A Ferrari fez história no circuito de Hungaroring, palco do Grande Prémio da Hungria. A escuderia do “cavallino rampante” alcançou o quarto título consecutivo do Mundial de construtores, o 12º da sua brilhante carreira, sendo a equipa mais aureolada do “circo”.
Ao garantirem os dois primeiros lugares do pódio, Rubens Barrichello e Michael Schumacher acabaram de vez com as veleidades da Williams-BMW, escuderia que terá de contentar-se com o segundo lugar do pódio, a 77 pontos da primazia patenteada pela Ferrari.
Mais: apenas uma equipa, a McLaren-Honda (entre 1988 e 1991) logrou vencer quatro Mundiais sucessivos, o período áureo em que o malogrado piloto brasileiro Ayrton Senna e o francês Alain Prost reinavam nas pistas da Fórmula 1.
“Isto é um resultado de sonho, numa equipa de sonho”, afirmou, eufórico, Jean Todt, o director desportivo e um dos principais responsáveis pela actual hegemonia da equipa italiana. Louros que também terão de ser repartidos pelo “boss” Luca di Montezemolo e pelo director técnico Ross Brawn.
À escala planetáriaUm sucesso à escala planetária que teve início em 1929, quando o já falecido “comendador” Enzo Ferrari fundou a empresa, em Modena. Em 1947, Franco Cortese conquistou o primeiro triunfo para a Ferrari, no Grande Prémio de Roma, e cinco anos depois (em 1952), Alberto Ascari arrebatou o primeiro Mundial de pilotos ao volante de um bólide saído das oficinas de Maranello.
Ascari repetiu a proeza em 1953 e o Mundo habituou-se a ver os pilotos da Ferrari nos primeiros lugares do pódio, entre os quais se incluem figuras lendárias como Juan Manuel Fangio, Phil Hill, Niki Lauda, Nigel Mansell, Scheckter, Prost e, claro, o pentacampeão Michael Schumacher.
Uma parceria frutuosaContratado pela Ferrari em 1996, só a partir de 1999 é que Michael Schumacher logrou contribuir para a conquista do Mundial de construtores por parte da “escuderia” sediada em Maranello. “Schumi” fez então dupla com o finlandês Mika Salo, mas não conseguiu impedir o triunfo do rival finlandês Mika Hakkinen, ao volante de um McLaren Mercedes.
Mas estavam lançadas as bases para uma parceria frutuosa, na qual teremos obrigatoriamente de incluir o director desportivo Jean Todt e o “boss” da equipa, Luca di Montezemolo. A flagrante hegemonia da Ferrari viria a confirmar-se nos anos seguintes: 2000, 2001 e 2002.