Carlos Ribeiro
Carlos Ribeiro Professor Universitário

Crónica de um bloqueio anunciado

Lia, ontem, no Record, que a última vaga na direção da Liga Portugal será decidida por sorteio. Sim, por sorteio. Porque os três ditos grandes não conseguiram chegar a acordo. Não é apenas insólito: é um sinal preocupante, e revelador, do estado do futebol português.

As juras de entendimento e de uma nova forma de estar já lá vão. Esta estranha coisa de haver apenas lugar para um vencedor nas competições é dilacerante.

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Este mandato da Liga é apontado como um dos mais importantes de sempre, principalmente por incluir temas como a centralização dos direitos televisivos. Mas como levar a sério esse processo, se os principais protagonistas continuam a travar-se por questões de influência, mesmo em momentos que exigiriam visão e compromisso coletivo?

Entretanto, e num esfregar de olhos, um destes clubes já solicitou a suspensão imediata do processo. O que espero é que todo este imbróglio não faça parte de uma encenação que, inclusive, condicionou apoios. Um dia perceberemos. A verdade é que todos parecem mais preocupados em garantir que qualquer mudança não afeta o modelo que historicamente os favorece.

Já sabemos que tudo o que envolva redistribuição de receitas ou visibilidade gera resistência, mas a centralização só fará sentido se servir para reequilibrar o futebol português. Se for apenas para reforçar o que já existe, então não é uma transformação, é apenas mais uma jogada, com novos contornos, mas que lembra a velha história da Alemanha. Só que aqui, nem são precisos os onze.

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Por Carlos Ribeiro
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