21 agosto 2020 - 18:41
Ricardo Melo Gouveia em tempos de mudança
Estreia novos tacos no PGA Summer Pro-Am no domingo, depois de ter trocado de treinador









Ricardo Melo Gouveia operou relevantes e drásticas mudanças na sua carreira nas últimas semanas e vai estrar-se este Domingo com um novo equipamento no PGA Summer Pro-Am que a Greatgolfe e a PGA de Portugal vão organizar no Salgados Golf Course, do Grupo Nau, Em Albufeira.
«É uma excelente iniciativa por parte da Greatgolfe para ajudar a dinamizar a PGA de Portugal. Estamos todos com pouca competição e, por isso, é o momento certo para competirmos e convivermos com os amadores», disse o atleta olímpico português à Tee Times Golf, em exclusivo para Record.
Ricardo Melo Gouveia já está neste momento a treinar com o novo equipamento da Titleist, depois de anos ligado à Srixon, e será a sua primeira competição com os novos tacos. Uma mudança revolucionária por ser completa.
«É um contrato que engloba tudo, wedges, ferros, madeiras, putter, bola, boné, o saco completo. Só os sapatos é que não porque este ano já tinha contrato com a Nike», explicou o português de 29 anos, cumpridos no passado dia 6. A Titleist equipa, entre outros, Ricardo Santos, o melhor português no ranking mundial, enquanto a Srixon, por exemplo, continua ligada ao seu irmão mais novo, Tomás Melo Gouveia.
Ricardo Melo Gouveia tem estado muito ativo nas redes sociais nestes últimos tempos e publicou várias mensagens referentes a este tema sensível a qualquer jogador, pois cada material tem características próprias e, às vezes, levam-se semanas a conseguir a correta adaptação às novidades.
Numa primeira mensagem não foi ingrato para com a Srixon, marca que o acompanhou nos momentos mais altos da sua carreira, como quando foi n.º1 do ranking do Challenge Tour em 2015, quando entrou no top-100 do ranking mundial em 2016, quando representou Portugal no Rio2016 e quando arrancou dois top-10 nas edições de 2017 e 2018 do Portugal Masters.
Num post em inglês, escreveu: «Está na altura de dizer adeus a este saco e dar as boas-vindas ao novo. Muito obrigado à Srixon Europe por ter estado sempre presente, nos bons e nos maus momentos. Foi uma bela viagem!»
Dias depois surgiu uma nova publicação, igualmente em inglês, já referente ao novo material da Titleist: «Estou realmente entusiasmado com o que vem aí em tão boa companhia. Obrigado pelo apoio».
A troca de equipamento seguiu-se a outra alteração de fundo na sua carreira, pois no último mês e meio já andava a trabalhar com um novo treinador, Gonçalo Pinto, um amigo de longa data e antigo companheiro nos tempos de amadores no Clube de Golfe de Vilamoura.
«Durante a quarentena estive uma ou outra vez com o Gonçalo Pinto e percebi bem a filosofia dele. Gostei imenso da maneira dele trabalhar. Nessa altura tive bastante tempo para pensar e decidi falar com o Gonçalo para ele ser o meu treinador técnico», informou-nos o português residente em Inglaterra, que tem estado em casa dos pais, no Algarve, desde que se iniciou a pandemia.
Há uma enorme cumplicidade entre os dois amigos. Eram até conhecidas as apostas que faziam entre eles em cada torneio, premiando quem ficasse melhor classificado. Gonçalo Pinto, até é mais novo (27 anos) e foi campeão nacional amador em 2011 e 2012, ou seja, dois anos depois de Ricardo Melo Gouveia ter arrebatado esse troféu.
Sendo um talento nato, Gonçalo Pinto tem até um recorde nacional único – em 2012, depois de ter sido campeão nacional amador, foi também o melhor no Campeonato Nacional PGA de profissionais. A sua carreira incluiu uma vitória no Campeonato Internacional Amador de Portugal e campeão europeu de clubes (amadores).
