Uma das polémicas mais ruidosas dos Jogos Olímpicos envolveu Steven Van de Velde, o jogador de voleibol de praia que foi preso, aos 17 anos, depois de ter violado uma criança de 12. O holandês, de 29 anos, foi bastante criticado e assobiado durante o torneio e esteve perto de desistir da competição, como contou o próprio, em entrevista ao ‘NOS Sport’. 

"Definitivamente tive um momento em que me vim abaixo, tanto antes como durante o torneio. Mas pensei: ‘não quero isso’, não vou dar aos outros o poder de decidir se me podem intimidar", confessou. 

O voleibolista que foi eliminado da competição nos oitavos de final acusou a organização e os meios de comunicação de tentarem prejudicar a mulher e o filho com as constantes notícias sobre o caso de violação. 

"Fiz uma coisa má há 10 anos. Tenho de aceitar, mas magoar as pessoas que estão à minha volta, quer ser seja o Matthew – com quem fez dupla em Paris -, a minha mulher ou o meu filho... isso para mim foi demais. Houve um momento em que pensei: ‘vale a pena?’." 

A participação do holandês na competição esteve em discussão até à última, mas Van de Velde acabou mesmo por representar o seu país nos Jogos Olímpicos - ainda que tenha ficado hospedado fora da Aldeia Olímpica. 

"O alvoroço foi grande, mas entendo as opiniões dos outros. Percebo que seja um problema: ‘devemos permitir alguém com um passado assim a participar numa competição?’ É uma pergunta legítima." 

O caso de violação remonta a 2014 quando, então com 17 anos, Van de Velde conheceu no Facebook uma rapariga britânica, de 12 anos, com quem viria a ter relações sexuais. O holandês foi detido e mais tarde condenado a quatro anos de prisão, acabando por sair em 2017, depois de ter cumprido um ano de sentença.