depois da "primeira de muitas", quer "continuar a lutar pelos melhores resultados", tendo já em vista não só representar "bem o clube nos Nacionais" como também colocar "as forças todas para Chicago e para Copenhaga".
Com o mesmo trajeto de 2024, iniciado junto ao Sea Life, na via do Castelo do Queijo, e finalizado no Queimódromo, a distância de 42,195 quilómetros teve 7.500 atletas a atuar entre Porto, Matosinhos e Leça da Palmeira, mas sem fazerem a travessia sobre o rio Douro até Vila Nova de Gaia, face às obras de construção da Ponte D. Antónia Ferreira.
Chancelado pela World Athletics, o evento integrou também uma corrida solidária de 10 quilómetros e uma caminhada de seis quilómetros, sem fins competitivos ou restrições etárias, cujas inscrições estão abertas.
As duas maiores distâncias juntaram cerca de 12.500 pessoas de 88 nacionalidades, com 51% de estrangeiros, números em sintonia com as mais recentes edições da Maratona do Porto.
Por Lusa