A transição de amador para profissional não lhe foi favorável, não sendo capaz de evoluir como profissional ao mesmo nível do que alcançara como amador. Nos últimos anos dedicou-se muito mais à nova carreira de treinador. Aliás, em 2020, faltou ao Solverde Campeonato Nacional PGA, exatamente porque estava na Áustria com Ricardo Melo Gouveia, num torneio do European Tour – o que revela quais as suas prioridades neste momento.
Gonçalo Pinto não será o único treinador de Ricardo Melo Gouveia nesta nova fase. O galês David Llewellin, um amigo de longa data da família, ao ponto de ficar sempre alojado na casa dos Melo Gouveia quando se desloca ao Algarve, voltará a ter um papel mais ativo.
«O David ajudará o trabalho do Gonçalo. Ele tem a parte da experiência que falta um bocadinho ao Gonçalo, portanto, acho que complementam-se muito bem e estou bastante contente com essa mudança», acrescentou Ricardo Melo Gouveia.
O galês, nos seus tempos de jogador, chegou a ser 39.º na Ordem de Mérito do European Tour, circuito onde conquistou um título. Como treinador orientou alguns portugueses, incluindo Pedro Figueiredo, e ainda alguns valores seguros do European Tour como os galeses Jamie Donaldson e Rhys Davies.
Na hora da mudança, Ricardo Melo Gouveia fez questão de não esquecer o intenso trabalho realizado durante um ano e meio com David Silva, o antigo presidente da PGA de Portugal, que tem desenvolvido um projeto bem-sucedido na Finlândia: «Deixei de trabalhar com o David Silva durante a quarentena. Não foi uma decisão fácil, mas percebi que as coisas não estavam a resultar. O David é um ótimo treinador, tem imensos conhecimentos, mas comigo não estava a resultar».
Recorde-se que em várias entrevistas ao longo do último ano, tanto David Silva como Ricardo Melo Gouveia referiram a opção que a dupla fez no outono do ano passado de reconstruírem grande parte dos gestos técnicos do jogador, sobretudo o swing, procurando estar mais perto das exigências e das tendências do golfe internacional ao mais alto nível.
Correu-se, então, o risco de perda de alguma confiança e de resultados negativos, tendo sempre em vista um processo a longo prazo. Uma das consequências naturais e compreensíveis foi Ricardo Melo Gouveia ter perdido o estatuto de membro do European Tour após quatro anos consecutivos na primeira divisão europeia.
Pelos vistos, o processo estava a ser penoso e o profissional da Quinta do Lago decidiu dar por terminada essa experiência. Com Gonçalo Pinto é normal que possa haver alguma recuperação do swing natural de Ricardo Melo Gouveia e só o futuro mostrará exatamente os efeitos desta mudança de equipa técnica.
O certo é que nos dois torneios austríacos do European Tour (e também do Challenge Tour) que disputou no passado mês de julho, já com Gonçalo Pinto, sentiu-se mais identificado com a qualidade do jogo praticado.
«No geral, acho que foi bastante positivo. Sinto que, devagarinho, o jogo está a voltar ao sítio e isso é o mais importante», disse-nos depois de ter passado um cut pela primeira vez na presente temporada, após falhar o cut dos quatro primeiros torneios que disputou.
Foi no Euram Bank Open, no Golfclub Adamstal, em Ramsau, onde nunca tinha jogado, Terminou em 36.º (empatado), com 278 pancadas, 2 abaixo do Par, após voltas de 67, 67, 72 e 72, recebendo pela primeira vez um prémio monetário em 2020, no valor de 3.118 euros. Pedro Figueiredo falhou na altura o cut por 2 ‘shots’, com um agregado a Par do campo após voltas de 71 e 69.
