Daniel Sá
Daniel Sá Diretor Executivo do IPAM

Bifana + Música + Wifi + Arte + Jogo + Tecnologia + Bifana

Um jogo de futebol, voleibol, basquetebol, hóquei em patins, andebol ou futsal dura, com intervalos, cerca de duas horas. Clubes, associações e federações desde sempre concentraram os seus esforços, recursos e atenções nestas duas horas em que recebem os adeptos nos seus estádios, pavilhões ou piscinas. 

O adepto, quando compra um bilhete para um espetáculo desportivo deste género, ganha o direito de assistir a um jogo em segurança e de forma cómoda. O foco está, desde sempre, no bom funcionamento do jogo de acordo com as regras de cada modalidade. Nas organizações um pouco mais sofisticadas, disponibilizam-se bares com alguma oferta e algumas opções de entretenimento nos intervalos ou descontos de tempo. 

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Tudo isto parte do pressuposto, totalmente errado, que quem compra um bilhete para um jogo de futebol apenas quer assistir a um jogo de futebol. Ou quem compra um bilhete para um jogo de andebol apenas quer assistir a um jogo de andebol. Isto será verdade para alguns espetadores, mas não se aplica a grande parte da população portuguesa. 

Talvez seja esta a razão pela qual a grande maioria de pessoas que estejam nas bancadas portuguesas sejam "apenas" adeptos apaixonados pelas respetivas modalidades. Esta realidade, aparentemente lógica, deixa de fora todos aqueles que querem apenas divertir-se durante uma manhã, tarde ou noite. 

O desporto é apenas uma das diferentes soluções do mercado do lazer. Quer isto dizer que, no nosso tempo livre, escolhemos como queremos passar o nosso tempo livre e como gastamos o nosso dinheiro para nos divertirmos. 

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A minha recomendação é assim que, clubes, federações e associações, passem a preocupar-se com as duas horas antes dos jogos e a hora a seguir aos jogos assumindo assim o controlo da jornada de 5 horas que queremos que o adepto passe connosco. 

Se conseguimos controlar esta jornada de 5 horas, poderemos conseguir proporcionar uma melhor experiência de entretenimento de adeptos, podemos alargar os públicos que conseguimos atrair e, finalmente, aumentar exponencialmente as receitas destas organizações desportivas.  

Antes e depois da competição desportiva podemos, em função do contexto de cada clube e modalidade, proporcionar um conjunto de experiências de diversão, animação, cultura, tecnologia, artes ou gastronomia, que enriqueçam a ida a um estádio ou um pavilhão. 

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Uma estratégia deste género demora tempo a montar e é complexa de executar, mas todos os clubes deviam canalizar a sua energia para as atividades fora da competição. Essa parte já está controlada há muitos anos.  

Dou por mim a pensar, para além da bifana e da mini no futebol, no tremendo potencial que cada clube tem em explorar o seu contexto e a deixar os adeptos fascinados.  

Por Daniel Sá
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