19 maio 2023 - 20:47
Pai de Marco Simoncelli defende Márquez: «O que ele faz é a essência do motociclismo»
Paolo Simoncelli critica a forma como todos olham e falam do espanhol

Em 2011, na Malásia, viu o seu filho Marco perder a vida no Grande Prémio da Malásia, mas nem essa tragédia afastou Paolo Simoncelli do mundo do motociclismo. Manteve vivo o legado do filho, criou uma equipa de Moto3 e Moto3 em sua homenagem (Sic58) e é com conhecimento de causa que no início desta semana, no blogue da formação que lidera, abordou a atualidade do MotoGP para defender Marc Márquez. Em particular depois do sucedido no Grande Prémio de França, em Le Mans, uma prova na qual o espanhol foi um dos grandes animadores, antes de cair a duas voltas do final.
"Nesta época, em que os jornalistas e as televisões criam alarmes e 'terrorismo', é normal falar-se de ultrapassagens demasiado agressivas ou próximas do outro piloto, o que é quase um absurdo, queria fazer uma pergunta: 'e se o Márquez tivesse estado ali no meio no domingo? E se fosse ele o culpado de um dos incidentes ou contactos que aconteceram? As notícias teriam sido atenuadas?' Respondo: 'claro que não. Teriam-no queimado como Joana d'Arc", começou por escrever.
Paolo lembra o que o espanhol passou e diz que este representa tudo o que o motociclismo deve ser. "Parece-me absurdo que, depois de 45 dias parado, sem conhecer o chassis, um rapaz arrisque para fazer a pole - que apenas perdeu para um grande Bagnaia - e nós aqui continuemos a falar disso. A sério? Ao contrário de outros, acusam-no de realizar ultrapassagem demasiado agressivas ou manobras próximas do incorreto. Mas as ultrapassagens, as trajetórias em cima dos corretores, a adrenalina e a emoção são a essência do motociclismo, sem isso este desporto não existiria", considerou.
A fechar, Paolo Simoncelli olha ao global e considera que no domingo, em Le Mans, viu uma corrida que há muito não se assistia. "Travagens incríveis, ultrapassagens no limite. Quer queiras, quer não, ele protagonizou-a e converteu-a numa senhora corrida que nos deixou todos agarrados ao ecrã. Estas pessoas são o espectáculo que o mundo das motos precisa, num contexto desportivo onde o futebol é rei. Por isso pergunto: ' por que não desfrutamos da beleza deste desporto e deixamos que estes rapazes façam aquilo que muito poucos conseguem?'"
Por Fábio Lima
"Nesta época, em que os jornalistas e as televisões criam alarmes e 'terrorismo', é normal falar-se de ultrapassagens demasiado agressivas ou próximas do outro piloto, o que é quase um absurdo, queria fazer uma pergunta: 'e se o Márquez tivesse estado ali no meio no domingo? E se fosse ele o culpado de um dos incidentes ou contactos que aconteceram? As notícias teriam sido atenuadas?' Respondo: 'claro que não. Teriam-no queimado como Joana d'Arc", começou por escrever.
A fechar, Paolo Simoncelli olha ao global e considera que no domingo, em Le Mans, viu uma corrida que há muito não se assistia. "Travagens incríveis, ultrapassagens no limite. Quer queiras, quer não, ele protagonizou-a e converteu-a numa senhora corrida que nos deixou todos agarrados ao ecrã. Estas pessoas são o espectáculo que o mundo das motos precisa, num contexto desportivo onde o futebol é rei. Por isso pergunto: ' por que não desfrutamos da beleza deste desporto e deixamos que estes rapazes façam aquilo que muito poucos conseguem?'"
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