As duas primeiras voltas de 67 foram bastante promissoras e Ricardo Melo Gouveia ainda se recorda das sensações recolhidas: «Nos primeiros dois dias estive muito sólido e não falhei quase shot nenhum, estive muito bem do tee. No terceiro dia não entrei tão bem no jogo, mas ia a aguentar-me bem até à suspensão (durante duas horas, devido a uma trovoada), estava no buraco 10, mas depois aquela paragem não me ajudou muito, quando recomecei entrei um bocadinho fora de ritmo e só consegui dar a volta nos segundos nove buracos do último dia. Nos primeiros nove da quarta volta também não entrei bem, estava bastante complicado com a chuva, mas depois não falhei qualquer shot nos segundos nove e poderia ter feito umas 5 ou 6 abaixo, mas falhei um putt ou outro».
Desde então não houve mais torneios do Challenge Tour e o jogador do ACP Golfe não teve entrada nos torneios do ‘UK Swing’ do European Tour. Ainda chegou a equacionar jogar com o irmão um dos torneios do Pro Golf Tour, mas tudo indica que vá contentar-se com o PGA Summer Pro-Am de Domingo e depois encaixe em setembro a série de três provas do ‘Iberian Swing’ do European Tour: o Estrella Damm N.A. Andalucía Masters em Valderrama (para o qual tem um convite), o Portugal Masters no Dom Pedro Victoria Golf Course em Vilamoura (também com convite) e o Open de Portugal at Royal Óbidos (com entrada direta).
Neste momento, Ricardo Melo Gouveia é o 273.º classificado na Corrida para o Dubai do European Tour e 95.º na Corrida para Maiorca do Challenge Tour.
Embora já se saiba que em 2020, devido à pandemia, foram canceladas as subidas de divisão e, por isso, os rankings sejam menos importantes esta temporada, nem por isso os próximos torneios deixarão de ser relevantes para o atleta olímpico português ganhar confiança nas mudanças que tem vindo a operar na sua carreira.
Daí que diga estar entusiasmado e ansioso por regressar a Valderrama (no sul de Espanha), um dos seus campos preferidos, onde foi 16.º (-1) em 2018, 23.º (+1) em 2017 e 38.º (+14) em 2016, falhando o cut no ano passado. E depois, já se sabe, o Portugal Masters, onde foi 7.º (-15) em 2018 e 5.º (-14) em 2017. No ano passado obteve em Vilamoura a sua segunda melhor classificação da época – 27.º (-8).
Autor: Hugo Ribeiro / Tee Times Golf (teetimes.pt) para Record
«É uma excelente iniciativa por parte da Greatgolfe para ajudar a dinamizar a PGA de Portugal. Estamos todos com pouca competição e, por isso, é o momento certo para competirmos e convivermos com os amadores», disse o atleta olímpico português à Tee Times Golf, em exclusivo para Record.
«É um contrato que engloba tudo, wedges, ferros, madeiras, putter, bola, boné, o saco completo. Só os sapatos é que não porque este ano já tinha contrato com a Nike», explicou o português de 29 anos, cumpridos no passado dia 6. A Titleist equipa, entre outros, Ricardo Santos, o melhor português no ranking mundial, enquanto a Srixon, por exemplo, continua ligada ao seu irmão mais novo, Tomás Melo Gouveia.
Ricardo Melo Gouveia tem estado muito ativo nas redes sociais nestes últimos tempos e publicou várias mensagens referentes a este tema sensível a qualquer jogador, pois cada material tem características próprias e, às vezes, levam-se semanas a conseguir a correta adaptação às novidades.
Numa primeira mensagem não foi ingrato para com a Srixon, marca que o acompanhou nos momentos mais altos da sua carreira, como quando foi n.º1 do ranking do Challenge Tour em 2015, quando entrou no top-100 do ranking mundial em 2016, quando representou Portugal no Rio2016 e quando arrancou dois top-10 nas edições de 2017 e 2018 do Portugal Masters.
