Luís Filipe Vieira será hoje reeleito presidente do Benfica. Um prémio mais do que merecido para um homem que mudou a face do clube que encontrou quando chegou de Alverca. Soube vencer as adversidades do início, moldar a equipa que o acompanha à sua imagem e aniquilar até a oposição, concorrendo hoje sozinho à liderança. Sinal de que tudo foi bem feito? Não. Mas de maestria na condução de processos, de enorme atenção aos focos de instabilidade, de extraordinária capacidade para silenciar inimigos, trazendo-os para o seu lado, juntando a esta enorme habilidade política a conquista de títulos desportivos, a mola-real de qualquer emblema, principalmente quando se fala de futebol.
É verdade que financeiramente o Benfica pode não ser um mar de rosas. Mas quem se preocupa com isso quando se é tricampeão? Quando se substitui Jesus por Vitória e os recordes vão caindo um atrás do outro? Os portugueses gostam de líderes com obra feita. E que ganhem. Vieira é tudo isto. E mais alguma coisa.
Em Braga, longe dos holofotes destinados a qualquer presidente de clube grande, principalmente se for da capital, mora António Salvador. É também ele, à imagem de Vieira, um homem com obra feita. Mais, que junta neste momento aos resultados desportivos contas que podem orgulhar qualquer clube. Passivo abatido, lucro e futebol estabilizado como o ‘quarto grande’, por muito que a questão doa a tanta gente.
Salvador tem sabido manter o Sp. Braga na crista da onda, com todas as dificuldades inerentes a um clube sem a mole humana à disposição dos três grandes. Mas há uma capacidade negocial quase infinita e uma política desportiva impressionante, que vai substituindo craques com apostas de milhares, longe dos milhões gastos noutras paragens. E os guerreiros aí estão, na luta.