Slimani está há quase três anos em Portugal e só agora deu a primeira grande entrevista a um meio de comunicação nacional. Foi ao Record. A publicação da conversa ficou acertada para hoje, véspera de Natal, o que tem também um significado especial. A coincidência é meramente fortuita mas não deixa de ser particularmente simbólica se levarmos em conta que estamos em plena celebração cristã, sendo que por essa Europa fora (e não só) criou-se uma imagem distorcida em relação àqueles que professam o islamismo.
Poucas épocas têm sido tão inquietantes como aquela em que vivemos. Os princípios morais estão cada vez mais distantes do nosso quotidiano. A sociedade é minada pela corrupção em várias atividades e a todos os níveis é marcada por tremendas desigualdades sociais e por uma intolerância em diversos domínios que muitas vezes se traduz por manifestações de fanatismo.
Encontramo-nos numa época de enorme crise de valores e infelizmente o Desporto não tem conseguido escapar a essa pandemia. Este foi um ano 'trágico' desse ponto de vista como atestam os escândalos da corrupção na FIFA e do 'doping' promovido pelo governo russo. Ele, desporto, reflecte a nossa sociedade e dificilmente poderia ser uma ilha paradisíaca num mundo permissivo aos piores defeitos do ser humano. Mas é através dele que podemos acreditar em melhores dias.
Vivemos numa sociedade altamente competitiva, onde se cobra o sucesso com uma exigência tremenda e onde tantas vezes não se olha a meios para atingir os fins. Se soubermos aplicar os valores éticos que o desporto nos ensina, estaremos mais preparados para enfrentar aqueles desafios e acima de tudo estaremos a dar um contributo válido para um mundo melhor. Feliz Natal!
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