Num post em inglês, escreveu: «Está na altura de dizer adeus a este saco e dar as boas-vindas ao novo. Muito obrigado à Srixon Europe por ter estado sempre presente, nos bons e nos maus momentos. Foi uma bela viagem!»
Dias depois surgiu uma nova publicação, igualmente em inglês, já referente ao novo material da Titleist: «Estou realmente entusiasmado com o que vem aí em tão boa companhia. Obrigado pelo apoio».
A troca de equipamento seguiu-se a outra alteração de fundo na sua carreira, pois no último mês e meio já andava a trabalhar com um novo treinador, Gonçalo Pinto, um amigo de longa data e antigo companheiro nos tempos de amadores no Clube de Golfe de Vilamoura.
Há uma enorme cumplicidade entre os dois amigos. Eram até conhecidas as apostas que faziam entre eles em cada torneio, premiando quem ficasse melhor classificado. Gonçalo Pinto, até é mais novo (27 anos) e foi campeão nacional amador em 2011 e 2012, ou seja, dois anos depois de Ricardo Melo Gouveia ter arrebatado esse troféu.
Sendo um talento nato, Gonçalo Pinto tem até um recorde nacional único – em 2012, depois de ter sido campeão nacional amador, foi também o melhor no Campeonato Nacional PGA de profissionais. A sua carreira incluiu uma vitória no Campeonato Internacional Amador de Portugal e campeão europeu de clubes (amadores).
A transição de amador para profissional não lhe foi favorável, não sendo capaz de evoluir como profissional ao mesmo nível do que alcançara como amador. Nos últimos anos dedicou-se muito mais à nova carreira de treinador. Aliás, em 2020, faltou ao Solverde Campeonato Nacional PGA, exatamente porque estava na Áustria com Ricardo Melo Gouveia, num torneio do European Tour – o que revela quais as suas prioridades neste momento.
Gonçalo Pinto não será o único treinador de Ricardo Melo Gouveia nesta nova fase. O galês David Llewellin, um amigo de longa data da família, ao ponto de ficar sempre alojado na casa dos Melo Gouveia quando se desloca ao Algarve, voltará a ter um papel mais ativo.
«O David ajudará o trabalho do Gonçalo. Ele tem a parte da experiência que falta um bocadinho ao Gonçalo, portanto, acho que complementam-se muito bem e estou bastante contente com essa mudança», acrescentou Ricardo Melo Gouveia.
O galês, nos seus tempos de jogador, chegou a ser 39.º na Ordem de Mérito do European Tour, circuito onde conquistou um título. Como treinador orientou alguns portugueses, incluindo Pedro Figueiredo, e ainda alguns valores seguros do European Tour como os galeses Jamie Donaldson e Rhys Davies.
Na hora da mudança, Ricardo Melo Gouveia fez questão de não esquecer o intenso trabalho realizado durante um ano e meio com David Silva, o antigo presidente da PGA de Portugal, que tem desenvolvido um projeto bem-sucedido na Finlândia: «Deixei de trabalhar com o David Silva durante a quarentena. Não foi uma decisão fácil, mas percebi que as coisas não estavam a resultar. O David é um ótimo treinador, tem imensos conhecimentos, mas comigo não estava a resultar».
Recorde-se que em várias entrevistas ao longo do último ano, tanto David Silva como Ricardo Melo Gouveia referiram a opção que a dupla fez no outono do ano passado de reconstruírem grande parte dos gestos técnicos do jogador, sobretudo o swing, procurando estar mais perto das exigências e das tendências do golfe internacional ao mais alto nível.
Correu-se, então, o risco de perda de alguma confiança e de resultados negativos, tendo sempre em vista um processo a longo prazo. Uma das consequências naturais e compreensíveis foi Ricardo Melo Gouveia ter perdido o estatuto de membro do European Tour após quatro anos consecutivos na primeira divisão europeia.
