22 maio 2023 - 17:44
Miguel Oliveira: «Título mundial de MotoGP? Não caiu por terra, de todo»
Piloto português assume que, apesar da lesão, "é possível ser campeão este ano"

Miguel Oliveira frisou, em declarações à margem da 2.ª Conferência Bola Branca, organizada pela Rádio Renascença, que ainda não há certezas quanto à data do seu regresso aos Grandes Prémios de MotoGP, assegurando que só vai voltar à competição quando estiver a 100 por cento.
"Gostava de ter a certeza da data exata do regresso. A lesão que tenho no ombro não é fixa a nível de tempo, pelo que não tenho certeza. A prioridade é voltar a 100 por cento. Se tiver de demorar mais, lá terá de ser. Não vou voltar com receio. Com a lesão que tive... Sei que quando voltar para cima da mota vou estar a 100 por cento. Há o risco normal, mas isso eu sei que tenho quando saio de casa", começou por explicar.
Relação com o futebol: "É praticamente inexistente. Tirando a Seleção, o resto diz-me pouco. Não por ser quem sou hoje, mas desde pequenino que me interesso pelas motas e pelas rodas. Nunca tive um interesse genuíno pelo futebol, mas reconheço que ainda é o desporto rei em Portugal".
Sempre quis ser piloto de MotoGP? "Queria ser piloto de motocross, mas o meu pai sempre me puxou para um lado mais seguro. Andar de motocross certamente me dava muito mais lesões do que o motociclismo. As últimas lesões não foram por culpa minha (risos)".
Título mundial de MotoGP: "Não caiu por terra, de todo. Este ano, quem pontua muito durante o fim de semana são pilotos inesperados. Quando as posições se solidificarem e houver maior previsibilidade, as coisas vão acalmar. Em 700 e tal pontos possíveis, ainda nem 100 foram alcançados. É possível ser campeão este ano. Estar aqui sentado, lesionado e a dizer isto é difícil e ainda falta um grande salto, mas acredito".
Faltou ética nos acidentes? "Não. Seria insensato abordar o tema aqui. Não teve nada a ver com isso, apenas circunstâncias de corridas que até se podem encaixar em mim. Nunca atirei ninguém ao chão, mas quantas mais corridas faço, maior a probabilidade".
Críticas aos outros pilotos: "Não ilibo no sentido de que está tudo bem e foi só um lance de corrida. É importante trazer a responsabilidade para que se respeite os adversários. Disputamos posições com máquinas que pesam 100 quilos e andam a 300 quilómetros por hora, por isso não se pode ir em frente e largar os travões. Tem de haver responsabilidade. Deposito a minha confiança nos júris de prova para penalizar quando acontecem estes atos. Há alguma falta de coerência e consistência de penalizações, isso sim".
Feito no motociclismo e se há mais talento: "Reconheço que hoje em dia a montra de exposição é muito maior do que aquela a que tive acesso, ao nível de escolher campeonatos e modalidades de iniciação. Hoje em dia não é assim tão dificil iniciar a velocidade. Na minha altura era muito elitista. Vejo muito talento, mas muita falta de vontade. Na minha altura eu queria de verdade ser piloto e abdicar de outras coisas. Dar a moeda de troca para ter as motas. Hoje em dia vejo muitos miúdos com talento a ficarem pelo caminho e muito por falta de atitude. Penso que é importante liderar pelo exemplo. Tento fazer isso nas minhas intervenções".
Oliveira Cup: "Ficou meio pelo caminho. Nós abrimos o projeto e era uma iniciação...".
Trabalho público da Federação: "A Federação foi nossa parceira nos primeiros anos, mas o 'circo' todo da Oliveira Cup era nosso, pelo que era difícil abrir para todos os que quisessem experimentar".
Igualdade: "A Federação internacional deu um passo certo ao criar um campeonato do Mundo só para mulheres. É um primeiro passo para que haja igualdade na categoria de velocidade. Têm jeito".
Filha: "Gosta mais de dança, ténis e essas coisas. Ela tem três motas, se ela quiser pegar numa ou noutra, elas estão ali. Não a vou privar, mas se não quiser, será um conforto para mim".
