Filipe Toledo faz história ao sagrar-se bicampeão mundial de surf
Caroline Marks estreou-se como campeã feminina

O brasileiro Filipe Toledo conquistou, este sábado, o título mundial de surf de 2023, tornando-se no primeiro surfista brasileiro a sagrar-se bicampeão mundial, depois de revalidar com sucesso o título que já havia conquistado no ano passado, também na finalíssima de Trestles. No lado feminino, a norte-americana Caroline Marks sagrou-se campeã mundial pela primeira vez na carreira.
Numa finalíssima marcada pela dúvida em torno da disponibilidade de Ethan Ewing para competir, o australiano e número 3 do ranking na temporada regular acabou por ser um dos animadores do dia, mesmo depois de ter partido duas vértebras há cerca de um mês. Acabou por ser Ewing a disputar a final com Toledo, sendo o brasileiro o mais forte em dois duelos muito equilibrados.
Tudo começou com um triunfo de João Chianca frente a Jack Robinson. Depois, Ewing superou Chianca e também ultrapassou o número 2 do ranking, o californiano Grifin Colapinto, com performances de excelência em ambas as baterias. Já na grande final, o primeiro heat acabou por sorrir a Toledo, com 17,97 pontos contra 17,23. No segundo round a diferença foi maior, com os 14,27 pontos do brasileiro a carimbarem o título, perante apenas 12,37 do australiano.
Além de ter conquistado o segundo título da carreira e de se ter tornado no primeiro brasileiro bicampeão mundial, Toledo, grande beneficiado por este formato de decisão do título, confirma a hegemonia brasileira no surf mundial. Isto porque nos últimos dez anos, são já sete títulos para o Brasil, que teve o seu primeiro sucesso apenas em 2014, por intermédio de Gabriel Medina.
No lado feminino, Caroline Marks chegou a esta finalíssima como número 3 mundial, mas ninguém a conseguiu travar até ao título. Após um primeiro embate que sorriu a Caitlin Simmers frente a Molly Picklum, Marks superou a rookie e compatriota na segunda bateria do dia e a partir daí embalou para a história.
Nas meias-finais, Marks superou a australiana Tyler Wright com grande superioridade, marcando encontro com Carissa Moore na final. A havaiana chegou a Trestles como número um mundial e com possibilidade de vencer o sexto título da carreira, mas Marks acabou por vencer a final com um parcial de 2-0 (17,10 contra 14,97 e 14,60 contra 13,53).
Dessa forma, a surfista da Florida, de apenas 21 anos, quebra um longo hiato sem um título mundial por parte de uma surfista norte-americana continental – excluindo havaianas, que competem na WSL como nação independente. A última surfista a tê-lo conseguido antes de Marks tinha sido a histórica Lisa Anderson, em 1997, ano do seu tetracampeonato. Foi também a primeira goofy a ser campeã mundial desde Chelsea Georgeson, em 2005.