Em Cotonou, uma das maiores cidades do Benim, o hóquei em patins faz sonhar mais de 270 crianças. É no EYA Centro Comunitário, uma coletividade neste país junto ao Golfo da Guiné, que nasceu o projeto mais apaixonante ligado à modalidade: o 'Hockey foi Benim'.

No Mundial que decorre em Novara, Record encontrou o criador deste projeto. Kouokam Kamtchueng nasceu nos Camarões e jogou hóquei na 1ª Divisão francesa. Tentou implementar o desporto no seu país, mas o projeto não andou para a frente. Saltou a Nigéria até chegar ao Benim, onde encontrou uma colectividade que se apaixonou pelo hóquei.

À falta de condições para jogar, há paixão que sobra. Mas também há boas notícias a chegar.

"Temos 270 crianças a jogar em apenas uma pista. No próximo ano teremos 500 crianças a jogar, mas vai ser construído um novo rinque pela escola pública", conta ao nosso jornal Kouokam Kamtchueng no Pala Igor, em Novara, agradecendo também a visibilidade dada por Record ao projeto.

"Tenho muitos objetivos, mas o maior deles é ver o Benim ser campeão do Mundo. É um objetivo muito ambicioso, mas quando comecei este projeto ninguém acreditava que ao dia de hoje teríamos mais de 200 crianças a patinar. Dentro de 5 anos, talvez 10, queremos estar a participar no Mundial."

O 'Hockey for Benim' tem reunido a solidariedade de vários jogadores e treinadores. No verão passado, Pedro Gonçalves, atual treinador do Alenquer, e Ricardo Lopes, ex-atleta do Parede, rumaram ao país africano para dar formação aos treinadores. Consigo levaram a missão de desenvolver e dar visibilidade ao projeto. Na bagagem levaram também vários quilos de material, entre sticks, joalheiras, caneleiras, patins… e mais coubesse no porão do avião.

"Eles ajudaram-nos muito neste projeto. Agradeço muito a eles por terem confiado tanto em nós", conta Kouokam. Já este verão, outros voluntários rumaram a Cotonou, tendo sido realizado o primeiro jogo de hóquei em patins na história daquele país.