No Benfica teve poucas oportunidades para brilhar. Porquê? Quem foi o culpado? Não sabe, mas pensa que pagou um pouco a factura pelo facto de actuar na mesma posição que o MVP da Liga Profissional 2003/04, Tyray Pearson, oriundo do Barreirense para a Luz. Jarrett Stephens encontrou na Madeira e num clube de "amigos" a sua reabilitação psicológica e mesmo profissional.
Agora é estrela de uma equipa que, no último domingo, alcançou o êxito mais significativo do seu historial ao conquistar a 16ª edição da Taça da Liga em Albergaria-a-Velha. Este norte-americano de 27 anos e 2 metros de altura, formado na Universidade de Penn State e que já jogou em Itália e na Alemanha, não se mostrou ressentido com a decisão dos responsáveis benfiquistas, que optaram pelo seu compatriota Albert Burditt. A ida para o CAB permitiu-lhe, para já, ganhar a Taça da Liga e ser o MVP desta competição.
RECORD – Esperava ser dispensado do Benfica?
JARRETT STEPHENS – Não. Claro que não e ninguém está à espera de ser dispensado. Não tenho nada contra o Benfica. Apenas aguardava por mais oportunidades. Não tenho de perguntar a ninguém porque não jogo, mas sim limitar-me a fazer o meu trabalho. Compreendo que o Tyray Pearson tenha sido a primeira opção, pois foi o MVP da fase regular da Liga na última época. Mas estou aqui para jogar.
R – Pearson foi então o "culpado"?
J – Não há culpados. Nem jogadores, nem treinadores, nem directores. Houve uma oportunidade para sair e como não jogava acabou por ser bom para as duas partes. O Benfica queria contratar o Burditt e eu gostava de jogar.
R – Foi fácil aceitar a decisão de sair do Benfica?
J – Tenho de aceitar as decisões. Sabia que poderia brilhar nesta Liga e no Benfica. Porque é que não jogava? Não sei.
R – A vitória sobre o Benfica teve um sabor especial?
J – Não foi um triunfo especial. Não me preparei de forma diferente. Foi mais um jogo que queríamos vencer.
R – Mas notou-se que festejava de forma diferente e que estava um pouco mais nervoso, tendo até levado uma falta técnica...
J – Não foi nada de especial. Festejei os cestos e a vitória da minha equipa, pois era mais um dos jogadores que queria vencer, como todos os meus companheiros. A falta técnica aconteceu e não tem nada a ver com o estar ou não mais nervoso. O mais importante foi o triunfo.
R – Com a sua inclusão, o CAB passou de último classificado a vencedor da Taça da Liga. A equipa sofreu uma grande mudança...
J – O treinador Pep Clarós falou comigo e disse-me que gostava da minha forma de jogar. Disse-me também que iriam contratar o Scott Stewart. As nossas integrações resultaram em pleno e a vitória na Taça da Liga não surgiu por acaso.
A equipa mudou radicalmente
O CAB mudou radicalmente com as aquisições de Jarrett Stephens e Scott Stewart. O último classificado acertou a "mão" e luta agora por um lugar nos seis primeiros classificados. Stephens acredita que a sua formação ainda pode crescer. "A equipa está a jogar bem, com bom sentido colectivo. Há um esforço muito grande para estar no 'playoff' e estamos a crescer", disse o norte-americano.
O CAB, clube que o acolheu nesta segunda fase em Portugal, está motivado e também ele em crescimento. "As coisas não começaram bem mas agora todos acreditam que é possível ganhar e pensam de forma positiva", finalizou Stephens.
CAB até pode ser.... campeão
No basquetebol não há empates nem vencedores antecipados. Assim, o norte-americano dos "amigos" acredita que é possível sonhar com o título, embora seja muito complicado face ao valor dos adversários. "A Liga é muito boa. Há bons jogadores e é complicado subir na classificação face ao valor das equipas". E Jarrett Stephens concluiu: "O CAB até pode ser campeão. Mas temos de ir ao 'playoff' e não será nada fácil. Teremos de trabalhar muito, pois será bem duro de alcançar esse objectivo."
Sem segredos para marcar
Jarrett Stephens é o principal anotador dos "Amigos". Saiu do Benfica com uma média de 12.7 pontos e 6.4 ressaltos. Agora, tem 29.4 pontos e 9.2 ressaltos. Questionado sobre o segredo deste sucesso, Stephens sorriu: "Não há segredos para ser o melhor marcador. Os meus colegas procuram-me quando estou em boa posição e sempre fui um bom lançador nas áreas próximas do cesto. É assim que marco os meus pontos, tentando contribuir para as vitórias da equipa", sublinhou o atleta com estatuto de MVP.
NBA não lhe tira o sono
Como todos os basquetebolistas norte-americanos e não só, jogar na NBA é um sonho. O pupilo de Pep Clarós não foge à regra mas não se mostrou preocupado com essa meta. "Claro que gostava de jogar na NBA. É um sonho de qualquer jogador. Se a oportunidade surgir vou tentar agarrá-la. Mas se não puder jogar na NBA, esse facto não me tira o sono. Sinto-me bem na Europa e aqui, no basquetebol português", afirmou.
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