Daniel Sá
Daniel Sá Diretor Executivo do IPAM

Streaming: o novo jogo fora das quatro linhas

O mundo continua a mudar com uma rapidez enorme e a tecnologia acelera mudanças de comportamento dos consumidores. O consumo de desporto em 2025 já não se limita ao que acontece dentro das quatro linhas. A forma como os adeptos assistem, interagem e se envolvem com os eventos desportivos está a ser profundamente transformada por tecnologias como a inteligência artificial, a realidade aumentada ou as plataformas de streaming.

O modelo tradicional de transmissão linear está a dar lugar a experiências personalizadas, interativas e sob procura. Plataformas como a Apple TV, Amazon Prime e DAZN lideram esta revolução, oferecendo transmissões com múltiplos ângulos de câmara, estatísticas em tempo real e conteúdos exclusivos adaptados aos interesses de cada utilizador.

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O recém-terminado Mundial de Clubes na DAZN ou os Jogos Olímpicos de Paris na Max foram os maiores exemplos da nova forma de acompanhar os grandes eventos desportivos.

A personalização é agora central, onde cada um escolhe o que vê, da forma que quer ver e a quer horas quer ver. A inteligência artificial permite que os adeptos recebam destaques personalizados, recomendações de jogos com base nos seus clubes favoritos e até alertas em tempo real sobre momentos-chave.

Esta abordagem está a redefinir o conceito de fidelização, especialmente entre as gerações mais jovens, que valorizam experiências digitais imersivas e sociais. A integração com redes sociais, como chats ao vivo e watch parties, tornou-se uma extensão natural da experiência desportiva.

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O mercado global de realidade aumentada no desporto deverá atingir os 18 mil milhões de dólares até 2028, impulsionado por estas novas formas de consumo. Em Portugal, esta tendência ainda está em fase embrionária, mas representa uma oportunidade estratégica para clubes e ligas que pretendam internacionalizar as suas marcas e captar novas audiências.

A centralização dos direitos televisivos, se bem executada, poderá ser o ponto de partida para uma nova era de conteúdos desportivos portugueses, mais relevantes, mais digitais e mais globais. A capacidade de gerar experiências personalizadas será determinante para o sucesso competitivo das organizações desportivas, que terão de investir em tecnologia, dados e criatividade para se manterem relevantes num mercado cada vez mais fragmentado e exigente.

Este novo paradigma exige uma abordagem estratégica por parte dos clubes, ligas e federações, que devem investir em talento digital, parcerias tecnológicas e modelos de negócio centrados no adepto. A capacidade de adaptação será determinante para garantir relevância num ecossistema desportivo cada vez mais competitivo e fragmentado.

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Bem-vindos ao futuro!

Por Daniel Sá
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