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Inês Belchior campeã precoce e Pedro Lencart revalida com recorde nacional

Campeonato Nacional Absoluto Hyundai disputou-se no Aroeira pines Classic, em Almada, distribuindo 20 mil euros em prémios monetários

Inês Belchior e Pedro Lencart não se limitaram a sagrarem-se campeões nacionais absolutos, pois fizeram igualmente questão de escrever história para o golfe português no Campeonato Nacional Absoluto Hyundai, que a Federação Portuguesa de Golfe organizou esta semana no Aroeira Pines Classic, com 20 mil euros em prémios monetários.

Com efeito, Inês, que só há três meses completou 15 anos e é ainda a campeã nacional de sub-14, poderá ter-se tornado na mais jovem campeã nacional absoluta de sempre, sendo seguramente uma das mais precoces. Quanto a Pedro Lencart, tem a certeza de que estabeleceu um novo recorde na prova, ao triunfar com 20 pancadas abaixo do Par.

"No início da prova não estava tanto à espera de ganhar. Vim para ver o que iria acontecer e achava que o segundo ou o terceiro lugar já seriam muito bons. Mas, a partir do momento em que me encontrei na frente, senti que era possível. Estou muito feliz, obviamente", disse Belchior ao Gabinete de Imprensa da FPG.

"O campo estava em boas condições e os putts foram entrando. Sinto que o meu jogo tem estado a evoluir, que as coisas estão a acontecer. Agora é levar o jogo lá para fora e fazer estes resultados nos circuitos internacionais", declarou Lencart.

A amadora Inês Belchior, do Quinta do Peru Golf & Country Club, vinha da sua melhor prestação de sempre em eventos internacionais, pois na semana passada foi quarta classificada no Europeu de sub-16, um recorde nacional feminino nesse European Young Masters.

A boa forma manteve-se na Aroeira, onde totalizou 293 pancadas, 5 acima do Par, de um campo que não acolhia este torneio desde 2013. A antiga tenista – que optou (e bem) pelo golfe – assinou cartões de 76, 68, 73 e 76 e bateu por 2 ‘shots’ Sofia Sá (74+73+76+72), a campeã nacional absoluta do ano passado, que não logrou revalidar o título.

Sofia Sá também é amadora, joga pela Quinta do Lago, e é interessante verificar que a primeira profissional – Susana Ribeiro – surgiu apenas no 5.º lugar, já que a terceira classificada foi a campeã nacional amadora de 2019, Leonor Medeiros (+9), e a quarta posicionada foi a ainda campeã nacional de sub-16, Ana da Costa Rodrigues (+13).

Susana Ribeiro recebeu assim o troféu de campeã nacional de profissionais pela quinta vez na sua carreira, bem como o prémio de 900 euros. A um mês de completar 32 anos, a profissional da TaylorMade – que até era a líder no final do primeiro dia – apresentou um resultado definitivo de 303 (70+82+70+81), +15.

Leonor Bessa terminou no 6.º posto (+16) e apoderou-se do estatuto de vice-campeã nacional de profissionais, com um prémio de 600 euros.

O torneio feminino, com 21 participantes, foi dominado pelas amadoras. É um fenómeno recorrente. Só há três edições é que o Campeonato Nacional Absoluto da FPG junta profissionais e amadores, embora a prova tenha realizado em 2022 a sua 89.ª edição. Ora, nos dois últimos anos tem sido sempre uma amadora a vencer.

Mas se olharmos para o historial do Campeonato Nacional PGA, que se realizou durante 30 anos (1990-2020), sob a organização da PGA de Portugal, essa tendência já se verificava. Em 2016 Leonor Bessa obteve o melhor resultado da prova quando era ainda amadora e em 2019 Sofia Sá fez o mesmo agregado da vencedora Susana Ribeiro.

O que poderá ser inédito em 2022 é a precocidade de Inês Belchior. Record não conseguiu recolher dados 100% seguros das idades de todas as campeãs nacionais absolutas, mas do que lográmos apurar não houve uma campeã tão jovem. A ter acontecido, terá sido há já muitos anos.

