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Humberto Oliveira: «Karaté mobiliza muitíssima gente»

Presidente da Federação Europeia de Goju-Ryu (EGKF) realça as 76 medalhas portuguesas nos Europeus

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Afinal, o que é o Goju-Ryu Karate-Do?
O presidente da Federação Europeia de Goju-Ryu Karate-Do (EGKF), Humberto Oliveira, realça o crescimento que a modalidade tem verificado. Os Campeonatos da Europa realizados em Soumagne, na Bélgica, contaram com a presença de 18 países "e quase 900 atletas". A comitiva portuguesa, a segunda mais numerosa, também se destacou através dos resultados obtidos, tendo assegurado a conquista de 76 medalhas, das quais 16 de ouro. 

RECORD - Que balanço faz dos Campeonatos da Europa de Karaté Goju-Ryu que foram responsáveis por uma impressionante concentração de atletas e espectadores na Bélgica?
HUMBERTO OLIVEIRA - Tivemos neste campeonato 18 países representados e quase 900 atletas, o que é uma dimensão que as pessoas não estão habituadas a entender. Dá-se a mobilização não apenas de atletas, mas de famílias, temos escalões que vão desde os veteranos às crianças de 8/9 anos. Isto mobiliza muitíssima gente. Este projeto vem de há muitos anos. Começámos em 1983, em Roma. Chegámos aqui já com uma estrutura que leva não apenas à realização de Europeus mas também de Mundiais. Fazemos normalmente eventos intervalados. Quanto às expectativas, apesar de presidente da EGKF não posso esquecer a minha nacionalidade e a obtenção de resultados muito positivos para Portugal, que registou um medalheiro muito considerável.

R - Como explica o facto de ser um português a presidir a uma organização com a dimensão da EFKF?
HO - Por vezes é um mistério também para mim, mas isso teriam de perguntar aos membros do Congresso. Tenho sido acusado, entre aspas, de ter um bom trato diplomático, associado ao facto de falar algumas línguas e andar aqui há muitos anos. E de ter sido praticante e competidor antigo. Agora recaem estas responsabilidades já de há bastantes anos e esta direção acaba de ser eleita para mais seis anos. Qualquer dia, como já referi a brincar, temos uma nova categoria que é a de cadeira de rodas para os antigos membros diretivos.

R - Apesar do sucesso das organizações da Liga Portuguesa de Karate-Do Goju-Ryu o facto é que existe uma entidade superior, a FNK-P, que agrega todos os estilos e tem Utilidade Pública. Isso limita o crescimento da variante do Goju-Ryu?
HO - É um processo que não é apenas português mas tem contornos mundiais. Há a WKF (World Karate Federation) que é a federação global de todos os estilos. Eu próprio já fui presidente da federação portuguesa de todos os estilos há muitos anos atrás. Nós no Goju-Ryu temos uma Liga, uma espécie de confederação dos clubes que se querem associar e que, por sua vez, está filiada na FNK-P para termos algum respaldo institucional. De facto o nosso caminho é paralelo e segue o seu percurso, o próprio ritmo. Nós cobramos 35€ por ano a cada clube, o que é uma quantia irrisória, pelo que a única coisa que conseguimos assegurar em eventos como este Europeu é o pagamento dos árbitros, dado que sem árbitros, e sem árbitros do nosso estilo, não é possível empreender uma organização desta envergadura. De resto, é um esforço que recai nos atletas, nas famílias, a quem muito agradecemos dado que sem isso não seria possível atingir esta dimensão. E a equipa portuguesa foi a segunda maior delegação depois da Roménia.

R - Essa mobilização torna-se ainda mais relevante quando assentou claramente na carolice de clubes, atletas e respetivas famílias?
HO - Essa expressão é chave: carolice! Nos desportos amadores tudo depende muitas vezes da carolice. Eu próprio durante muitos anos chegava a perder dinheiro na faculdade para estar nestes eventos e não podia meter férias, nem sempre isso era permitido. Tinha de pedir dispensas. Isto parte muito do nosso empenho, do amor que temos ao Goju Ryu e, de facto, da colaboração que sentimos, empenhada, devotada e ativa de todos os nossos treinadores, de todos os nossos atletas e dos clubes que estão realmente na base deste projeto.
Por Vítor Pinto
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