«Não é como começa, mas como acaba!»

Esta frase foi-me dita há já vários meses por Vítor Macedo, o técnico que acabou de revalidar o título nacional do Vitória de Guimarães e que conquistou o desejado tetra campeonato para a equipa campeã. Mais à frente explicarei o contexto da frase e porque entendo que ela ilustra bem o que se passou esta época. Parabéns aos campeões!

Entretanto o Benfica em femininos conseguiu triunfar nas grande penalidades na visita ao Fluvial e assim posicionar-se como favorito para revalidar o titulo no 3º e decisivo jogo, em casa. Com a realização dos jogos em falta, a classificação da primeira Divisão Masculina ficou definida com o Sporting a assegurar o 3º lugar e o CAPacense o 5º lugar com as  respectivas vitórias diante de Paredes e Povoense respectivamente. Top!

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Tetracampeões - A defesa intransponível do Castelo!!!

Terceiro Jogo

Partindo com uma crucial vantagem de duas vitórias em dois jogos realizados na piscina do Fluvial, o Vitória de Guimarães começou o terceiro jogo (primeiro em casa) a vencer o primeiro parcial por um golo num parcial intenso e "rasgadinho". O Fluvial pareceu melhor no jogo no segundo parcial e conseguiu equilibrar até ao intervalo. Até ao fim, muita emoção e equilíbrio o que levou o jogo a acabar empatado havendo necessidade de recorrer a grandes penalidades. Felicidade para o Fluvial que conseguiu vencer o jogo e assim manter-se na luta pelo título. Resultado final 14-15 (1-0; 2-3; 2-2; 4-4; 5-6 após marcação das grandes penalidades). No jogo, mérito das defesas de ambas as equipas já que em 21 superioridades, apenas por uma vez houve um golo. Por comparação com os dois primeiro jogos, o Vitória pareceu "descansar" um pouco com a vantagem obtida fora e o Fluvial tentou e conseguiu reentrar na corrida. Pelo meio, o esforço traduziu-se na perda de João Leite e do treinador João Pedro Santos, ambos com cartão vermelho e assim de fora para o 4º jogo que se iria realizar pouco mais de 24 horas depois.

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Quarto Jogo

No Domingo, o filme foi radicalmente diferente. O Vitória cedo mostrou ao que vinha. Revalidar o título e mostrar inequivocamente a sua superioridade. Desconcentração inicial do Fluvial (a ser dirigido por Artur Neves na ausência de João Pedro Santos) que ainda no primeiro parcial viu-se a perder por 5-2. Erro de cálculo ou falta de experiência, a verdade é que o Fluvial "deixou-se" enredar numa teia táctica bem desenhada por Vítor Macedo e exemplarmente executada pela equipa (com Pedro Sousa a dar um recital, não apenas ofensivamente mas um pouco por toda a piscina e em diferentes momentos do jogo…). De forma quase inédita o Vitória marcou golos de contra-ataque (ponto forte habitual do Fluvial) e golos com jogadores libertos de marcação na área do Fluvial (para desespero de Tiago Aparício que esteve "algo apagado"), num jogo em que defensivamente o Fluvial esteve cedo desinspirado e se "esqueceu" da intensidade ofensiva, a sua maior arma, para derrotar o Vitória. Por razões diversas o Fluvial acabou a fazer um jogo de contacto e quezílias dentro da água que só desconcentrou a equipa que à entrada do 4º parcial já perdia por 15-9. Vitória expressiva por 20-13 dos campeões nacionais (5-2, 4-3, 6-4, 5-4), domínio de todas as dimensões do jogo (o Vitória converteu 4 superioridades em 16, isto é 25% de eficácia contra 5 superioridades convertidas pelo Fluvial em 22 obtidas, isto é, o Fluvial conseguiu não aproveitar 17 superioridades…), demonstração inequívoca do mérito da conquista do título, com um especial destaque para a preparação e leitura de jogo de Vítor Macedo e para o Pedro Sousa que fez questão de demonstrar porque é o melhor jogador a actuar no campeonato nacional. Top!

Como disse no início da crónica ao longo da época tive a oportunidade de falar por várias vezes com Vítor Macedo técnico campeão nacional. É importante relembrar que a época começou com o triunfo do Fluvial na Supertaça, num jogo em que o Fluvial foi superior e demonstrou então estar em posição de desafiar os campeões em título. Com algumas mudanças na equipa (nomeadamente a "perda irreparável" de Rui Ramos) e a preparar uma campanha europeia que acabou por ser inédita no seu sucesso, Vítor Macedo não abriu mão das "cargas" típicas de pré-época que o levaram a apresentar uma equipa em fase de construção. Inversamente, o Fluvial apresentou-se "leve", com elevada intensidade, ainda a beneficiar de muitas ideias de jogo que vinham da época passada pela mão de Alfonso Merino. É por esta altura que o Vítor me diz "Isto não é como começa, é como acaba! Vamos esperar…". Revelando uma lucidez e perseverança impar, voltámos a falar alguns dias após a derrota nas meias-finais contra o Sporting. "Estou com azia, mas isto passa…" disse-me. E tinha razão, passou. E de que maneira. Acabou em conquista e festa. Parabéns!!!