Leonor Medeiros também tinha 15 anos quando ganhou em 2019, mas estava a dois meses de completar 16 anos. Já com 16 anos Joana Silveira impôs-se em 2016, Rita Félix com 17 em 2012, Joana Silva Pinto com 17 em 2007, Magda Carrilho com 18 em 2011 e Carolina Catanho com 18 em 2005.

Curiosamente, Pedro Lencart também tinha 15 anos (estava a um mês de fazer 16) quando conquistou o primeiro dos seus três títulos de campeão nacional amador. Dizia-se que jogava sempre bem nos anos pares e, realmente, levantou a taça em 2016, 2018 e 2020. Mas quebrou esse enguiço como profissional ao levar a melhor em 2021, revalidando agora o título aos 22 anos.

Note-se que ganhar em dois anos seguidos o Campeonato Nacional de Profissionais não tem sido fácil. Antes de Lencart, neste século, tinham sido António Sobrinho (2001/2002 e depois 2004-2008), Tiago Cruz (2014/2015) e Tomás Silva (2018/2019).

As 20 pancadas abaixo do Par de Pedro Lencart são um novo recorde na prova e superam o anterior melhor resultado que pertencia a Ricardo Melo Gouveia, quando quebrou um jejum de títulos de mais de três anos, ao sagrar-se campeão nacional absoluto (e de profissionais) em 2019, no Oporto Golf Club, com 16 abaixo do Par.

Pedro Lencart tornou-se bicampeão nacional absoluto com um agregado de 268 pancadas, 20 abaixo do Par, após voltas de 68, 66, 69 e 65, embolsando 3.800 euros.

O jogador do Penina Hotel & Golf Resort mantém-se invencível em torneios do circuito profissional português em 2022. Inscreveu-se em três torneios e venceu-os todos: no Oporto Golf Club, a contar para o Circuito FPG, numa prova de 7.500 euros em prémios; depois, já na semana passada, no Open Xiragolfe, da PGA de Portugal, também de 20 mil euros; e agora neste Campeonato Nacional Absoluto Hyundai.

O segundo lugar na Aroeira pertenceu a Pedro Cruz, com 281 (70+72+68+71), -7. Sendo um amador do Club de Golf de Miramar e ainda um "Bulldog" da   Mississippi State University nos Estados Unidos, garantiu o título de campeão nacional amador, algo que perseguia há uns anos. Já tinha sido campeão nacional de segundas categorias e vice-campeão nacional amador, mas agora chegou ao galardão principal.

Ficou, contudo, a 13 pancadas de Pedro Lencart, igualando a margem mais dilatada de sempre de um campeão nacional em torneios com profissionais e amadores. Tinha acontecido antes em 2011, no Campeonato Nacional PGA no Ribagolfe-2, quando Ricardo Santos deixou a 13 ‘shots’ Filipe Lima e Hugo Santos.

"Estive em dúvida para o torneio porque estive sete dias seguidos sem tocar nos tacos. Felizmente, convenceram-me a participar. Sinto que tomei a decisão certa, porque o título de campeão nacional amador significa muito para mim", explicou Pedro Cruz.

O torneio masculino teve 118 participantes e houve mais dois profissionais a ficarem abaixo do Par: o terceiro classificado (e por isso vice-campeão de profissionais), João Girão, com 283 (-5), para um prémio de 2.850 euros; e o quarto posicionado, Tomás Silva, com 286 (-2), que assegurou 2.090 euros.

Hugo Camelo fixou-se no 5.º lugar (a Par do campo) e arrebatou o troféu de vice-campeão nacional amador, num ano de 2022 em que está a cotar-se como um dos melhores amadores portugueses de alto rendimento, com direito a ser chamado à seleção nacional da FPG. 

Paralelamente, disputou-se o Campeonato Nacional de Segundas Categorias. Como nenhuma jogadora deste nível passou o cut para a última volta, não houve classificação feminina.

Em contrapartida, Martim Pinto Johanssen, do Clube de Golfe de Vilamoura, é o novo campeão nacional de segundas Categorias e é ainda um jogador de sub-12.
Por Hugo Ribeiro/FPG
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