Pelos vistos, o processo estava a ser penoso e o profissional da Quinta do Lago decidiu dar por terminada essa experiência. Com Gonçalo Pinto é normal que possa haver alguma recuperação do swing natural de Ricardo Melo Gouveia e só o futuro mostrará exatamente os efeitos desta mudança de equipa técnica.
O certo é que nos dois torneios austríacos do European Tour (e também do Challenge Tour) que disputou no passado mês de julho, já com Gonçalo Pinto, sentiu-se mais identificado com a qualidade do jogo praticado.
«No geral, acho que foi bastante positivo. Sinto que, devagarinho, o jogo está a voltar ao sítio e isso é o mais importante», disse-nos depois de ter passado um cut pela primeira vez na presente temporada, após falhar o cut dos quatro primeiros torneios que disputou.
Foi no Euram Bank Open, no Golfclub Adamstal, em Ramsau, onde nunca tinha jogado, Terminou em 36.º (empatado), com 278 pancadas, 2 abaixo do Par, após voltas de 67, 67, 72 e 72, recebendo pela primeira vez um prémio monetário em 2020, no valor de 3.118 euros. Pedro Figueiredo falhou na altura o cut por 2 ‘shots’, com um agregado a Par do campo após voltas de 71 e 69.
As duas primeiras voltas de 67 foram bastante promissoras e Ricardo Melo Gouveia ainda se recorda das sensações recolhidas: «Nos primeiros dois dias estive muito sólido e não falhei quase shot nenhum, estive muito bem do tee. No terceiro dia não entrei tão bem no jogo, mas ia a aguentar-me bem até à suspensão (durante duas horas, devido a uma trovoada), estava no buraco 10, mas depois aquela paragem não me ajudou muito, quando recomecei entrei um bocadinho fora de ritmo e só consegui dar a volta nos segundos nove buracos do último dia. Nos primeiros nove da quarta volta também não entrei bem, estava bastante complicado com a chuva, mas depois não falhei qualquer shot nos segundos nove e poderia ter feito umas 5 ou 6 abaixo, mas falhei um putt ou outro».
Desde então não houve mais torneios do Challenge Tour e o jogador do ACP Golfe não teve entrada nos torneios do ‘UK Swing’ do European Tour. Ainda chegou a equacionar jogar com o irmão um dos torneios do Pro Golf Tour, mas tudo indica que vá contentar-se com o PGA Summer Pro-Am de Domingo e depois encaixe em setembro a série de três provas do ‘Iberian Swing’ do European Tour: o Estrella Damm N.A. Andalucía Masters em Valderrama (para o qual tem um convite), o Portugal Masters no Dom Pedro Victoria Golf Course em Vilamoura (também com convite) e o Open de Portugal at Royal Óbidos (com entrada direta).
Neste momento, Ricardo Melo Gouveia é o 273.º classificado na Corrida para o Dubai do European Tour e 95.º na Corrida para Maiorca do Challenge Tour.
Embora já se saiba que em 2020, devido à pandemia, foram canceladas as subidas de divisão e, por isso, os rankings sejam menos importantes esta temporada, nem por isso os próximos torneios deixarão de ser relevantes para o atleta olímpico português ganhar confiança nas mudanças que tem vindo a operar na sua carreira.
Daí que diga estar entusiasmado e ansioso por regressar a Valderrama (no sul de Espanha), um dos seus campos preferidos, onde foi 16.º (-1) em 2018, 23.º (+1) em 2017 e 38.º (+14) em 2016, falhando o cut no ano passado. E depois, já se sabe, o Portugal Masters, onde foi 7.º (-15) em 2018 e 5.º (-14) em 2017. No ano passado obteve em Vilamoura a sua segunda melhor classificação da época – 27.º (-8).
Autor: Hugo Ribeiro / Tee Times Golf (teetimes.pt) para Record