Mundial ISA: Portugal sofre primeiro revés em El Salvador
Guilherme Ribeiro cai para a repescagem em dia de muitas vitórias lusas

Ao segundo dia de ação em El Salvador, no Mundial ISA 2023, a Seleção portuguesa sofreu, esta quinta-feira, a primeira derrota, com o campeão nacional Guilherme Ribeiro a ser atirado para as repescagens da prova masculina. Num dia em que apenas Teresa Bonvalot não esteve em ação, depois de se ter estreado ontem na prova feminina, as restantes performances lusas compensaram este deslize de Gui Ribeiro, com todos os outros membros da equipa das quinas a conseguirem vitórias.
Guilherme Fonseca conseguiu superar a ronda inaugural masculina, enquanto Frederico Morais já disputou a ronda 2 com sucesso. Do lado feminino, a armada lusa continua num grande momento, com Kika Veselko [na foto] e Yolanda Hopkins a juntarem-se a Teresa na próxima fase, depois de dois triunfos convincentes. Todos eles com triunfos. Um bom augúrio para uma prova que vai atribuir vagas para os Jogos Olímpicos de Paris'2024 aos melhores surfistas dos continentes europeu, africano, asiático e Oceânia.
Kika foi mesmo um dos maiores destaques dos heats disputados na ronda inaugural feminina, uma vez que triunfou no heat 28 com um score de 14,90. Já Yolanda venceu o 36.º e último heat da ronda inaugural feminina, graças aos 10,40 pontos somados, que ajudaram a deixar a neozelandesa e ex-top mundial Paige Hareb na segunda posição.
O trio de surfistas lusas já conhece as adversárias na ronda 2, com Teresa Bonvalot a voltar a entrar em ação no heat 2, onde terá pela frente a alemã Rachel Pesti, a chilena Estela López e a espanhola Garazi Sanchéz. Kika Veselko compete no heat 14 frente à peruana Sol Aguirre, a porto-riquenha Mia Calderon e a filipina Nibie Blancada. Por fim, no heat 18.º e último heat, Yolanda Hopkins vai medir forças com a alemã e antiga campeã nacional Camilla Kemp, a porto-riquenha Jolari Carreras e a argentina Ornela Pellizari.
Do lado masculino a história foi diferente, com o dia a começar com a derrota de Gui Ribeiro no heat inaugural da ronda 2. O surfista da Caparica somou apenas 8,17 pontos, ficando no terceiro posto da bateria, apenas à frente de Jonah Jarrad, de Samoa Americana. O triunfo sorriu ao israelita Ido Arkin, com 13,03 pontos, enquanto o 2.º posto ficou para o britânico Stanley Norman, com 12,47 pontos.
Pouco depois, Frederico Morais vingou essa entrada em falso no segundo dia de prova, conseguindo um triunfo assente em 12 pontos, sendo secundado pelo japonês Taichi Wakita, com 9,37 pontos. O neozelandês Dune Kennings e o nicaraguense Cesar Amador foram atirados para as repescagens.
Agora, na ronda 3, Kikas vai estar no heat 2, onde terá a concorrência do neozelandês Billy Stairmand, do britânico Stanley Norman e do uruguaio Sebastian Olarte. Já Guilherme Ribeiro foi atirado para o heat 1 da ronda 2 da repescagem, onde já sabe que terá a companhia do nicaraguense Kevin Cortez, além de mais dois surfistas que ainda irão sair da ronda inaugural da repescagem.
Por fim, Guilherme Fonseca, que chega a este Mundial a defender o 4.º posto alcançado no Mundial do ano passado, em Huntington Beach, esteve em bom plano e fechou o dia com mais um triunfo para Portugal. Gui somou 13,56 pontos no heat 45, deixando o venezuelano Francisco Bellorin no 2.º posto, enquanto o belga Dean Vandewalle foi atirado para a repescagem. Na ronda 2 do quadro principal, Fonseca vai estar no heat 23, estando ainda à espera de conhecer os adversários nessa bateria.
Top mundial surpreendido
Prova de que os Mundiais ISA estão cada vez mais competitivos, mesmo que o número de países sem expressão na modalidade continue a crescer, foi o facto de o brasileiro João Chianca ter sido surpreendido logo na ronda inaugural masculina. O atual número 2 mundial, que perdeu a liderança na última etapa, no Surf Ranch, Chianca viu o salvadorenho Byan Pérez e o colombiano Giorgio Gómez ocuparem o primeiro e segundo lugar do heat 40, respetivamente.
A competir em "casa", Pérez voltou a exibir-se em grande plano, depois de no Mundial de 2021, também realizado em El Salvador, ter sido a grande surpresa da prova. Algo que até lhe valeu um wildcard para a etapa do circuito mundial da WSL que se disputou no ano passado em El Salvador, pela primeira vez na história do Tour. Com 11,70 pontos, o surfista salvadorenho conseguiu o triunfo, deixando Gómez, um surfista versátil que é um dos maiores nomes do SUP mundial, mas que também dá cartas de shortboard, no 2.º posto, com 11,17 pontos, contra somente 9,57 do surfista brasileiro.
A curta duração dos heats das rondas inaugurais pode ter sido uma das razões para esta derrota surpreendente de Chianca, que o atirou para as repescagens. Dessa forma, a próxima derrota significará a eliminação. Além disso, ao sair do quadro principal, o caminho para chegar à final das medalhas fica bem esticado, uma vez que para lá chegar pelas repescagens o atual vice-líder do ranking mundial tem de ultrapassar 12 (!) rondas.
Ao contrário do anterior líder mundial, os compatriotas Gabriel Medina e Filipe Toledo estiveram em bom plano. Medina já tinha superado a ronda inaugural na véspera e, hoje, voltou a vencer de forma categórica na ronda 2, superando mais uma fase. Medina está bem próximo de Kikas no quadro de competição e até poderão encontrar-se nas próximas rondas, caso continuem a avançar na competição. Já Toledo estreou-se a vencer nos heats finais da extensa ronda 1, que contou com 48 baterias e apenas terminou esta quinta-feira, após dois intensos dias de prova.