Pedro Proença
Pedro Proença Presidente da Federação Portuguesa de Futebol

A Taça que nos une!

A Allianz Cup atingiu o seu estado de maturidade e o ponto mais alto da sua existência. A prová-lo estão os números da edição 2024-2025, que no sábado terminou em Leiria com a vitória do Sport Lisboa e Benfica e na qual quebrámos o recorde de assistências em estádio, com mais de 60 mil espectadores nas bancadas ao longo dos três jogos, todos eles com lotação esgotada, algo nunca antes visto. A mostrá-lo, também, os mais de 2,5 milhões de telespectadores que, em média, acompanharam a transmissão da final em direto através da SIC, estação que, no desempate por penáltis, chegou mesmo a ultrapassar os 50 por cento de share.

Os números estão aí, falam por si próprios e enchem-nos de orgulho.

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Mas há, também, dados que, embora não mesuráveis, mostram bem o alto patamar que a Allianz Cup atingiu. Antes olhada de soslaio por clubes, dirigentes, treinadores e adeptos - muitas vezes, é bom não esquecer, foi utilizada apenas para dar minutos aos jogadores menos utilizados -, é, atualmente, olhada com a ambição destinada às grandes provas. Basta olhar para a forma como treinadores e jogadores falam sobre o desejo de a vencerem. Para a forma como as equipas se apresentam, sempre, na máxima força. Para o modo efusivo como os adeptos celebram quando veem a sua equipa a levantar o troféu. Para a forma como cada vez mais parceiros procuram nela a valorização das suas marcas.

A comparação entre o passado e o presente mostra-nos uma diferença abismal! Convém não esquecer o espírito com quem, em 2007, esta competição foi criada, não para ombrear com as principais provas nacionais (Campeonato e Taça de Portugal), mas numa perspetiva comercial e de afirmação de marca. Foi assim que gente valiosa do nosso futebol - Hermínio Loureiro, Fernando Gomes, Tiago Craveiro,  etc… - a criaram.

18 anos depois, a Taça da Liga cumpriu esse desígnio. Mas foi ainda mais longe,  conquistando e cimentando, com todo o mérito, também o seu lugar no calendário desportivo português.

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Não foi, temos de admitir, um caminho fácil. Tivemos de redefinir o formato, introduzindo-lhe um modelo Final Four em 2016-2017, um formato que é, reconhecidamente, um sucesso e que é replicado no estrangeiro pelas maiores ligas ou federações. Esta época tivemos de nos readaptar a um calendário cada vez mais exigente, mas, de forma unânime, os Clubes decidiram não desistir da Allianz Cup. Juntos, sempre acreditámos e continuamos a acreditar na competição e no que ela representa.

O tempo, felizmente, deu-nos razão.

Mérito, acima de tudo, das sociedades desportivas. Dos clubes, dos dirigentes, dos treinadores, dos jogadores, dos árbitros, que souberam acompanhar a visão da Liga Portugal para uma prova ímpar. Ímpar pela competitividade, mas também ímpar pelo ambiente que a rodeia, absolutamente diferenciado. A Taça da Liga é, hoje, a festa das famílias. A festa dos adeptos. A Final Four é uma semana de verdadeira festa do futebol. O futebol que pretendemos. A edição de 2024-2025 não foi exceção à regra.

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E esta a vitória que devemos, todos, celebrar!

A Allianz Cup é, verdadeiramente, a Taça que nos une. A prova que une Liga Portugal, clubes, dirigentes, treinadores, jogadores, árbitros, associações de classe, associações distritais e regionais e adeptos. Todos estão representados. Todos têm o seu espaço.

A Taça da Liga é aquilo que deve ser sempre o futebol. Porque é o exemplo de que, quando todos se unem, é possível atingir feitos extraordinários.

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E é, no fundo, o espelho maior do que tem sido a evolução do futebol profissional ao longo da última década. Recordo-me que quando chegámos à liderança da Liga Portugal, em 2015, traçámos para a organização um plano estratégico com três períodos bem definidos: recuperação, consolidação e afirmação. Cumprimos, com distinção, todos esses passos.

Hoje somos uma instituição financeiramente sólida. Hoje a Liga Portugal tem uma imagem credível e absolutamente transparente, capaz de atrair parceiros comerciais de renome nacional e internacional, que nos encaram como um veículo de projeção das suas marcas. Hoje somos vistos como um exemplo em temas como boa governação, Transparência e Integridade, liderando a defesa e a promoção de valores essenciais para o desporto em geral e o futebol em particular. Uma Liga internacionalmente reconhecida, chamada para liderar grandes organizações e com presença nos palcos onde, verdadeiramente, se decide o futuro da indústria.

Somos, em suma, uma Liga que cresceu e, em apenas dez anos, atingiu o patamar que para ela ambicionávamos. Um patamar que encontra o seu símbolo maior no Arena Liga Portugal, a nova casa do futebol profissional, edifício recentemente inaugurado no Porto e que representa, nas suas mais variadas valências, a ideia que preconizamos para o futebol português.

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A Taça da Liga, no fundo, acompanhou esse crescimento. E em apenas uma década recuperou a sua credibilidade, consolidou o seu estatuto e conseguiu, finalmente, afirmar-se como uma das grandes competições do panorama desportivo nacional.

O principal segredo para esta evolução sustentável tem sido, sempre, a união. A forma como os clubes percebem, hoje, a máxima ‘adversários no campo, parceiros fora dele’ tem sido decisiva. O envolvimento de todos os agentes do futebol nas grandes decisões tem sido fundamental.

A Allianz Cup, aquilo que ela representa atualmente, faz parte do legado, de responsabilidade, que deixamos na Liga Portugal, cabendo agora aos clubes decidirem, face aos desafios que os aguardam, o que fazer com ela.

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Unir o futebol deu trabalho. Mas também deu frutos. A Taça da Liga é disso um dos grandes exemplos. E esse é um espírito que não se pode perder…

Por Pedro Proença
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