Iúri Leitão e Rui Oliveira chegaram esta segunda-feira a Portugal depois de terem conquistado a medalha de ouro em madison, no ciclismo de pista, em Paris, e mostraram-se incrédulos com a enorme euforia que se viveu no Aeroporto Francisco Sá Carneiro, no Porto, onde mais de mil pessoas os receberam num clima de grande festa. Aos jornalistas presentes, os dois ciclistas agradeceram o ambiente "inacreditável" e voltaram a reforçar que estão a viver um sonho.

Iúri Leitão

Receção: "É impressionante o que estamos a ver aqui, inacreditável. A maior vitória que o ciclismo [português] já teve na história, nunca chegámos tão alto, especialmente nos Jogos Olímpicos. Acho que vai ser uma catapulta muito boa para nós e para o nosso desporto".

Medalhas e vitórias são para repetir todos os anos? "Se conseguisse manter essa consistência, provavelmente seria um dos melhores da história. Tenho tido uns anos muito bons. Vamos tentar manter o nível, mas é muito complicado".

Festejo à Cristiano Ronaldo: "Foi tudo ideia do Rui. Eu estava nervoso para pensar fosse no que fosse, mas concordei na hora. Mensagem do Cristiano? Só soube quando já estávamos a ir para a Aldeia Olímpica. Fiquei incrédulo e o Rui igual...".

Como é receber pessoas tão próximas de si? "É espetacular. Essas pessoas estão sempre cá. Há duas semanas estávamos aqui e não estava ninguém porque estávamos de partida, mas essas pessoas são fundamentais no nosso suporte e estabilidade para podermos alcançar estes objetivos".

Qual o sentimento de subir duas vezes ao pódio? "Já seria um sonho se tivéssemos conseguido dois diplomas. Claro que todos sonhamos com as medalhas, e trazer duas, uma de prata e uma de ouro... É indescritível".

Morte de José Manuel Constantino: "Enfim, é um momento muito triste para todos nós. Estávamos na cerimónia de encerramento, num momento de celebração e alegria, mas foi um balde de água fria muito grande. Por mais que estivéssemos conscientes da condição de saúde dele, foi muito triste".

Rui Oliveira

Receção: "Há duas semanas estivemos aqui e isto estava praticamente vazio. Íamos com um sonho. E vir com uma medalha de ouro na corrida mais importante da história do ciclismo... Acho que não podíamos pedir momento mais bonito".

Valeu a pena não ir já para a Dinamarca? "Não sei que horas são, mas às 6h00 da manhã estou a apanhar o voo...".

Próximos objetivos? "Depois dos Europeus e Mundiais, este é o culminar do sonho de um atleta, conseguir uma medalha nos Jogos. E nós conseguimos a de ouro. Isso ainda não nos cabe na cabeça. É uma coisa fora deste mundo e que vai demorar muito tempo a assimilar. Não sei o que vai acontecer depois disto, mas temos que desfrutar. Espero que estejam connosco e não esqueçam o ciclismo de pista. Vamos continuar a crescer esta modalidades e todas as outras. Tivemos um grupo fantástico e quero agradecer a toda a gente. Continuem a apoiar".

Nível da comitiva: "Sofremos todos uns pelos outros e é incrível ver a quantidade de atletas que temos ao mais alto nível. Se fazemos isto com tão pouco, imaginem... Temos de dar ao ciclismo e a todas as modalidades o que demos ao futebol, e espero que isto seja um passo para começarem a abrir com outros desportos, não só o ciclismo de pista mas também todas as modalidades".

Morte de José Manuel Constantino: "Foi uma tristeza grande para todos nós. Uma pessoa que ajudou a conquistar tudo o que temos hoje. Espero que esteja feliz pela nossa conquista. Ainda conseguiu ver a nossa corrida e espero que esteja orgulhoso. Fizemos tudo o que esteve ao nosso alcance para homenageá-lo".