Sara Gouveia é a única profissional portuguesa em torneios internacionais
Regressou agora à competição em Espanha, após uma paragem de mais de três meses

Sara Gouveia regressou à competição após uma paragem de mais de três meses, numa altura em que, entretanto, tornou-se na única profissional portuguesa a participar regularmente em circuitos internacionais, uma vez que Leonor Bessa anunciou o final da sua carreira, enquanto Susana Ribeiro, Mónia Bernardo e Clara Teixeira optaram por jogar apenas torneios em Portugal.
Quando Sara Gouveia jogou pela última vez este ano, despertou a esperança de uma grande época de 2022, pois vinha de um 2.º lugar no torneio do Santander Golf Tour de La Coruña, em junho, igualando a melhor classificação de sempre de uma portuguesa no circuito profissional espanhol.
No entanto, depois disso, a jogadora de 22 anos primou pela ausência em três torneios do mesmo circuito em julho: Oliva Nova em Valência, Neguri em Málaga e Torrequebrada em Vizcaya, este último a contar também para o Ladies European Tour Access Series (LETAS), a segunda divisão europeia.
Em Portugal, também não jogou o 2.º Open Xiragolfe, o 40.º Open Pro-Am da Ilha Terceira, o 89.º Campeonato Nacional Absoluto Hyundai e o 4.º Torneio do Circuito FPG.
Mais recentemente, em setembro, faltou ao Pro-Am Leyendas do Santander Golf Tour em Madrid.
"Atualmente, divido-me entre ser profissional de jogo e de ensino. Dou aulas na Quinta do Lago e, como é uma zona bastante sazonal, o forte da minha atividade profissional em termos de ensino foi o verão. Portanto, decidi excluir esses torneios por haver essa incompatibilidade", explicou a Record.
Mas essa não foi a única razão, como elucidou: "Há cerca de duas semanas, terminei o mestrado em Desporto e Turismo. Entreguei a tese há duas semanas e finalmente concluí este grau académico que queria bastante, porque a minha intenção foi sempre assegurar o futuro primeiramente com os meus estudos, em vez de focar-me totalmente na carreira (de jogadora)".
Mais livre dos seus compromissos, quer académicos, quer de treinadora, Sara Gouveia pôde regressar agora à competição, no Santander Golf Tour de Burgos, no Golf Lerma, uma prova de 40 mil euros em prémios monetários, que contou igualmente para o LETAS. Daí ter apresentado mais jogadoras (95) e melhores participantes do que é habitual em eventos do circuito espanhol.
A antiga vice-campeã nacional amadora não esteve mal, mas não conseguiu passar o cut, terminando no grupo das 49.ª classificadas, com 146 pancadas, 2 acima do Par, após voltas de 74 e 72. No segundo dia subiu 4 posições e só falhou o cut por 1 pancada.
"A minha participação foi muito positiva e não fiquei nada desiludida, embora tenha pena de não ter passado o cut", disse a profissional da Quinta do Lago.
"Sinceramente, até superou as minhas expectativas, porque os resultados foram muito bons em ambos os dias e a concorrência esteve mais forte do que seria de esperar. O meu jogo esteve bastante sólido, sobretudo no segundo dia, no qual, muito dificilmente teria conseguido tirar mais pancadas ao campo", acrescentou a algarvia que já conhecia o campo, pois tinha jogado no Lerma Golf no verão do ano passado, num torneio de match play, considerando o percurso "desafiante".
Quando Sara Gouveia sagrou-se vice-campeã em La Coruña, em junho, saltou para o 3.º lugar do ranking do Santander Golf Tour. Estava bem colocada para receber um dos prémios deste circuito.
Com efeito, no final da época, a n.º1 do ranking apurar-se-á diretamente para a Final da Escola de Qualificação do LET, a primeira divisão europeia. E receberá também um convite para jogar em 2024 no Estrella Damm Ladies Open, um torneio do Ladies European Tour (LET), a primeira divisão europeia.
Quanto às n.º2 e n.º3 do ranking serão presenteadas com a Categoria 12a para o LETAS, para além de poderem ganhar alguma prioridade na tal Final da Escola de Qualificação do LET.
No entanto, ao ausentar-se mais de três meses do circuito, a portuguesa caiu para o 9.º lugar do ranking. No caso do LETAS, Sara Gouveia não quis assinar como jogadora desse circuito este ano, pelo que, mesmo que tivesse pontuado, nem iria aparecer no ranking. É por isso que nem planeou jogar o último torneio de 2022 da segunda divisão europeia.
Já o circuito profissional espanhol tem ainda três torneios pela frente, mas um de pares, outro de match play e o último será o Campeonato Nacional de Espanha, pelo que ascender ao top-3 está-lhe vedado este ano.
De qualquer modo, Sara Gouveia quer competir mais este ano: "Penso jogar o torneio do Circuito FPG na Quinta do Peru e faço intenções de competir pelo menos mais uma vez no Santander Golf Tour".
A portuguesa diz gostar bastante do campo de Lerma e não é a única. A sua opinião foi corroborada pela alemã Verena Gimmy, que estreou-se como profissional no Lerma Golf em 2020. Agora, dois anos depois, conquistou o seu primeiro título, quer no LETAS, quer no Santander Golf Tour, com o bom resultado de 203 pancadas, 13 abaixo do Par, após voltas de 67, 67 e 69.
A germânica de 28 anos teve uma última volta louca, pois perdeu 4 pancadas no buraco 8 e parecia ter tudo perdido. Simplesmente, nos últimos nove buracos converteu 6 dos seus 7 birdies dessa segunda ronda e acabou por vencer pela margem mínima de 1 ‘shot’ sobre a checa Sara Koukova (65+69+72) e a amadora suíça Vanessa Knecht (67+66+73).
Foi apenas o segundo torneio do ano de Verena Gimmy no LETAS, pelo que, apesar dos 6.400 euros embolsados e 500 pontos amealhados, surge apenas no 21.º lugar da Ordem de Mérito, ou seja, muito longe do top-6 que no final da época ascende à primeira divisão europeia.
Tendo em conta que falta apenas um torneio para encerrar a temporada da segunda divisão europeia, a alemã sabe que para o ano irá continuar a militar no LETAS. Em contrapartida, Sara Kukova cimentou a sua liderança no ranking do LETAS. Estas jogadoras não são membros do Santander Golf Tour e não somam pontos para o ranking desse circuito, liderado pela espanhola Natalia Escuriola.