Futebol: "Somos um país de futebol, mas gostava de ouvir falar de futebol e do jogo e não do que acontece à volta do jogo. Fala-se de tudo, menos do que acontece no campo. Alimenta quem adora as polémicas, mas eu admiro os atletas e gostava de saber mais sobre eles, mas não consigo. O que posso fazer? Não posso ir à papelaria e rasgar as capas dos jornais e dizer que agora não veem isto. Podia seguir a trajetória de lamentar o facto de não termos apoios e as modalidades olímpicas terem, mas eu prefiro centrar-me na responsabilidade em nós. O meu pai bateu em todas as portas. Ouvimos muitos nãos e até nos perguntaram se Moto 3 era motos a três rodas (risos). Agora parece que falo de barriga cheia, mas passámos por muitas dificuldades".
Por André Zeferino
"Gostava de ter a certeza da data exata do regresso. A lesão que tenho no ombro não é fixa a nível de tempo, pelo que não tenho certeza. A prioridade é voltar a 100 por cento. Se tiver de demorar mais, lá terá de ser. Não vou voltar com receio. Com a lesão que tive... Sei que quando voltar para cima da mota vou estar a 100 por cento. Há o risco normal, mas isso eu sei que tenho quando saio de casa", começou por explicar.
Sempre quis ser piloto de MotoGP? "Queria ser piloto de motocross, mas o meu pai sempre me puxou para um lado mais seguro. Andar de motocross certamente me dava muito mais lesões do que o motociclismo. As últimas lesões não foram por culpa minha (risos)".
Título mundial de MotoGP: "Não caiu por terra, de todo. Este ano, quem pontua muito durante o fim de semana são pilotos inesperados. Quando as posições se solidificarem e houver maior previsibilidade, as coisas vão acalmar. Em 700 e tal pontos possíveis, ainda nem 100 foram alcançados. É possível ser campeão este ano. Estar aqui sentado, lesionado e a dizer isto é difícil e ainda falta um grande salto, mas acredito".
Faltou ética nos acidentes? "Não. Seria insensato abordar o tema aqui. Não teve nada a ver com isso, apenas circunstâncias de corridas que até se podem encaixar em mim. Nunca atirei ninguém ao chão, mas quantas mais corridas faço, maior a probabilidade".
Críticas aos outros pilotos: "Não ilibo no sentido de que está tudo bem e foi só um lance de corrida. É importante trazer a responsabilidade para que se respeite os adversários. Disputamos posições com máquinas que pesam 100 quilos e andam a 300 quilómetros por hora, por isso não se pode ir em frente e largar os travões. Tem de haver responsabilidade. Deposito a minha confiança nos júris de prova para penalizar quando acontecem estes atos. Há alguma falta de coerência e consistência de penalizações, isso sim".
Feito no motociclismo e se há mais talento: "Reconheço que hoje em dia a montra de exposição é muito maior do que aquela a que tive acesso, ao nível de escolher campeonatos e modalidades de iniciação. Hoje em dia não é assim tão dificil iniciar a velocidade. Na minha altura era muito elitista. Vejo muito talento, mas muita falta de vontade. Na minha altura eu queria de verdade ser piloto e abdicar de outras coisas. Dar a moeda de troca para ter as motas. Hoje em dia vejo muitos miúdos com talento a ficarem pelo caminho e muito por falta de atitude. Penso que é importante liderar pelo exemplo. Tento fazer isso nas minhas intervenções".
Oliveira Cup: "Ficou meio pelo caminho. Nós abrimos o projeto e era uma iniciação...".
Igualdade: "A Federação internacional deu um passo certo ao criar um campeonato do Mundo só para mulheres. É um primeiro passo para que haja igualdade na categoria de velocidade. Têm jeito".
Filha: "Gosta mais de dança, ténis e essas coisas. Ela tem três motas, se ela quiser pegar numa ou noutra, elas estão ali. Não a vou privar, mas se não quiser, será um conforto para mim".
Futebol: "Somos um país de futebol, mas gostava de ouvir falar de futebol e do jogo e não do que acontece à volta do jogo. Fala-se de tudo, menos do que acontece no campo. Alimenta quem adora as polémicas, mas eu admiro os atletas e gostava de saber mais sobre eles, mas não consigo. O que posso fazer? Não posso ir à papelaria e rasgar as capas dos jornais e dizer que agora não veem isto. Podia seguir a trajetória de lamentar o facto de não termos apoios e as modalidades olímpicas terem, mas eu prefiro centrar-me na responsabilidade em nós. O meu pai bateu em todas as portas. Ouvimos muitos nãos e até nos perguntaram se Moto 3 era motos a três rodas (risos). Agora parece que falo de barriga cheia, mas passámos por muitas dificuldades".
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