O selecionador Mário Gomes frisou esta quinta-feira que Portugal vai ter de "elevar o nível" para "entrar pelo buraco da agulha" e ultrapassar a fase de grupos do Eurobasket'2025, perante Sérvia, a coanfitriã Letónia, República Checa, Turquia e Estónia.

O sorteio de hoje, realizado em Riga, onde Portugal ficará sedeado, no Grupo A, não mudou nada em relação aos objetivos lusos, que passam por ganhar jogos e chegar aos 'oitavos', aos quais acedem os quatro primeiros do agrupamento.

"Não estou nem mais, nem menos confiante. Fosse qual fosse o sorteio, seria sempre muito difícil. O que tem de ser, tem muita força e os objetivos são os mesmos. Vamos para lá para competir e, se competirmos, podemos ganhar", disse à Lusa Mário Gomes.

O selecionador luso tem a noção de que Portugal não terá quaisquer facilidades, perante adversários que serão tão mais fortes quanto as 'estrelas' que trouxerem, do sérvio Nicola Jokic ao checo Satoransky, passando pelo turco Sengün.

"Para já, o que contamos é que todos venham muito fortes, mas, o fundamental, e é isso que vou passar aos jogadores, é pensar mais em nós no que nos adversários, fazer bem as coisas", frisou.

Mário Gomes foi claro: "Sabemos que, para competir e ganhar a este nível, temos de estar no nosso máximo, ao melhor nível. E o nosso atual máximo não chega. Temos de estar mais fortes no final de agosto, de elevar o nosso nível".

O selecionador frisou que a maior preocupação incide sobre a "preparação", que terá de ser a "melhor possível", de forma a "garantir um bom número de jogos, com equipas fortes".

Portugal pode ganhar a qualquer oponente, segundo o técnico: "Se fosse uma série de jogos contra um adversário, as nossas hipóteses seriam reduzidíssimas, mas é só um jogo contra cada adversário e tudo pode acontecer. Num dia menos bom da equipa mais forte, a equipa menos forte, se estiver ao melhor nível, pode ganhar".

Ainda assim, Mário Gomes espera muitos problemas, nomeadamente face a Sérvia e Estónia, "duas equipas que estão acima das outras", enquanto a Turquia tem um nível "elevadíssimo, mas tem sido algo irregular, por não ter o melhor lote de jogadores".

"A Estónia e a República Checa estão, teoricamente, mais próximas de nós. A Estónia causa-nos sempre dificuldades, pois não tem estrelas, mas tem uma escola muito própria de jogar, e a República Checa depende dos jogadores que estiverem, pois não tem estado bem nas últimas competições", explicou à Lusa, acrescentando que, ao melhor nível, Portugal "pode competir" com ambas.

Para ajudar, Mário Gomes espera ter um importante reforço no poste Neemias Queta, campeão da NBA em 2023/24 ao serviço dos Boston Celtics: "Até agora, todas as indicações vão nesse sentido. Se não houver problemas físicos, sabemos que ele quer muito vir, e ele sabe que nós queremos muito que ele venha".

A preparação lusa para a fase final, que se realiza de 27 de agosto a 14 de setembro, deve começar em 22 de julho, com os primeiros jogos previstos para Espanha, em 05 e 07 de agosto, o segundo face aos detentores do troféu.

"Queremos fazer oito jogos de preparação, sete no mínimo", afirmou o selecionador luso, avançando ainda, sem confirmação, com a realização de um torneio em Portugal, com Suécia, Islândia e uma terceira equipa, em 14, 15 e 16 de agosto, e, na semana seguinte, um novo torneio em Sines, havendo ainda um convite para jogos na Lituânia.

Quanto aos eleitos, eles não vão sair antes de finalizada a Liga portuguesa, sendo que Portugal vai "começar com 15" e os 12 finais só serão anunciados "no fim do estágio", numa lista "sem grandes alterações" em relação às últimas convocatórias.

A fase final do Europeu de 2025, que será a 42.ª edição do evento, realiza-se na Letónia, Chipre, Finlândia e Polónia, entre 27 de agosto e 14 de setembro.