É dos piores atentados que se pode cometer contra o desporto mas infelizmente tem vindo a tornar-se um dos mais comuns. Os jogos combinados são um flagelo que não se resume ao futebol. Recentemente, numa interessante iniciativa de um grupo de alunas da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, ouvi o impressionante testemunho de Frederico Marques, treinador do tenista João Sousa. De forma desassombrada, relatou as ameaças e os assédios constantes no sentido de alterar a verdade desportiva. O pior de tudo foi ouvi-lo dizer que a situação ganhou uma dimensão tal que se tornou incontrolável e que já nem vale a pena denunciá-la. Ou seja, chega-se a um ponto em que das duas, uma: aqueles que têm princípios éticos, resistem; os outros, cedem.
O Feirense-Rio Ave teve no próprio dia da sua realização um alerta de match-fixing que suscitou a investigação que ontem ganhou impacto mediático pela constituição de quatro jogadores do Rio Ave como arguidos . Atenção: ser arguido não é ser culpado. Infelizmente, fica uma suspeita que é essencial desfazer para defesa do bom-nome dos atletas e do clube.
Acredito que o match-fixing não seja uma prática vulgar no nosso desporto mas é indiscutivelmente uma ameaça real e obviamente uma mancha intolerável.
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