Um dia depois de afastarem as portuguesas Maria Inês Fonte e Francisca Jorge, a britânica Emily Webley-Smith e a georgiana Sofia Shapatava nem precisaram de entrar em campo na relva sintética do Bom Sucesso Resort para aceder à quarta final da série Óbidos Ladies Open em quatro possíveis.
As 3.ª cabeças de série beneficiaram da desistência das britânicas Sarah Beth Grey e Olivia Nicholls, a dupla 1.ª cabeça de série, devido a uma lesão num ombro de Nicholls.
Com o grande objetivo conseguido em pares, Emily Webley-Smith (a 532.ª classificada no ranking WTA), revelou que a decisão de vir jogar torneios à Bom Sucesso Tennis Academy foi uma decisão da sua parceira, decisão que acabou por dar frutos.
"Sinto-me muito bem aqui. Tenho de dizer que nem sou a responsável por vir jogar aqui, foi a Sofia quem me deu a ideia. Estava insegura quanto à superfície. Desde que nos demos tão bem nos últimos torneios, que gostamos imenso de Portugal. As pessoas são incríveis e esperamos chegar à quarta final na próxima semana", tinha dito a especialista de pares durante a consagração do último título conquistado na semana passada.
Se em pares a jornada foi de descanso, já em singulares foi eliminada nos quartos de final.
Num embate cem por cento britânico, a experiente tenista de 34 anos, que também é treinadora em Inglaterra, viu o seu percurso interrompido pela compatriota Amanda Carreras (46.ª do novo ranking da Federação Internacional de Ténis - ITF) por 6-1, 3-6 e 6-1 em 1 hora e 50 minutos.
Há quase 20 anos a viajar pelo circuito, Emily Webley-Smith já jogou um pouco por todo o Mundo e relata essa experiência como única pelo simples facto de cada semana de competição ser completamente diferente da anterior.
"A vida no circuito pode variar bastante de semana para semana. Desde jogar nas montanhas da Birmânia, na selva no Bornéu, no centro de Deli, nas praias do Brasil ou num incrível Country Club em Vancouver com uma vista para a cidade. Depois temos Wimbledon. Desde estar nos dormitórios no Usbequistão, nos motéis na Coreia ou nos hotéis de cinco estrelas na Ásia, tens de estar preparada para tudo. Às vezes jogas perante um homem e um cão, outras vezes frente a um estádio cheio", contou em entrevista dada ao website The Big Racket.
Em torneios do Grand Slam, Webley-Smith, que chegou a figurar na 240.ª posição do ranking WTA, destacou-se em duas participações no quadro principal de Wimbledon em 2004, onde chegou à segunda ronda e em 2011, ano em que cedeu na estreia.
"Viajo quase sempre sozinha e acabo por sobreviver muito bem. Gosto de fazer as coisas à minha maneira e sou muito auto motivadora. Mas quando tenho hipótese de viajar com um treinador por umas semanas também desfruto bastante. É muito útil ter alguém a olhar para ti e a dar-te feedbacks para melhorares", explicou.
Nos restantes encontros dos quartos de final, a checa Anastasia Zarycka (230.ª WTA), a 1.ª cabeça de série, bateu a finalista da semana passada, a polaca Urszula Radwanska (300.ª WTA/5.ª c.s.), por 6-3 e 6-1; a israelita Deniz Khazaniuk (257.ª WTA/3.ª c.s.) ultrapassou a búlgara Petia Arshinkova (670.ª WTA) por 6-2 e 7-5; e a espanhola Nuria Parrizas-Diaz (272.ª WTA/4.ª c.s.) derrotou a norte-americana Maria Sanchez (339.ª WTA/7.ª c.s.) pelos parciais de 6-2 e 6-2.
As meias-finais de sábado serão disputadas em simultâneo, em courts contíguos, a partir das 10h30. Anastasia Zarycka defronta Deniz Khazaniuk, enquanto Nuria Parrizas-Diaz mede forças com Amanda Carreras.
Autor: Francisco Semedo