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Ao longo da época e em vários artigos referi o quanto o jogo do Fluvial se destacava pela positiva face aos demais adversários. Em média 20 ou mais golos por jogo, entradas fulgurantes, ritmo frenético, intensidade. No início da 2ª volta do campeonato em conversa com alguém entendido em Polo Aquático alertei: "Tudo sai bem. O jogo da equipa roça a perfeição. O problema vai ser quando e se as coisas não saírem bem alguma vez. A equipa estará preparada?". Na verdade, nas meias-finais contra o Paredes, a falta de aproveitamento das superioridades era já evidente (18%) por comparação com os 35% da primeira volta do campeonato. Algumas mexidas no plantel (atletas estrangeiros) e alterações de jogadores escolhidos para os jogos pareceram-me estratégicas e fruto de um plano bem elaborado. Aqui e ali, a equipa transparecia a ideia de que com tempo ou por um qualquer desígnio acabaria sempre por ganhar os jogos. O que fazia e com facilidade. E de repente… Confesso que esperava mais da equipa líder incontestada do campeonato regular. Em 4 jogos, objectivamente, o Fluvial esteve bem no início do primeiro e em quase todo o terceiro jogo. E tudo ruiu no último. Estranhamente faltou uma ideia e uma identidade de jogo para "roubar" o titulo a um equipa experiente e focada que tinha tido um aviso forte nas meias-finais contra o Sporting. Em resumo, resta ao Fluvial lutar pela conquista da Taça e repensar a estratégia para a próxima época. Com frieza e objectividade, é importante notar que o título esteve muito mais próximo na época passada. Altura de tirar conclusões.

Classificação primeira Divisão Masculina

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Com a desvantagem de um golo trazida de Paredes, o Sporting recebeu e triunfou diante do Paredes por 15-12 (4-4; 3-5; 4-1 e 4-2) num jogo bem disputado em que o Sporting começou com 2 golos de vantagem e viu o adversário chegar ao intervalo com uma vantagem de 7-9. Boa resposta na 2ª parte por parte dos Sporting (desfalcado de 3 importantes peças, Ruben Santos, David Dobos e Tomás Cabecinha), demonstrando um crescimento e maturidade face à adversidade do resultado que lhe faltou nalguns momentos esta época. Na verdade, a experiência quea equipa terá ganho na África do Sul fez bem aos "leões" que inverteram o resultado e assim asseguraram o terceiro lugar no campeonato (importante face a eventuais ambições nas competições europeias na próxima época). Com 15 inferioridades, a defesa do Sporting acabou melhor que o Paredes que sofreu 5 golos em 11 inferioridades. Destaque para os 4 golos de Tiago Gomes do Sporting e para a entrada motivadora de Daniel Carvalho na balizado do Sporting na 2ª parte. Do lado do Paredes, com Xavier Sousa apagado pela eficaz marcação do Sporting, o destaque vai para Ricardo Teixeira que pareceu solto e assumiu a batuta do jogo da equipa.

 

Ambas as equipas irão agora focar a atenção na Taça de Portugal onde irão espreitar a possibilidade de conseguir alguma surpresa. Aguardemos…

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No jogo para atribuição do 5º e 6º lugar, o CAPacense recebeu e derrotou o Povoense (3-4; 5-4; 6-1 e 3-1) num jogo em que não entrou bem e equilibrou até ao intervalo e depois dominou por completo até ao fim. Destaque para os 5 golos de Ricardo Sousa do CAPacense e para o regresso de Miguel Mariani à competição.

Para o CAPacense este acabou por ser um campeonato de transição com algumas mexidas no plantel e renovações, sendo claramente a melhor equipa das que não estiveram nos playoffs para a disputa do titulo. Veremos o que farão na Taça de Portugal.

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Para o Povoense, também uma época que começou atribulada e que agora termina com melhor perspectiva para o futuro com uma equipa jovem em crescimento. O sorteio da Taça poderá proporcionar a melhor campanha da temporada. Aguardemos… 

Título Primeira Divisão Feminina

Na visita ao Fluvial e após a derrota sofrida em casa, a equipa do Benfica, campeã em título, tinha toda a pressão do seu lado, já que a derrota significava a entrega do título à equipa do Fluvial. Acabou por ser um jogo competitivo (0-1; 1-1; 3-2; 3-3 e 2-4 após grandes penalidades), em que o Benfica triunfou nas grandes penalidades após um empate regulamentar de 7-7). Basicamente as defesas superiorizaram-se de forma expressiva (em 17 superioridades apenas se observou um golo), sendo que apenas  por 15 segundos uma das equipas (neste caso o Fluvial) dispôs de uma vantagem de 2 golos (ocorreu no terceiro parcial). Destaque para os 4 golos de Madalena Lousa e 3 golos de Lídia Rocha. No próximo realizar-se-á o último e definitivo jogo, no qual Nuno Marques do Fluvial estará por motivos disciplinares ausente do banco. A acompanhar com todo o interesse! Top!

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Por António Gomes
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